Em coletiva, Dilma se irrita com radialista que chamou moradia de casinha

Entrevista coletiva concedida a emissoras de rádio no Nordeste, durante entrega de 1.500 moradias do Minha Casa, Minha Vida, a presidenta Dilma Rousseff se ofendeu quando um radialista chamou a moradia de casinha: “Sim. Mas o povo brasileiro não tinha nem casinha. O povo brasileiro tinha o quê? Morava em casas de papel, em palafitas. Esta casinha, como você está dizendo – imagino que a sua casa seja grande”, 

 reagiu ela sobre essa e sobre uma outra relacionada a transposição do São Francisco,  a certa altura dos questionamentos.  Confira a íntegra dessa entrevista
 
Petrolina-PE, 05 de agosto de 2011


Jornalista: Muito bem, Jean Rego, amigos da Rádio Juazeiro…

Jornalista: Muito boa tarde.

Jornalista: Nós já estamos aqui, ao lado da presidenta Dilma Rousseff.

Jornalista: Boa tarde para você, meu caro Fábio Moreno. Um abraço aos seus ouvintes do (incompreensível), aproveitar para abraçar os amigos de Pernambuco, da região de todo o entorno do Vale do São Francisco, através da rádio Grande Rio AM. E aproveitando, cumprimentando também meu colega de profissão, jornalista Ramos Filho, da rádio Juazeiro; em seu nome, cumprimento os colegas lá da rádio Juazeiro; e também os baianos que estão ouvindo a gente, através da rádio Juazeiro.
Dizer para a senhora, Presidenta, que além da rádio Grande Rio, de Petrolina, a rádio Juazeiro, da cidade de Juazeiro, também conosco, agora, em cadeia com a rádio Grande Rio de Petrolina está a rádio Cidade. Me permita, antes, cumprimentar o nosso conterrâneo, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, agradecer à senhora em nome dos pernambucanos, dos nordestinos, em especial o pessoal aqui do Vale do São Francisco que vibrou, e muito, pela convocação, de a senhora ter convocado o mesmo para fazer parte do seu governo e colocado numa Pasta tão importante, que é o Ministério da Integração Nacional. A senhora pode ter certeza que a gente vibra cada vez mais quando escuta, na imprensa: “Dilma Rousseff tem elogiado o comportamento de Fernando, a população brasileira tem também elogiado o comportamento de Fernando”. E a gente quer mais. Mas para a gente não é nenhuma novidade, porque a gente sabe do potencial, da qualidade e da inteligência do Fernando Bezerra.

Portanto, prazer em recebê-la aqui na nossa região. Seja bem-vinda, que essa seja a primeira de tantas outras. Boa tarde aos amigos de Petrolina, de Pernambuco, através da Grande Rio de Petrolina; aos amigos de Juazeiro, através da rádio Juazeiro e da rádio Cidade. Seja bem-vinda, boa tarde, Presidenta.

Presidenta: Muito boa tarde. Eu queria cumprimentar o Ramos Filho, da rádio Juazeiro, Bahia, e queria cumprimentar também o Francisco José, da rádio Grande Rio, Petrolina. E dizer que eu estou aqui acompanhada por pessoas importantes dos dois estados. Está comigo o governador Jaques Wagner, governador da Bahia; comigo também o prefeito aqui de Petrolina, fico com muita honra de estar acompanhada por ele, o Júlio Lossio; e o nosso querido ministro da Integração Regional, nosso querido ministro Fernando Bezerra. Então, estamos aqui muito bem representados.

E agradeço a oportunidade. Queria dar, assim, um cumprimento especial para todos os baianos e todos os pernambucanos. Eu acho que estou aqui na confluência, no coração do Brasil.

Jornalista: Questão de justiça, o Fábio me permita, o Ramos é quem vai fazer a primeira pergunta, mas também a rádio Cidade está conosco, da cidade de Juazeiro.

Presidenta: A rádio Cidade. Então, também cumprimento a rádio cidade.

Jornalista: Eu gostaria que a senhora cumprimentasse também a nossa coirmã, a emissora Rural, aqui de Petrolina, também está fazendo cadeia conosco, a emissora Rural AM. Essa grande plêiade de emissoras, retransmitindo essa…

Presidenta: Eu também cumprimento essa sua coirmã, e quero te dizer que eu fico muito feliz de estar falando com tantos brasileiros e brasileiras nesta tarde.

