Editorial SP-255: Chega, estão fazendo nós e a Justiça de idiotas!

Nada em SP, estado mais rico da federação justifica tanta demora – mais de nove meses – para resolver um probleminha de buraco num trecho importante de rodovia que interliga vários municípios carentes numa rica região, maior produtora de pepino japonês do estado e forte produtora de grãos , mas que, paradoxalmente, ao longo da história vem vergonhosamente exibindo um dos piores índices de IDH – Índice de Desenvolvimento Humano.

Esse buraco, certamente num dos estados mais pobres da federação, mas que tem boa vontade e respeita o seu povo seria resolvido no máximo em quinze dias. Num país desenvolvido, talvez dois dias.

Mas daí podem surgir os metidos, de má vontade, que, para dificultar, dirão que isso seria impossível por causa da obediência aos prazos da nossa importante Lei de Licitações. Falácias, pois essa mesma lei tem regras especiais para casos de urgência e emergência, como foi o caso em questão.

Porque estão fazendo nós e a Justiça de idiotas?

Tirando a Justiça de Itaporanga que, diante da gravidade agiu rápido e acatou ainda no ano passado, em setembro de 2017, Ação Civil Pública proposta pela promotora de justiça Carla Murcia Santos, contra o Estado e o DER – Departamento de Estradas de Rodagem logo após o surgimento do desmoronamento que, até então tinha comprometido apenas parte de uma das faixas da pista e poderia ser resolvida rapidamente e a custos menores ao erário do Estado.

Nessa ação, a Justiça sentenciou determinando ao Estado e ao DER, que tomassem providências urgentes para sanar o problema, sob pesada multa diária pelo não cumprimento. Mas ambos, como todos os poderosos na relação entre os poderes, se achando acima da lei e na certeza de não serem alcançados, simplesmente ignoraram o Poder Judiciário da Comarca de Itaporanga, e nem sequer, em respeito, tiveram a delicadeza de pelo menos responderem aos ofícios da Justiça de Itaporanga.

Agora, em primeiro lugar e com razão sobra para nós imprensa também, pois infelizmente, por questões financeiras fomos omissos e não demos o tratamento adequado à questão para não criarmos conflitos, numa postura típica da imprensa interiorana, caracterizada como inútil por ser submissa e servil aos poderes locais Executivo e Legislativo e de não dar voz à oposição. Não deveriam chamar-nos de imprensa, mas de relações públicas que atende apenas os egos e vaidades desses dois últimos poderes.

Em segundo lugar, indistintamente vem os quatro prefeitos, os trinta e seis vereadores e os deputados estaduais e federais votados nesta região, os quais com toda a força política que têm, fizeram de idiotas os primeiros. Não adiantaram pedidos, reclamações, ofícios, telefonemas e as incontáveis visitas aos seus gabinetes. Tudo ficou em cafezinhos, tapinhas nas costas e promessas de emendinhas de valores medíocres, fotinhas nos facebooks da vida e apenas as promessas de providências.

Observamos porém que um deles (prefeito) tem consciência desse papel ridículo e em off revelou a nós como está sendo muito chato fazer esse papel, gastando tempo e dinheiro do contribuinte (Por exemplo viagem a São Paulo se gasta em torno de R$ 1.000,00), sem o retorno em benefício ao município. À Brasília, o custo da viagem é bem maior.

Poderiam sim, neste caso, e fazendo jus ao que ganham, abandonar a parcimônia, e até elevar o tom de voz na conversa e com pulso firme, cobrar energicamente providências. Isso, nas melhores democracias do mundo não seria falta de educação, mas posturas justas nas relações com poderes omissos, que tratam o cidadão apenas como um número nas eleições.

E finalmente a nós povo, que por conta de uma equivocada tradição de pacificidade, preferimos ficar numa ilusória zona de conforto, sem atitudes, mesmo arcando com muitos prejuízos nas costas, tendo irritações que afetam a saúde e aguentando humilhações, nos omitimos também por não termos feitos cobranças igualmente com pulsos firmes.

Não tivemos se quer a coragem de fazer algo de útil cobrando providências, como uma manifestação pacífica por exemplo, ou um ou uns rápidos bloqueios de rodovias que estão normais, respeitando direitos. Por conveniência, preferimos não nos mobilizarmos, indo à campo para pelo menos mostrarmos nossa insatisfação com as omissões dos governos.

Ao invés disso, diante de uma telinha de celular, PC ou notebook, nas mídias sociais, ficamos reclamando e tagarelando, escrevendo comentários sofríveis em português e conteúdo, somente com a ilusão de contabilizarmos likes e comentários aplaudindo.

É certo que a obra está no fim, mas e que esse problema sirva de lição para nunca mais aceitarmos situações parecidas, porque quem está distante, no conforto de uma sala com ar condicionado não tem mesmo como saber os problemas que estamos passando.

Bom, ontem estouraram a defensa e o trânsito estava fluindo, depois veio a Arteris e bloqueou novamente, e logo em seguida estouraram de novo. Mas a Arteris iria insitir no bloqueio até a empresa responsável pela obra do DER fazer a capa de asfalto sem nenhuma data prevista.

O aterro está firme e forte, não oferecendo nenhum perigo em comparação com os perigos dos desvios.
Então, fica um recado para que todos cobrem junto ao DER e Arteris, uma atitude sensata de permitir o tráfego, e só bloquear novamente quando a empresa começar a cobrir o pequeno trecho de asfalto.

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Jaime motta
Jaime motta
19 de março de 2018 11:53

Volto a frisar, a balsa entre Barão de Antonina e Fartura continua sem solução. Também trata-se de um meio de transporte público, onde, ambas prefeituras fazem papel inoperante para o problema.
Amigos da imprensa mudem a postura e façam cobranças também..