Bairro Samambaial celebra o dia do padroeiro São Roque

No final da matéria tem uma história bonita do padre Alberico, bem antes de ele ser padre, num prostíbulo com 22 mulheres – No início da noite desta quinta-feira, 16, Dia de São Roque, a comunidade local se dirigiu à capela para a solenidade especial ao padroeiro, celebrada pelo pároco de Barão de Antonina, padre Alberico. Teve missa, procissão pelas ruas do bairro e encerramento com queima de fogos.

O vilarejo Bairro Samambaial tem uma peculiaridade geográfica particular. Ele fica exatamente na divisa de municípios entre Itaporanga e Barão de Antonina. Por isso, uma parte pertence a Itaporanga e outra parte a Barão de Antonina. E a comunidade vive em perfeita harmonia sem levar em conta essa divisão territorial.

Na homilia dessa celebração, o padre Alberico evocou o apóstolo São Paulo sobre o verdadeiro significado da caridade, que tem de ser alegre, gratuita e sem questionamentos e prejulgamentos.

E, citou o exemplo maior de um praticante da verdadeira caridade dentro do espírito cristão: São Roque, que herdou uma herança de riqueza material, mas a deixou para viver os ensinamentos de Cristo, com muita coragem e fé inabaláveis para ajudar o próximo, sem temer as consequências.

Foi assim que ele, São Roque, sem se proteger se aproximou dos enfermos de doenças incuráveis e contagiosas para ajuda-los. Em meio a isso, contraiu a doença, sofreu muito com as dores sem reclamar e até quando pode ajudou os demais ao seu lado, até morrer, com a felicidade de ter servido aos próximos, dentro dos ensinamentos cristãos.

Com esse exemplo de São Roque, padre Alberico explicou como deve ser a verdadeira caridade, que tem de ser feita de forma gratuita, sem questionamentos se o beneficiado vai ou não aproveitar bem a doação recebida.

“Se por exemplo, eu pego umas roupas que não me servem mais e faço doação a uma instituição ou a qualquer pessoa, isso não é caridade, é assistência social.

Caridade seria se eu comprasse roupas novas e as doasse à instituição ou à alguém sem fazer prejulgamento se quem vai receber vai usar ou se é merecedora daquilo, aí sim, seria uma caridade verdadeira.

A caridade verdadeira tudo perdoa, desculpa, tudo vê, tudo espera, e tudo suporta sem guardar rancor”, resumiu.

Mulheres da zona de prostituição para o retiro e conversão – Padre Alberico, que desde muito jovem viveu os ensinamentos de Cristo, contou que quando era bem novo, uma movimentação na sua comunidade católica resolveu convidar uma grupo de mulheres prostitutas – 22 ao todo, incluindo a dona do bordel – para participarem de um retiro religioso.

Segundo ele, por preconceito todos acharam essa ideia absurda. Ninguém dos jovens rapazes topou de ir até a essa zona para conversar com as mulheres e com a chefe delas. “Mas se fossem para farrear com elas, usar dos serviços sexuais delas, certamente todos iriam”, lembrou.

Mas Alberico viu aquilo com muita responsabilidade cristã e mesmo sem saber exatamente onde era o prostíbulo se dirigiu até lá para levar o convite e conversar com elas. No caminho, encontrou um casal, pediu ajuda, contou do que se tratava e o homem com o consentimento da esposa o acompanhou até o local.

“Cheguei lá, conversei com as 21 e a chefe, entreguei o convite e as convidei para participar do retiro. Elas se sentiram valorizadas e respeitadas.
Conclusão: todas as 22, incluindo a chefe, foram ao retiro, participaram, viram que podiam mudar de vida, e todas se converteram”, contou o sacerdote, completando que isso foi uma forma de ajudar alguém, sem questionamentos e prejulgamentos.

 

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