Jornalista: Vamos então dar início à entrevista propriamente dita. Primeiramente, boa tarde à Excelentíssima senhora presidenta da República, Dilma Rousseff. Boa tarde ao radialista Francisco José, a todos aqui presentes, e ao público que nos acompanha. Presidenta, nós queremos tratar nesta entrevista de questões regionais. Contudo, deu-se um fato, desde ontem, e que repercute em todo o país, eu creio que a senhora ainda não se pronunciou publicamente sobre o assunto, que é a saída do ministro Nelson Jobim do Ministério da Defesa e a chegada de Celso Amorim. Qual é a explicação que a senhora dá para essa mudança no Ministério da Defesa? A senhora tem agora a primeira oportunidade de se pronunciar publicamente sobre o assunto.

Presidenta: Olha…

Jornalista: Em seguida, a gente entra nas questões regionais. 

Presidenta: Olha, Ramos Filho, eu acho que esse assunto é muito fácil de ser entendido pela população, que é o que interessa. O ministro Celso Amorim assume o Ministério da Defesa porque ele já deu mostras de ser um brasileiro muito dedicado ao Brasil. Ele é responsável, no passado, por uma política externa independente, uma política externa que tem compromisso com o Brasil, que coloca o Brasil no mesmo patamar. Ninguém quer ser melhor que ninguém. Nós nos colocamos no mesmo patamar de qualquer país. Queremos respeito e damos respeito. Então, eu acho que o ministro Celso Amorim tem todas as condições para ser ministro da Defesa, e por isso eu o indiquei. Já no que se refere ao ex-ministro Nelson Jobim, eu reconheço o grande trabalho que ele deu ao país, a contribuição que ele deu na condução das questões da Defesa. Infelizmente, nós esgotamos uma etapa, e por isso passamos e viramos a página, e estamos agora com o ministro Celso Amorim. E tenho certeza de que ele vai prosseguir no trabalho importante realizado pelo ex-ministro Jobim e vai acrescentar a ele um reforço especial, na medida em que a gente sempre tem de melhorar. A gente nunca pode se contentar com o que conquistou.  

Jornalista: Presidenta, agora vamos para uma questão regional. O motivo que traz a senhora à região é um motivo justo: a inauguração de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida e a duplicação da Ponte Presidente Dutra. Mas, Juazeiro, Presidenta, apesar de ser um polo de desenvolvimento regional, apresenta enormes carências, sobretudo na sua infraestrutura urbana. E uma das obras mais aguardadas por nossa população é o anel viário ou travessia de Juazeiro, que vai representar um grande avanço urbanístico para a nossa cidade. É possível que essa obra seja executada ainda no seu governo, Presidenta?

Presidenta: Olha, essa obra tem todas as condições de ser executada no meu governo, ela vai ser executada. Nós colocamos no PAC 2, no Programa de Aceleração de Crescimento 2, a construção de uma travessia urbana. Já teve essa discussão – se era anel viário, se era travessia urbana. É uma travessia urbana, com nove quilômetros de extensão. É isso que vai ser feito, e é importante porque finalmente essa ponte, que parecia que jamais iria ser solucionada, ela foi concluída, e agora trata-se de fazer esse final, que é a travessia urbana, e beneficiando toda a população de Petrolina e de Juazeiro. 

Jornalista: Presidenta, a senhora, evidentemente, tem acompanhado e tem conhecimento de que a oposição tem batido muito, e de uma forma contundente, no que diz respeito à irrigação. O governo Lula, segundo a oposição, tem governado oito anos com os olhos fechados, nada tem feito pela irrigação aqui no Vale do São Francisco. E tem dito, exatamente, que Lula tem sido “zero” para a irrigação. 
A senhora assumiu a Presidência, já convocou o Fernando Bezerra para o Ministério da Integração Nacional. Fernando criou o Conselho da Irrigação, criou a Secretaria da Irrigação também, e ouvi (incompreensível) recentemente, falando em entrevista ao repórter Paulo Henrique Amorim, que a senhora o havia autorizado a criar um programa de irrigação.
A pergunta é exatamente em cima dessa situação. Quais são as opções, de que forma a senhora pretende mudar esse quadro aqui para o Vale do São Francisco? E de que forma esse programa vai funcionar, e que programa é esse de irrigação aqui para o Vale, Presidenta?

