Coluna Semanal Conversa com a Presidenta

Nesta sua Coluna Semanal,  a presidenta Dilma Rousseff responde à perguntas de brasileiros que querem saber sobre parcerias do governo federal para acabar com a forme e a pobreza; sobre quais serão os novos setores agropecuários que serão beneficiados com aberturas de novos mercados externos, a exemplo da suinocultura de Santa Catarina que conquistou o mercado…

chinês e sobre o que ela fará para controlar a inflação diante do aumento do preço da gasolina e dos produtos da cesta-básica


Maria José Bezerra, 57 anos, aposentada de Arcoverde (PE) – Que ações serão realizadas em parceria com as associações de bairro ou comunitárias para acabar com a fome e a pobreza?

Presidenta Dilma – Para o êxito dos nossos programas sociais, nós consideramos fundamental ampliar e fortalecer a parceria com estados, municípios e com a sociedade, o que inclui as entidades comunitárias. Desenvolvemos um programa de capacitação que está qualificando 21 mil conselheiros municipais de assistência social, entre os quais estão os representantes de associações das comunidades. Eles são fundamentais para o controle dos programas, garantindo que nossas ações cheguem de fato aos que mais precisam. Este ano, serão promovidas as conferências nacionais de Segurança Alimentar e Nutricional e de Assistência Social, envolvendo cerca de 500 mil pessoas. Serão encontros importantes, que começam nos municípios, para que as comunidades possam participar. As associações comunitárias têm papel importante também na distribuição de alimentos. No ano passado, nós desembolsamos R$ 800 milhões com o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e, com aumentos gradativos até 2014, vamos chegar ao gasto anual de R$ 2 bilhões, um aumento de 150%. Os alimentos são comprados pela Conab e encaminhados aos que vivem em situação de insegurança alimentar pelas associações comunitárias, entre outros canais. Com o aumento da aquisição de alimentos, as entidades terão à disposição muito mais produtos e vão poder atender um número muito maior de pessoas. 

Edson Benedetto, 73 anos, agricultor de Caçador (SC) – Sua viagem à China trouxe boas novas para a região do meio-oeste catarinense, que é forte na suinocultura. Que setores agropecuários terão iguais boas novas, pela abertura de novos mercados no exterior?

Presidenta Dilma – Além da suinocultura, vários outros setores estão sendo beneficiados com a diversificação do nosso comércio exterior. Ampliamos o número de empresas exportadoras de carnes bovina e de frango para a China e conseguimos autorização para exportar gelatinas e produtos derivados do leite. No esforço para diversificar as exportações agropecuárias, já identificamos vários outros produtos com potencial de incremento das vendas por meio de promoção comercial. Alguns deles foram apresentados ao ministro do Comércio da China, Chen Deming, e sua comitiva, durante visita a Brasília este mês: milho, café torrado, cafés especiais, sucos, inclusive de laranja, carnes de aves, mel e vinhos. Outras negociações estão sendo feitas pelo Ministério da Agricultura com mercados importantes, como os da Coréia do Sul e dos Estados Unidos, para a exportação de carnes bovina e suína. Essas estratégias contribuíram para o nosso país alcançar um superávit comercial de US$ 5 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado: US$ 2,1 bilhões. É importante ressaltar que o Brasil tem hoje a maior agropecuária do mundo e é o único país que ainda pode dobrar sua produção e suas exportações sem alterar o meio ambiente e sem afetar o mercado interno.

Sidney Lima Neto, 22 anos, universitário de Vila Velha (ES) – Como a senhora pretende controlar a inflação, já que houve aumento abusivo no preço da gasolina e elevação nos valores dos produtos da cesta básica?

Presidenta Dilma – Sidney, posso assegurar a você que a inflação já começou a declinar mais fortemente. Esse recuo está acontecendo porque os preços no mercado internacional pararam de subir e porque adotamos as medidas corretas no Brasil. Tudo que fazemos é sempre com muito critério e equilíbrio, para controlar a inflação sem comprometer o crescimento econômico e a geração de empregos. Entre os mecanismos acionados, destaco o estímulo à agricultura. Para esta safra, a Conab prevê uma colheita recorde de 159,5 milhões de toneladas de grãos. Além disso, também estamos controlando o crescimento do consumo, com o corte de R$ 50 bilhões no orçamento da União e medidas financeiras para moderar a expansão do crédito. Mais importante, estamos mantendo os estímulos aos investimentos, pois é o aumento da capacidade de produção de nosso país que garante o controle da inflação.  Todas estas medidas reduzirão a inflação sem comprometer o crescimento da economia.


 

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