Discurso da presidenta Dilma Rousseff, durante cerimônia de entrega do navio Celso Furtado

Rio de Janeiro-RJ, 25 de novembro de 2011-    Eu queria, aqui, cumprimentar os nossos dois governadores aqui presentes: o governador Sérgio Cabral, nosso querido governador do Rio de Janeiro, meu parceiro, amigo; queria cumprimentar também o governador de Alagoas, governador Teotônio Vilela,

    E cumprimentar os ministros: ministro Edison Lobão, Helena Chagas,
    E cumprimentar um querido parceiro, eu acredito, lutador aqui pelo Rio de Janeiro, que muito me incomoda, que vai a Brasília e sempre pede, Luiz Fernando Pezão. O Pezão é, de fato, um dos melhores gestores que eu conheci e o Pezão mostra a capacidade do Sérgio Cabral de escolher um excelente vice-governador.
    Queria cumprimentar também o prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira,
    Cumprimentar os senadores Lindbergh Farias e Benedito de Lira,
    Os deputados federais Chico D’angelo e Filipe Pereira,
    O nosso presidente dos Correios, Wagner Pinheiro,
    Os diretores da Petrobras: Paulo Roberto Costa, de Abastecimento; Maria das Graças, de Gás e Energia; e o Estrela, da Exploração e Produção da Petrobras,
    Cumprimentar também o Sérgio Machado, presidente da Transpetro,
    O Ariovaldo Rocha, presidente do Sinaval,
    O João Moraes, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros,
    O Manuel Ribeiro, presidente do Estaleiro Mauá,
    A senhora Alessandra Leão dos Santos, subchefe de Máquinas do navio Celso Furtado,
    E aí eu quero fazer um cumprimento todo especial aos trabalhadores e às trabalhadoras da indústria naval do Estaleiro Mauá,
    Cumprimento também o senhor Germán Efromovich, um dos sócios aqui do Estaleiro Mauá,
    Queria cumprimentar, também com especial carinho, a viúva de um grande brasileiro, de um brasileiro que honrou o Brasil, honrou os brasileiros e as brasileiras e, sobretudo, honrou o Nordeste, Celso Furtado. Talvez… nós devemos saber que ele foi e será um dos grandes pensadores do Brasil.
    Queria cumprimentar também a neta do Celso Furtado, (incompreensível) Furtado, e dizer que é uma grande honra para mim estar aqui hoje e lançar este primeiro navio do PAC, e denominá-lo Celso Furtado.
    Queria também cumprimentar as senhoras e os senhores jornalistas, que muito bem o Celso disse, que estão ali no sol. Da próxima vez, eu acho que a gente devia fazer uma reivindicação para ter um guarda-sol ali para eles. Somos solidários nisso.
    Também queria cumprimentar os cinegrafistas e os fotógrafos, e cumprimentar cada uma das pessoas aqui presentes,