Presidenta: Olha, eu, primeiro, queria afirmar que nós vamos concentrar agora nossos esforços na formulação de uma política muito importante, que é uma política nacional de irrigação pública. Essa política, eu pretendo que nós tenhamos condições de lançá-la no final de agosto ou no início de setembro, até metade de setembro nós lançaremos – pode ser um pouco antes, mas não vai ser um pouco depois. Isso significa que nós consideramos que não fizemos nada pela irrigação? Não. Eu considero que várias obras foram feitas durante o governo do presidente Lula para a irrigação. O que nós faremos, dentro daquele espírito de que você sempre pode avançar, é agora melhorar, é fazer uma política estratégica de irrigação. 
Nós talvez tenhamos feito uma das principais obras neste país – ela está em andamento ainda – no que se refere ao acesso à água para esta região do país, que é a região que teve no problema do acesso à água sua grande complicação, responsável pelo fato de que milhares de nordestinos saíram de suas terras porque não tinha água e foram para o Sul e o Sudeste, e agora, com o novo Nordeste, estão voltando. Este novo Nordeste, ele ocorre tanto por oportunidade, como também pela perspectiva de ter água. Primeiro, eu queria lembrar o projeto de transposição e de interligação das bacias do São Francisco. Queria lembrar que esse projeto é um projeto de envergadura internacional. Ele está para o Brasil como o projeto do Mississipi, lá do Vale do Mississipi, esteve para os Estados Unidos, o Vale do Colorado.

___________: Vale do Colorado.

Presidenta: [Vale] do Colorado, está certo, esteve para os Estados Unidos. Aqui no Brasil, eu acho que ele significa também que nós vamos usar vários instrumentos para assegurar o acesso à água. Aqui nesta região é fundamental a irrigação, e aí eu acredito que o Pontal, o projeto Pontal, que nós estamos retomando, porque nós também estamos adaptando… aprendemos muito, tentamos fazer uma parceria público-privada para irrigação, tivemos dificuldades de conseguir participantes. Agora estamos fazendo uma melhoria para assegurar que vai haver uma continuidade nessa questão do Projeto Pontal. Mas eu queria alertar também que no programa Brasil sem Miséria nós estamos fazendo 750 mil cisternas, e vamos fazer cisternas, barragens, aguadas, barraginhas. Nós vamos usar de todos os mecanismos para garantir água para a produção, para consumo humano e consumo animal. No caso da irrigação, aqui, é muito importante porque esta região está se transformando numa das regiões polos, tanto para a exportação de uva… de frutas, em geral, mas também na produção dos nossos vinhos. O governador Jaques Wagner vinha, no avião, me informando que esta região, hoje, ela está em segundo lugar na produção de vinhos no Brasil inteiro. Então, quando a gente falar de vinho, vamos sempre lembrar que nós estamos falando de Juazeiro e Petrolina.
 
Bom, eu considero que essa questão da irrigação vai ser um dos grandes diferenciais nesses próximos quatro anos, e tenho certeza de que o ministro Fernando Bezerra tem todas as condições de fazer com que esse programa seja um sucesso.

Jornalista: Eu queria tratar com a senhora, e aí é uma oportunidade, talvez única, e a gente não sabe de que outra forma a gente vai ter essa oportunidade, e Petrolina, a cidade de Juazeiro, toda a região torce muito. A senhora falou da questão do Pontal. Queria que a senhora também se reportasse a respeito do Canal do Sertão. Nós aqui estamos torcendo, mais do que nunca…

Presidenta: Do sertão alagoano? Não, não (incompreensível). 

