Este lamentável fato verídico aconteceu ontem, no Rio de Janeiro. Um pai, para comemorar o aniversário de 5 anos da filha reúne a família e os amigos(20 pessoas) e vão para o Espaço OX, uma casa de festas adequada para comemorações, principalmente para aniversários. Ocorreu que a pequena aniversariante, junto com a irmã precisou sair para ir ao banheiro, e ao retornarem para junto dos seus, por causa da cor das suas peles foram barradas na entrada e consideradas crianças de rua. O pai, Felipe Barcelos(foto), assistiu a cena, engoliu a seco e num esforço sobrenatural, conseguiu se conter diante dessa pior violência a que um ser humano pode ser submetido.
Preferimos imaginar que não seja essa a política da casa e que a direção jamais permitiria tal coisa, mas, quem não faz, paga também! Isso servirá de exemplo a todos os empresários nos mais diversos seguimentos da economia para que não cometam erros ao contratarem pessoas com perfil discriminatório. Por Adauto Nogueira,
MTB 51.751-SP
Este material foi compartilhado conosco (Itaponews) hoje pelo nosso conterrâneo itaporanguense, jornalista João Leite Neto. Leia a íntegra do desabafo desse pai humilhado.
Local do dissabor do Sr. Felipe Barcelos
“Bom dia,
Nunca imaginei que tivesse que viver na pele a dor de um cidadão agredido com sua família em um dia de festa.
Contra socos nos defendemos, mas contra o cerceamento do direito de ir e vir de uma criança devido a sua aparência, fica a raiva guardada por ter que conter a violência para não aumentar o dano emocional sofrido por minha filha.
Eu só queria traze-la para casa, para que ela pudesse sentir-se segura novamente.
Escolhemos o quiosque Espaço OX, no Leme para comemorarmos o aniversário de 5 anos de minha filha mais nova, com amigos e família, cerca de 20 pessoas. Reservamos e chegamos com as crianças as 19h00. Realizamos a comemoração comas minhas filhas, Lia e Dora, que durante todo o tempo brincaram nas dependências do quiosque as vistas dos funcionários.
Todos os convidados consumiram regiamente e pagaram suas despesas com tranquilidade.
Aos nos prepararmos para ir embora, as 22h30, a funcionária Loi impediu minhas filhas, Lia(9 anos) e a aniversariante Dora (5 anos) de entrarem no quiosque ao retornarem do banheiro.
O motivo: alegou que seriam crianças de rua, por serem negras e terem cabelos crespos. Para encurtar uma longa historia: minha filha mais velha, de apenas 9 anos, está em choque.
As alegações da funcionária não apenas são racistas e incidem em constrangimento ilegal e cerceamento do direito de ir e vir, como denotam a falta de atenção dedicada aos consumidores que frequentam o espaço. Vou entrar com medidas legais contra o estabelecimento e um processo por constrangimento ilegal, injuria, difamação e crime de racismo contra a funcionária.
Não queiram saber a dor de um pai ao vivenciar tais cenas em um dia de festa. A dor não vai embora quando fecho os olhos. Me vem a imagem de minha filha, minutos antes extasiada de alegria e em seguida chocada com uma realidade distorcida.
Estou sentindo muita dor. Uma dor que não vai embora.
A funcionária tinha a obrigação de observar quem estava na mesa mais numerosa do estabelecimento, estávamos minutos antes cantando parabéns e repartindo um bolo.
Impossível não ver a alegria que minhas filhas viviam em meio a amigos e família.
Loi estragou tudo com seu preconceito e despreparo para lidar com o publico. Precisa ser punida de forma exemplar.
Minha filha, uma crianca que é o que existe de mais valioso em minha vida, está DESTRUÍDA, achando-se culpada por não ter a aparência "certa" para poder ir e vir.
Espero que tal comportamento não seja uma norma do Grupo OX e da Orla Rio.
Esta carta está sendo copiada aos principais jornais do Brasil e publicações do segmento de turismo no Brasil e no exterior, em inglês.
Felipe Barcellos
Pai”