“Café com a Presidenta”: Dilma explica como será o enfrentamento do crack e outras drogas

No programa de rádio ‘Café com a Presidenta’ desta segunda-feira, Dilma Rousseff explica aos brasileiros como será executado o Plano de Enfrentamento do crack e outras drogas. Essa ação já teve início em junho, com o Plano de Fronteiras que, de junho a novembro, evitou que 112 toneladas de droga entrassem no Brasil. Ela fala também das ações de Saúde e de apoio e disponibilização de condições para tratamento dos dependentes químicos.

Rádio Nacional, 12 de dezembro de 2011

Luciano Seixas: Olá, bom dia. Eu sou Luciano Seixas e começa agora mais um “Café” com a presidenta Dilma Rousseff. Tudo bem, Presidenta?

Presidenta: Tudo ótimo, Luciano. E um bom dia aos nossos ouvintes.

Luciano Seixas: Presidenta, a senhora lançou, na semana passada, um plano para enfrentar o crack e outras drogas. Conta para a gente como é esse Plano.

Presidenta: Nós vamos investir R$ 4 bilhões até 2014 para enfrentar o crack e outras drogas que destroem a vida de tantos jovens e de suas famílias. Vamos criar, Luciano, uma rede integrada de serviços e de ações para atuar em três frentes: vamos garantir cuidado e tratamento para os dependentes químicos, que precisam de acolhimento e apoio para vencer a dependência; vamos reprimir duramente o tráfico de drogas e o crime organizado em todo o país; e vamos fazer um eficiente trabalho de prevenção e educação para evitar o consumo e o contato de nossas crianças e jovens com as drogas.

Luciano Seixas: E como o governo vai melhorar o atendimento aos dependentes?

Presidenta: Olha, Luciano, nós vamos criar, em todo o país, unidades de acolhimento do Sistema Único de Saúde, do SUS, onde os pacientes poderão ser internados por períodos mais prolongados, quando for o caso. Isso porque algumas pessoas precisam ficar um tempo longe do ambiente que as atraem para a droga, para poderem reconstruir seu projeto de vida e até as suas relações pessoais com a sua família, por exemplo. Hoje nós temos 26 unidades públicas de acolhimento, que oferecem cuidado médico, social e psicológico permanente aos dependentes químicos. Até 2014 vamos saltar para, pelo menos, 574 unidades, em parceria com instituições que já têm tradição no cuidado de dependentes.

Luciano Seixas: Como vai ser essa parceria, Presidenta?

Presidenta: Olha, Luciano, essas parcerias com as comunidades terapêuticas e com instituições privadas que já há muito tempo vem cuidando de drogas e do crack serão feitas por meio dos estados e dos municípios. Para receber recursos do governo, essas instituições terão que seguir as novas normas da Anvisa, relativas à higiene do ambiente, ao atendimento e, principalmente, ao respeito aos direitos humanos e à manutenção do contato dos pacientes com a família.

Luciano Seixas: E para os usuários de drogas que trabalham ou estudam, vivem com a família, mas estão lutando contra a dependência?

Presidenta: Para essas pessoas, nós temos o Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas, conhecido como CAPS AD. O governo federal vai ampliar para 24 horas o atendimento em todos os 134 CAPS já existentes. Sabe por quê, Luciano? Porque um paciente que está tentando se livrar das drogas pode ter uma crise de abstinência no meio da noite ou no final de semana e, assim, os CAPS AD precisam estar prontos para atendê-los a qualquer hora.

Luciano Seixas: Mas há casos em que o atendimento precisa ser feito em hospitais, não é, Presidenta?

Presidenta: É, sim, Luciano. Às vezes é o atendimento nas emergências dos hospitais que salva a vida de um usuário de drogas. Vamos criar 2.462 novos leitos em enfermarias especializadas no atendimento aos dependentes de álcool, crack e outras drogas. Mais 1.142 leitos serão reformados e reequipados.

Luciano Seixas: Presidenta, no começo do programa, a senhora disse que o governo vai agir contra o comércio de drogas. Como isso será feito?

Presidenta: Ah Luciano, nós vamos atuar com determinação, diretamente nas áreas de consumo de crack em todo o país. Vamos monitorar com câmeras e promover ações de inteligência para identificar e prender os traficantes nessas áreas.

Luciano Seixas: Também haverá ações contra o tráfico nas fronteiras, Presidenta?

Presidenta: Sem dúvida, Luciano. A vigilância nas fronteiras é muito importante. Vamos combater cada vez com mais rigor as organizações criminosas para evitar que as drogas entrem no país. Já estamos fazendo isso com as operações da Polícia Federal e das Forças Armadas no nosso Plano Estratégico de Fronteiras. De junho, quando lançamos o Plano, a novembro deste ano, nós evitamos que 112 toneladas de drogas entrassem no Brasil.

Luciano Seixas: A família também tem um papel importante na prevenção e no tratamento dos dependentes químicos, não é, Presidenta?

Presidenta: Ah Luciano, tem, sim. O sofrimento das famílias dos dependentes é, sem dúvida, enorme. Tenho ouvido relatos de mães que chegam até a acorrentar os filhos no quarto para evitar que eles usem drogas. Também sou mãe, e esses relatos, Luciano, me comovem imensamente. Como Presidenta, farei tudo para que as mães que chegam a atitudes desesperadas como essa, encontrem, no poder público, o apoio e o tratamento adequado para seus filhos. Agora, além de oferecer serviços médicos, precisamos evitar que as crianças e os jovens se envolvam com as drogas. Nossa grande meta é implantar no Brasil uma política ampla, moderna, corajosa e criativa de enfrentamento das drogas, e é isso que estamos fazendo.

Luciano Seixas: Presidenta, obrigado por mais este “Café”.

Presidenta: Eu é que agradeço, Luciano. Um bom dia e uma ótima semana para todos os nossos ouvintes que nos acompanharam, Luciano, até agora.

Luciano Seixas: Você que nos ouve pode acessar este programa na internet, o endereço é

www.cafe.ebc.com.br

. Voltamos segunda-feira, até lá.

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