Jornalista: Exatamente, e a gente está torcendo demais, Presidenta, que Petrolina, apesar da importância dada à cidade de Petrolina, de ser um dos maiores exportadores de fruticultura, a gente está fora do ramal da Transnordestina. Haveria possibilidade – porque no primeiro projeto ficou fora – de colocar Petrolina nesse ramal? E a transposição está lenta, não é, quase… No governo Lula (incompreensível) foi a menina dos olhos do governo Lula o programa, e começou de uma forma muito boa e acelerada, mas agora tem caído, e praticamente está parado. Eu queria que a senhora se reportasse sobre o ramal aqui para Petrolina, da Transnordestina, e também a questão do Canal do Sertão.

Presidenta: Meu querido Francisco José, a transposição não está parada. Por quê? Porque no projeto São Francisco, agora, neste mês – três dias atrás, que era julho –, tinha quatro mil pessoas trabalhando. E você vai me desculpar, mas quando você tem quatro mil pessoas numa obra, ela não está parada. Nós tivemos de fazer alguns ajustes. Por quê? Porque quando as obras foram iniciadas, nós usamos o projeto básico. E o projeto básico, como você sabe, ele, muitas vezes, não dá todas as características do projeto de engenharia. Quando a gente fez o projeto executivo, nós tivemos de acrescentar túneis, nós tivemos de acrescentar várias outras obras que não estavam previstas inicialmente. E, com isso, o ministro Fernando está fazendo todas as licitações que deve, e até final de agosto nós temos as condições de informar os nossos ouvintes. O projeto do São Francisco estará andando integralmente. Hoje a grande maioria está em andamento. Faltam algumas parcelas. Essas parcelas – vou repetir mais uma vez –, até o final deste mês de agosto, nós estaremos com todos os trechos em obra. Além disso, nós descobrimos, no processo de fazer – porque como eu te disse, começamos com projetos básicos, e agora nos aprofundamos nos projetos de engenharia –, que alguns trechos são mais complicados do que pareciam inicialmente. Isso acontece com qualquer obra de engenharia. E assim sendo, o Ministro vai ter necessidade de um período maior do que nós supúnhamos para concluir todo o projeto. Mas de qualquer jeito nós vamos buscar, sistematicamente, garantir uma coisa. Você conclui um pedaço e garante que esse pedaço já começa a fornecer água para aquelas populações do entorno. Aí você conclui mais outro, porque a conclusão, não vão ser todas num momento só. Uns vão concluir primeiro, outros vão concluir num segundo momento e outros num terceiro momento. O que nós vamos garantir sempre é que a cada fase que nós façamos, nós concluamos e coloquemos água à disposição. O que é muito importante… um projeto dessa envergadura e com os desafios de engenharia que ele tem, é muito importante que ele ocorra porque vai beneficiar uma parte muito importante da população brasileira, que é o semiárido, e vai mudar a cara do semiárido. Aquela música que a gente escutava ou aquela… uma espécie de tema muito recorrente, que “o sertão vai virar mar”. Eu não digo que vai virar mar porque a água não é salgada, mas que o sertão vai ter acesso à água que não tinha, vai ter. De fato, uma nova oportunidade. 

Jornalista: Vai estar no ramal da Transnordestina, Presidenta?  

Presidenta: A Petrolina, agora, não estará, não senhor, no ramal da Transnordestina. Ela não está agora no ramal. Ela estará em um segundo momento, porque nós temos dois grandes momentos. Como em qualquer obra de rede, ou seja, que cria uma estrutura ao longo do espaço, o que você tem? Você tem um tronco principal e depois você cria os troncos secundários. Petrolina, quando for o caso, estará no tronco secundário. Agora, Petrolina e Juazeiro vão ter, no que se refere à água, eu acho, uma iniciativa, um programa e uma obra muito importante, que é a hidrovia de São Francisco. Nós vamos – de Pirapora, lá em Minas Gerais, até Juazeiro, aqui na Bahia, e, portanto, beneficiando também Petrolina – nós vamos ter um investimento significativo em torno de R$ 150 milhões para garantir a navegabilidade desse trecho. Nós vamos, no PAC 2, iniciar obras de hidrovias. As três grandes obras, tem outras, mas as três grandes obras que estão sendo priorizadas são: a hidrovia aqui de São Francisco, uma hidrovia lá no Mercosul e a hidrovia Paraná-Tietê. São três grandes obras. Tem outros trechos que são, vamos dizer assim, menos volumosos. Nós achamos que isso fará diferença na região, garantirá o acesso por hidrovias e, portanto, colocará à disposição uma nova logística aqui nesta região. Você está falando de logística, quando você me fala, também… o canal é uma oferta de água, eu estou te falando do uso da água para transporte. 

