Coluna semanal da presidenta Dilma Rousseff

imageNa coluna desta semana a presidenta Dilma Rousseff aborda assuntos como o investimento em pesquisas que resultaram a descoberta do pré-sal, o grave problema de falta de saúde dentária que dificulta acesso de brasileiros a postos de trabalho e sobre as ações do MEC para valorizar mais o professor.

 

Carlos Ferreira, 45 anos, representante comercial em Caxias do Sul (RS) – Como o Brasil quer explorar o pré-sal se investe tão pouco em pesquisas tecnológicas?

Presidenta Dilma – Das empresas brasileiras, Carlos, a Petrobras já é a que mais investe em pesquisas. Foram, inclusive, estes investimentos que resultaram na descoberta do pré-sal. De 2006 a 2011, a empresa investiu em Pesquisa & Desenvolvimento nada menos que R$ 9,5 bilhões, o que a coloca entre as cinco companhias de petróleo e gás que mais investem em pesquisas no mundo. Atualmente, cerca de 70% desses investimentos têm sido direcionados a atividades de Exploração e Produção, com ênfase no desenvolvimento de tecnologias para o pré-sal. Os resultados têm sido muito positivos em vários aspectos, com destaque para a grande redução do tempo e do custo na perfuração dos poços. Estão em andamento diversos projetos de pesquisas, a maior parte desenvolvida em parceria com universidades brasileiras e empresas fornecedoras de bens e serviços para a indústria de óleo e gás. Praticamente todos os grandes fornecedores internacionais da indústria de óleo e gás estão abrindo centros de tecnologia no Brasil. Destaco também que o Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, foi duplicado em 2010, tornando-se o maior centro de pesquisas aplicadas do hemisfério sul e um dos maiores do mundo. Todas essas iniciativas estão transformando o Brasil num dos mais importantes polos de desenvolvimento tecnológico nessa área.

Carolina Junqueira, 28 anos, vendedora em Londrina (PR) – Um dos piores problemas para os mais pobres é a falta de saúde dentária. Sem dentes, o cidadão não consegue nem disputar uma vaga de emprego. O que o governo pode fazer?

Presidenta Dilma – Carolina, foi para mudar essa realidade e melhorar o atendimento público à saúde bucal que criamos o Brasil Sorridente, em 2003, e continuamos aperfeiçoando o programa. No ano passado, nós incluímos as especialidades de ortodontia e implantodontia e criamos 970 novas equipes do programa em 53 municípios. Para a realização de atendimento especializado, criamos 29 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs). Ao todo, já temos 21.394 equipes, presentes em 87% das cidades brasileiras. Também credenciamos, no ano passado, 185 novos laboratórios regionais de prótese dentária, que foram essenciais para atingirmos o recorde de 290 mil próteses distribuídas. Estamos ainda realizando doações de Unidades Odontológicas Móveis, visando ampliar a cobertura de saúde bucal em localidades de difícil acesso e para populações menos favorecidas. São 100 unidades doadas até agora, com capacidade para 350 atendimentos por mês, cada uma. Os nove anos do Brasil Sorridente estão mudando a realidade da saúde bucal no país. Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2003, éramos um país com média prevalência de cárie e, hoje, somos um país com baixo índice de cárie.

Ricardo Victor Gonçalves, 41 anos, tecnólogo em São Paulo (SP) – Não está na hora de valorizar os professores, criar universidades nas periferias das grandes cidades e no interior do país e oferecer educação de qualidade?

Presidenta Dilma – O Ministério da Educação (MEC) já está trabalhando em todas essas frentes. Vamos construir, entre 2011 e 2014, 201 novas escolas técnicas, quatro novas universidades e 47 novos campus, especialmente no interior do Brasil. De 2003 a 2014, Ricardo, estamos ampliando de 120 para 515 os municípios atendidos pela educação profissional e tecnológica e de 114 para 275 os municípios atendidos pelo ensino superior federal. Temos também o ProUni e o Fies, que continuarão democratizando o acesso ao ensino superior. Quanto à valorização dos professores, criamos o piso salarial nacional do magistério, que era uma reivindicação antiga dos docentes da educação básica. E no projeto de lei que cria o Plano Nacional da Educação, em tramitação no Congresso, está prevista a elaboração de planos de carreira para o magistério. O MEC também está investindo na capacitação por meio do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica. Em 2007, 600 mil professores não tinham graduação ou atuavam em áreas diferentes daquela em que se formaram. Hoje, 360 mil deles cursam a primeira ou a segunda graduação. O sistema Universidade Aberta do Brasil, que oferece educação a distância para professores, em 2011, registrou 204 mil alunos matriculados e 629 polos de apoio presencial em todo o país.

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