    Eu acho que esta cerimônia, ela tem um aspecto muito importante. Ela fez parte… ela faz parte de uma luta que vocês ajudaram muito o Brasil a travar, mesmo antes de vocês estarem aqui empregados, no Estaleiro Mauá, ou, de uma forma ou de outra, estarem sendo beneficiados pelo fato de que no Brasil nós temos emprego, enquanto que hoje na Europa o que temos é o desemprego.
    Aqui no Brasil não era assim antes, porque a indústria naval, quando o presidente Lula chegou ao governo, ela estava paralisada, e muitos estaleiros que já tinham produzido navio, quando você olhava para o chão, você via a grama crescendo por entre as pedras. Isso foi responsabilidade de um momento terrível na nossa história, um momento em que nós tivemos uma das maiores perdas para os profissionais, para os trabalhadores do setor metalúrgico no Brasil, do grande setor metalúrgico.
    E aí, o que aconteceu? O presidente Lula tomou uma decisão: “Nós podemos produzir no Brasil o casco, o navio e a plataforma. Nós podemos produzir e vamos produzir”. É importante a gente lembrar que houve muitas pessoas que diziam assim: “Não podem, não. Vocês não têm competência para produzir. O trabalhador brasileiro não sabe fazer casco”. E a grande qualidade do presidente Lula, talvez até por ter sido um peão como vocês, foi dizer: “Não, o trabalhador brasileiro, ó, ele sabe, sim, fazer casco; ele sabe, sim, fazer um navio”.
    Hoje, nós estamos aqui provando que os brasileiros sabem fazer navio, e aí, nós estamos em um momento muito importante, porque foi dito aqui que o último navio tem 12 anos e que levou dez anos para ser feito. Só levou dez anos para ser feito porque a indústria já devia estar paralisando, desempregando, parando de trabalhar, porque, senão, não leva dez anos. Então, há muito tempo que o nosso país não mostrava que era capaz de fazer um navio.
    O que nós estamos vendo aqui é o seguinte. É que quando os brasileiros e as brasileiras querem uma coisa, eles são capazes. Todos aqueles que trabalham no Brasil sabem que não existe povo mais trabalhador, mais dedicado, mais empenhado, capaz de fazer grandes produções – como navios, aviões, plataformas –, capazes de extrair o petróleo no fundo do mar, na camada lá embaixo, debaixo da camada de sal, o nosso pré-sal.
    Então, hoje é uma manifestação do que nós podemos, e nós podemos fazer porque nós somos um país que tem hoje todas as condições para se transformar cada dia mais – e a prova está aqui –, cada dia mais em um país capaz de dar emprego para os seus filhos, para os seus trabalhadores e para as suas trabalhadoras, e que eles possam criar seus filhos de uma forma a ter acesso à educação, porque nós queremos trabalho, cada vez mais, de melhor qualidade. E é isso que nós vamos fazer juntos, é isso que vocês provaram hoje, aqui.
    E eu queria dizer para vocês que isso tem a ver com o Celso Furtado. Sabe por quê? Porque no Brasil muita gente dizia: “Dá para o país crescer, alguns poucos ficarem ricos e o resto pode ficar na pobreza”.
    O Celso Furtado foi um economista que disse que crescimento era uma coisa, desenvolvimento era outra. Um país só se desenvolvia se, além da sua economia crescer, seu povo crescesse junto, seu povo se desenvolvesse junto, se os empregos ficassem cada vez melhor, se cada família pudesse colocar seu filho na escola e ver ele chegar na universidade, se cada família pudesse ter acesso à saúde.
    Pois é esse homem que, com o trabalho de vocês, nós estamos aqui reconhecendo hoje – um grande brasileiro que disse que desenvolvimento só… para ser desenvolvimento tinha de ter crescimento econômico, geração de emprego, distribuição de renda, senão não era desenvolvimento.
    E isso eu acho que nós estamos conseguindo no nosso país. O que nós estamos conseguindo? Nós estamos conseguindo garantir o emprego. E aqui, eu queria falar uma coisa para vocês, podem ter certeza de uma coisa: nós não vamos permitir, no Brasil, que se exporte empregos para fora, nós não vamos permitir. E não vamos permitir porque o nosso compromisso é com a grandeza deste país. E este país, para ser um país grande, o seu povo tem de ter acesso a emprego.
    Além disso, nós temos de, cada vez mais, sermos capazes de produzir as coisas mais complicadas, porque é assim que nós vamos ser, de fato, um país de primeiro lugar: é quando nós formos capazes de garantir isso que é lema do meu governo. País rico não é um país em que o PIB cresce, não é um país em que os números são o que importa, país rico é aquele em que as pessoas importam e, portanto, é um país sem pobreza. É isso que é um país rico.
    Eu quero dizer para vocês que eu lutei muito para o Brasil voltar a produzir aquilo que ele é capaz. E quero dizer mais uma coisa: não vou permitir, como presidente da República, que a demanda por navio, por plataforma, por sondas, que vai ocorrer nos próximos anos, porque a Petrobras vai continuar investindo, as outras empresas que estão aqui no Brasil, na área de petróleo, vão continuar investindo, e o petroleiro – é bom a gente lembrar –, o petroleiro, aquele funcionário de antes e de hoje da Petrobras é um trabalhador sempre comprometido com a riqueza deste país. Ele também não vai deixar, junto conosco, e nós vamos garantir que nós não vamos transferir emprego para outros países do mundo. Os empregos gerados pelo Brasil serão mantidos no Brasil. Isso é igual a conteúdo nacional.
    E nós temos ainda uma qualidade e uma vantagem. Vocês se lembram daquela época em que o Brasil tinha uma espécie de acompanhante, que vinha aqui e dizia o que a gente podia fazer e o que a gente não podia fazer: o Fundo Monetário Internacional. Hoje, eu quero dizer para vocês que nós temos uma qualidade: o Brasil mudou. Nós pagamos o Fundo Monetário, ninguém manda em nós. Não há nenhuma vontade além da nossa.
    Por isso, como não há nenhuma vontade além da nossa própria vontade, eu quero dizer para vocês que nós precisamos, com muita força, com o trabalho árduo de vocês, e vocês podem ter certeza de que o governo vai estar ao lado de vocês. Nós podemos transformar, cada dia mais, o nosso país em um dos lugares melhores de se viver: um país rico, um país com a sua população com acesso a serviços de qualidade e, sobretudo, um país de cabeça erguida, um país que sabe o que quer e que pode fazer.
E eu tenho certeza de que vocês podem e de que vocês sempre ajudarão o meu governo a construir um país melhor.
    Um beijo no coração de cada um.

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