Jornalista: Presidenta, a gente continua ainda falando a respeito de abastecimento de água. Recentemente, a senhora participou, em Alagoas, do lançamento do programa Brasil sem Miséria, com foco aqui na região Nordeste, que tem como carro-chefe o programa Água para Todos. Aqui no Vale do São Francisco nós temos comunidades que estão a poucos quilômetros do rio, e que não têm acesso à água de qualidade, como é o caso, por exemplo, eu vou citar aqui para a senhora, da localidade de Umbuzeiro, na região do Salitre, interior de Juazeiro, que é a terra natal do jogador da seleção brasileira, Daniel Alves. E lá a população mora a poucos quilômetros do rio São Francisco e não tem água de qualidade para consumir. A senhora informou agora há pouco sobre a transposição, o projeto de integração do São Francisco, que levará água a comunidades da Paraíba, do Ceará, enfim. E para essas localidades que estão a poucos quilômetros do rio e que ainda não têm água tratada, de que forma o programa Água para Todos poderá beneficiar essas localidades, a exemplo da terra do Daniel Alves, Umbuzeiro, lá no Salitre?

Presidenta: Bom, se for água para a população rural, ela terá acesso pelo nosso projeto de 750 mil cisternas, privilegiando aqui a região do semiárido, ela vai ter acesso a esse programa, que nós queremos fazer em dois anos – 350 mil este ano e 350 mil…. em torno de 350 mil este ano, e o restante no ano que vem. Agora, eu acho…

Jornalista: Mas o Programa não prevê adutoras?

Presidenta: Não, esse é um programa… Estou tentando te explicar assim: ele é um programa para a população mais pobre, extremamente pobre. Esse programa, se você me falar o seguinte: “como é que funciona a oferta de água, do ponto de vista do governo federal?” Nós vamos combinar aqui, nesta região, um projeto como a transposição, do porte do da transposição – porque esse é um projeto complexo – com adutoras, com canais, com barragens e com barraginhas. Não existe só uma arma para você atacar esse grande inimigo, que foi sempre a seca nordestina. Não será carro-pipa a nossa estratégia, nós não estamos nessa estratégia, a nossa estratégia é outra. A nossa estratégia combina isso: da transposição, passando pela adutora, pegando a barragem, a barraginha, e até a cisterna. Não há um só um processo. O ministro Fernando está aqui insistindo para eu falar “a terceira etapa”. 

____________: A adutora do Salitre….

Presidenta: A adutora do Salitre beneficiará essa população. Mas eu queria dar essa ideia, que não é uma arma só. Para atacar esse problema, nós temos de atirar com várias armas, incluindo as 750 mil cisternas, incluindo a integração e a interligação do São Francisco, incluindo adutora, incluindo barragens que nós temos de fazer. Não há um único jeito. Por exemplo: cada estado e cada região vai ter o acesso a… …ficou mais fácil para nós e para ela garantir a maior quantidade de água. Eu queria aqui, também, antes que acabe o programa, dizer o seguinte: nós, hoje, estamos com muito orgulho de vir aqui em Juazeiro e entregar 1.500 unidades do Minha Casa, Minha Vida. Muita gente me perguntou se este Programa, ao longo passado, quando eu era coordenadora do governo do presidente Lula, se este Programa tinha condições de viabilizar 1 milhão de casas. Não só nós demonstramos que foi possível contratar 1 milhão de casas em um ano e pouco… 

Jornalista: Foram entregues?

Presidenta: Não, uai. Elas foram contratadas. Você acha que a gente contrata e entrega? Não. Você contrata, constrói e entrega.

Jornalista: (incompreensível)

Jornalista: Quantas já foram entregues?

