Discurso de Dilma na regulamentação do Ciência sem Fronteiras e bolsas de estudo no exterior

Palácio do Planalto, 13 de dezembro de 2011 –     Bom dia a todos! Queria cumprimentar aqui os ministros Aloizio Mercadante, da Ciência e Tecnologia [e Inovação]; Fernando Haddad, da Educação; e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil,

   
Em nomes deles, que são responsáveis por este Programa, cumprimento todos os ministros aqui presentes,
   
Queria saudar também os senhores embaixadores de países participantes do Programa, aqui presentes, e agradecê-los pela contribuição que deram para o bom resultado deste Programa: o embaixador da Alemanha, Wilfried Grolig; o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon; o embaixador da França, Yves Saint-Geours; o embaixador da Itália, Gerardo La Francesca; e o embaixador do Reino Unido, Alan Charlton,
   
Queria também agradecer enormemente a parceria, a dedicação e o empenho dos nossos embaixadores nos países que participam do Programa. Agradecê-los pela contribuição que deram a nós, sem a qual nós não conseguiríamos levar este Programa à frente: o embaixador José Viegas, em Roma; o embaixador Roberto Jaguaribe, em Londres; o embaixador, na Alemanha, Everton Vargas; o embaixador Mauro Vieira, em Washington; e o embaixador José Bustani, em Paris.
   
Queria também agradecer aqui a dois professores e, em nome deles, agradeço a todos que participaram deste Programa e o fizeram um bom acontecimento. Eles foram incansáveis, e eu me refiro aqui – como disse o Fernando Haddad – aos dois jovens: professor Glaucius Oliva, presidente do CNPq, e professor Jorge Almeida Guimarães, presidente da Capes. Um Programa feito para jovens tinha de ter a determinação jovem dos dois professores.
   
Queria também cumprimentar a senhora Angela Portela e o senador Lauro Antonio, senador e senadora aqui presentes,
    Os deputados federais Newton Lima e Pedro Uczai,
   
Queria cumprimentar também os senhores presidentes das instituições e das empresas que apóiam este programa. Agradecer ao Robson Braga de Andrade, da CNI; ao Murilo Portugal, da Febraban; ao Paulo Godoy, da Abdib; ao José Sergio Gabrielli, da Petrobras; e ao José da Costa Carvalho Neto, da Eletrobrás, pelo exemplo que dão, neste momento, de participação de empresas privadas brasileiras na formatação deste Programa. Sem eles, nós ficaríamos em 75 mil alunos brasileiros e brasileiras. Com eles, chegamos à marca que pretendíamos de – e ultrapassamos em mil estudantes –, de 101 mil oportunidades para a formação de brasileiros e de brasileiras.
   
Queria cumprimentar os senhores reitores aqui presentes e as senhoras reitoras,
Minha cara Emanuele Graciosa Pereira, por intermédio de quem vou saudar todos os estudantes bolsistas que, a partir de agora… os 1,5 mil que já têm oportunidade e os mais de 12 mil que agora vão começar o processo de seleção.

Queria saudar também os senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas,

No dia 26 de julho apresentamos à sociedade brasileira a proposta do Ciência sem Fronteiras, e, por essa proposta, como vocês sabem, nós ofereceríamos as 75 mil bolsas para estudantes brasileiros realizarem seus estudos… ou as bolsas-sanduíche da graduação ou as bolsas-sanduíche da pós-graduação e cursos integrais de doutorado, bem como trazer para o Brasil pesquisadores seniores e pesquisadores jovens para contribuírem com a universidade brasileira. Lançamos também o desafio e hoje vimos que esse desafio foi plenamente atingido, de chegar a 101 mil bolsas… aliás, na verdade, a 100 mil bolsas.

Hoje, exatos 140 dias depois, nós transformamos essa proposta, numa realidade e estamos aqui anunciando algumas coisas que eu queria frisar: primeiro, o decreto de regulamentação do Ciência sem Fronteiras, que cria um grupo que vai ser responsável pela monitoração desse processo, acompanhamento desse processo e a garantia de uma integração entre os diferentes agentes, permitindo suporte aos estudantes brasileiros no exterior. Além disso, o anúncio dos primeiros 1500 alunos que irão, no caso dessa primeira seleção, já para os Estados Unidos, agora em janeiro.

