"Na verdade eu vou ser bem breve. Esta é uma exposição que tem alguns objetivos. O primeiro é comemorar o Dia Internacional da Mulher, que, neste ano, caiu no carnaval e, portanto, nós resolvemos estender para o mês. Então, o carnaval nos permitiu isso, fazer o mês da mulher e uma comemoração em todos os dias…"
Palácio do Planalto, 23 de março de 2011
Eu queria agradecer a presença de todos vocês aqui.
Saudar o Vice-Presidente,
A ministra da Cultura, em nome de quem saúdo todos os meus ministros,
O meu querido governador do Distrito Federal, Agnelo,
Queria cumprimentar os brasileiros e as brasileiras que estão aqui.
Eu queria agradecer algumas pessoas. Vou começar agradecendo uma pessoa especial, um empresário argentino chamado Eduardo Costantini. Ele é o presidente do Museu de Arte latino-americano de Buenos Aires, onde essa maravilha que é o Abaporu está exposta, e que vocês vão ver daqui a pouco. E o Abaporu, ele tem uma simbologia toda especial para nós, brasileiros, e a presença dele aqui se deve a esse espírito que, geralmente, é de generosidade de todos aqueles que querem ver a arte exposta e não trancada entre quatro paredes. Então, eu proponho uma salva de palmas em agradecimento por garantir que nós, brasileiros, neste ano de 2011, possamos ver a obra que eu acho importantíssima, da Tarsila do Amaral. E, ao falar na Tarsila, eu quero também falar de outra Tarsila, que está aqui presente, que é a sobrinha-neta da pintora Tarsila, e agradecer também a ela pelo fato de que generosamente também permitiu que nós utilizássemos todos os elementos ligados a essa grande pintora brasileira, que é a Tarsila do Amaral.
Queria também dizer que o outro objetivo desta exposição, além de afirmar o fato de que o Brasil tem grandes mulheres pintoras: Tarsila, já foi dito aqui, Djanira, eu também dei minha contribuição, cedi o quadro da Djanira que estava no meu escritório. E, além da Djanira, pintoras recentes, como é o caso da Beatriz Milhazes. Também queria falar das nossas escultoras, que são fantásticas, como a Maria Martins. Queria dizer também de uma pessoa que eu sempre admirei muito, que é a Fayga Ostrower.
Enfim, falar das bonequeiras, bonequeiras, porque nós temos aí pintoras que são pintoras que eu chamaria de nível internacional, e temos, também, bonequeiras que são também de nível internacional, porque eu duvido que tenha bonequeiras tão capazes como as bonequeiras mineiras. Eu não estou puxando brasa para a minha sardinha, porque tem bonequeiras nordestinas, tem bonequeiras no Sul do país, enfim. Mas esta exposição também evidencia a arte popular, através de uma amostra das nossas bonequeiras. E dizer também que nós estamos inaugurando o momento em que as pinturas que os bancos estatais, os bancos públicos brasileiros têm dentro dos seus cofres, por vários motivos – o Banco Central, o Banco do Brasil, e aí agradeço ao Bendine; a Caixa Econômica, agradeço à Maria Fernanda – e todos os museus, e, ao comentar sobre os museus agradeço ao Ibram, em nome de quem vou agradecer a todos os museus.
Então, a outra iniciativa que nós estamos aqui, hoje, é abrindo, também, os acervos que os bancos públicos brasileiros possuem. E sistematicamente vamos colocar aqui preciosidades como o nosso querido Di Cavalcante, o nosso querido Portinari, Cícero Dias, enfim, todas as riquezas que estão guardadas dentro dos bancos públicos.
Para finalizar, eu queria homenagear todas as artistas que deram seus quadros, aquelas que já se foram e aquelas que ainda estão entre nós. E, ao fazê-lo, eu queria homenagear uma bonequeira, que é a dona Isabel, que está aqui a nossa direita. Dona Isabel, a senhora podia levantar? Essa é a dona Isabel, a nossa bonequeira que está sendo exposta.
Bom, na verdade, eu não devia estar falando aqui, mas já que organizaram, eu falei.
E, finalmente, eu quero dizer o seguinte: nada melhor do que entrar na exposição e desfrutar dela. Eu desejo a todos vocês uma boa exposição e reitero que essa é uma afirmação das mulheres brasileiras, que foram capazes, ao longo da nossa história, de produzir artistas fantásticas, artistas que podem, merecem e são dignas de estar em todas as exposições no Brasil e no mundo.
E, finalmente, só uma reflexão: o nome desta exposição é “Mulheres”, “Mulheres, Artistas”, mas, também, nesta exposição tem uma avaliação a respeito da cultura, a respeito da arte e dos homens, porque eu queria lembrar que Abaporu quer dizer “homem que come gente”, “homem que come homem”, no sentido do nosso movimento antropofágico, que é a nossa capacidade de absorver o que tem de universal em todas as culturas e metabolizar no particular. É essa ida do particular ao universal que eu acho que as mulheres também foram capazes de muito bem representar, como vocês vão ver aqui.
Então, boa exposição para todo mundo.