Presidenta: Aqui foram 1.500… serão 1.500 unidades do Minha Casa, Minha Vida. E em Petrolina foram contratadas 4.500 em setembro de 2010, e foram entregues, já, 400. Esse é um processo que não é automático, porque você leva, em média… você leva em média… antes você levava, em média, 33 meses; hoje nós reduzimos isso. O prazo maior não era a construção. No Brasil, o prazo maior era o tempo em que o projeto ficava para ser licenciado pela prefeitura, para arranjar dinheiro para ser construído e para ter contratação. Nós concluímos 1 milhão de contratação. Sob todos os aspectos, não há nenhum momento da história do Brasil – nem na época em que criaram, se vocês se lembram, o BNH – que tinha esse volume de contratos. Nós estamos indo para 2 milhões. Contratar, no Brasil, era a parte mais difícil, porque contratar implica ter dinheiro para fazer, ter o terreno para construir e ter licença da prefeitura. Isso hoje ocorre. E mais: ocorre para a população que não tem dinheiro. Qual é essa população que não tem dinheiro? Não é que ela não tenha nenhum, é que a conta não fecha. Por que a conta não fecha? Hoje uma casa, em média, que nós pagamos pela Caixa Econômica Federal – e aqui está o presidente da Caixa – ela fica em torno de 50, 51, 52 mil reais. 

Jornalista: Por casinha.

Presidenta: Sim. Mas o povo brasileiro não tinha nem casinha. O povo brasileiro tinha o quê? Morava em casas de papel, em palafitas. Esta casinha, como você está dizendo – imagino que a sua casa seja grande. 

Jornalista: (incompreensível)

Presidenta: Não, mas não é bem uma casinha. Ela tem dois quartos, sala, cozinha, banheiro, tem piso de cerâmica, parede de metade de azulejo, portas e janelas com tamanho especificado e acesso. Eu acho que ela não pode ser desmerecida, porque eu tenho certeza de que para qualquer pessoa que obtenha a sua casa própria, ter um teto onde criar seus filhos é algo muito importante. Nós já entregamos, no Brasil, 271 mil casas. Não entregamos 1 milhão, nem pretendíamos, nem prometemos. O que nós estamos dizendo é que eu contratarei 2 milhões, no mínimo, 2 milhões de casas até 2014. No Brasil, nunca foi feito isso.

Jornalista: Presidenta, para a gente concluir, gostaríamos de agradecer em nome de Francisco José, da rádio Grande Rio AM e em nome de Ramos Filho, da rádio Juazeiro AM a deferência da sua assessoria em convidar estes veículos de comunicação para este bate-papo com a senhora, amigável, aqui, trazendo estas informações para a região do Vale do São Francisco. Agradecemos a sua visita e suas palavras, e Juazeiro e Petrolina estarão sempre prontas a bem recepcioná-la. Que a senhora traga boas novas para Juazeiro, para Petrolina, sempre, porque esta região, apesar de todo o progresso que ela vivencia, necessita bastante de investimentos dos governos estaduais e principalmente do governo federal, devido à baixa capacidade de investimento das nossas prefeituras. Muito obrigado.

Presidenta: Olha, eu agradeço a oportunidade à rádio Grande Rio AM de Petrolina, ao Francisco José; agradeço também a você, Ramos Filho, da rádio Juazeiro AM, de Juazeiro, Bahia, esta oportunidade. E quero dizer que para mim é um prazer imenso falar aqui, tanto com a população da Bahia quanto com a de Pernambuco. Estar aqui em Juazeiro e em Petrolina é estar em um ponto do Brasil muito especial. Aqui tem dois grandes estados da Federação unidos. E aí me disseram – queria comemorar isso – que hoje vão fazer uma coisa única: vão criar uma central de regulação dos leitos dos hospitais, entre os dois estados, de forma que a população da Bahia, lá de Juazeiro, pode usar um leito em Petrolina, Pernambuco; e a população de Petrolina pode usar um leito em Juazeiro. Se é melhor um médico do coração em Juazeiro ou em Petrolina, tem essa oportunidade de o que for melhor ser acessado pela população. Eu queria dar os parabéns para os governadores, o governador Jaques Wagner, que está aqui conosco; o governador Eduardo Campos, que está lá em Bogotá. Queria dar, também, meus cumprimentos aqui aos prefeitos. E aqui, conosco, o prefeito de Petrolina, o Lossio, garantir que ele tenha muito sucesso nesta iniciativa. (Com a Secretaria de Comunicação da Presidência da República)

 
 

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