Anunciamos também as 54.200 oportunidades que temos para os próximos três anos, de estudantes que irão para os Estados Unidos, para o Reino Unido, para a França, para a Itália e para o Canadá. Também anunciamos que nós iríamos cuidar para que… aliás, uma promessa que fizemos lá em 26 de julho, que nós iríamos cuidar para garantir aos estudantes que não vêm das classes mais abastadas do país, a mesma oportunidade neste Programa, superando a barreira da língua. Isto significa que as universidades federais passarão, a partir de agora – e progressivamente, até atingir a todas, em 2013 –, a oferecer cursos de línguas no Brasil – tanto cursos sistemáticos como cursos de férias – para aqueles estudantes que atingirem 600 pontos do Enem e que queiram se preparar para ir ao exterior.
Ao mesmo tempo, nós vamos garantir cursos de línguas, de imersão, no exterior para os selecionados, de seis a oito meses, dependendo do seu destino, e isso pode permitir que a gente afirme que este é um programa que tem, na sua base, critérios que nós consideramos essenciais. Primeiro, o critério de mérito, e segundo, para aqueles que atingem o mérito, nós vamos dar as mesmas oportunidades no sentido de assegurar o acesso ao domínio de uma segunda língua.

Eu considero este Programa um dos grandes programas do meu governo. Tenho muito orgulho dele porque ele cumpre um papel essencial. Primeiro, de abrir o Brasil para o mundo, de permitir que brasileiros e brasileiras olhem para as diferentes áreas do conhecimento, em diferentes países, olhem para essa questão como uma questão essencial para o Brasil.
Nós somos, de fato, um país muito rico. Nós temos petróleo, nós temos minério, nós… aí, eu quero agradecer, mais uma vez, à Vale, à Petrobras pela sua participação. Nós temos também uma agricultura bastante competitiva e produtiva, nós temos uma indústria. Mas, o que nós temos certeza que vamos precisar, nos próximos anos, é de homens e mulheres muito bem preparados, muito bem capacitados e que tenham condições de permitir que o nosso país adentre à economia do conhecimento, sendo capaz de produzir ciência, de inovar e de absorver tecnologia e transformar.

Nós queremos que o nosso país encurte a diferença que a história excludente e não muito soberana, algumas vezes, do nosso país, nos conduziu. Queremos, agora, que jovens brasileiros e brasileiras, progressivamente, tenham acesso à melhor educação disponível no mundo. Queremos também que isso seja suportado, não neste Programa apenas, mas em todos os programas de educação e ciência e tecnologia do país. Nós somos defensores de educação de qualidade, da creche à pós-graduação. Nós valorizamos professores e sabemos que o vínculo das universidades com qualquer instância de estudo e de educação no Brasil é a qualificação e a qualidade do professor.
Por isso o Reuni, o ProUni, por isso todos os programas que nós fizemos ao longo desses anos, a partir do governo do presidente Lula, e agora expandidos também no meu governo, são programas que alicerçam a necessidade no nosso país de ascender à educação de qualidade e garantir essa educação de qualidade para todos os brasileiros e brasileiras, e, ao mesmo tempo, criar mecanismos de expansão da excelência também, não só pelas nossas universidades públicas e privadas, mas agora também garantindo o acesso de nossos alunos, de nossos professores-doutores, de pesquisadores nacionais e internacionais ao nosso país.

Eu queria também aqui, neste momento, dizer que sem todos os que participaram, esse seria um trabalho impossível. Este é um trabalho de equipe, conjunto, e aí eu agradeço, de forma especial, a liderança dos ministros Aloizio Mercadante, Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann.

Hoje, a partir de agora, começa o Ciência sem Fronteiras, mas ele teve um trabalho prévio extremamente árduo. Dois professores, de fato, viajaram por vários países do mundo, fizeram contatos, estabeleceram ligações e permitiram que nós possamos selecionar, aqui no Brasil, e a partir da seleção das universidades, um conjunto de brasileiros que darão esse primeiro passo no sentido da ciência sem fronteiras no nosso país.
Temos certeza de que, a estes primeiros cem mil, outros cem mil se sucederão e queremos abrir a formação científica e tecnológica e o ambiente necessário à inovação a muitos brasileiros, porque dependemos dessa formação massiva para criar essa espécie de meio ambiente de massa crítica, que é essencial para as invenções, para as descobertas e para essa imensa aventura do ser humano que é se superar sistematicamente.

Eu sei que os nossos desafios são grandes, o Brasil é um país complexo. Eu sei que nós precisamos, simultaneamente, enfrentar nossas dívidas históricas, como a extrema pobreza e a garantia da elevação da competitividade da nossa sociedade, da nossa economia, por meio da ciência, da tecnologia e da inovação.
Sei também da importância das áreas humanas na formação de um pensamento generoso e da constituição da nossa própria nação. Nós, agora, estamos fazendo aquele esforço nas áreas em que precisamos, com urgência, mais, que são as áreas das ciências exatas, das ciências da informação, das ciências médicas, enfim, das áreas que aqui no Brasil nós chamamos de ciências exatas. Com o Ciência sem Fronteiras nós vamos demonstrar que com parceria, dedicação, muito esforço e muito estudo dos nossos queridos jovens, nós vamos ser bem sucedidos e nós, juntos, vamos continuar conduzindo o Brasil neste caminho, nesta verdadeira trajetória, e que possa realizar plenamente o potencial  dos nossos 190 milhões de brasileiros.
Muito obrigada.

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