Escola estadual de Barão é obrigada a suspender aulas: vizinho interrompeu esgoto

Os cerca de 370 alunos, dos ensinos fundamental e médio da Escola Estadual “Prof. Sandra Regina Pires”, localizada na avenida Brasília em Barão de Antonina-SP, estão sem aulas desde o início desta semana, porque o proprietário de um terreno ao lado, que iniciou uma construção, mandou tampar a tubulação da rede de esgoto da escola que passa sob a sua área.

Por isso, sem poder usar os sanitários e pias, a direção da escola em concordância com a Diretoria Regional de Ensino determinou a suspensão até a resolução do problema. Esse fato está sendo muito comentado na cidade e os moradores estão descontentes. Alguns pais de alunos estão revoltados com a situação, pelos dias de aulas perdidos que precisarão ser repostos

Construção emergencial de uma fossa – Na tarde desta quinta-feira (28), a dirigente Regional de Ensino Vera Lúcia Dias Spíndola, junto com a diretora Maria Aparecida Bueno e João Antonio Gusmão, chefe de Obras e Manutenção Escolar da DRE se reuniram com o prefeito Silvio Melo, que apesar do problema não ser do âmbito da administração municipal, se prontificou a colaborar para uma solução paliativa, oferecendo a mão-de-obra para perfuração de uma fossa.

Silvio Melo disse que se fosse numa escola da rede municipal esse problema não teria ocorrido, mas que não achou correta a atitude do dono do terreno em impedir o fluxo do esgoto da escola, fazendo-a parar, causando prejuízos aos alunos. “Embora respeitando o direito dele, faltou-lhe bom senso. Foi maldade. Ele poderia sim atrasar um pouco a obra e esperar mais um pouco para só depois, tomar essa atitude radical”

À Sabesp caberá a escolha do local para a perfuração, os materiais e serviços de construção de uma rede improvisada para o desvio de todo o esgoto da escola para essa fossa, de mais ou menos três metros de profundidade. Além disso, caberá também à Sabesp a responsabilidade de coletar com frequência os resíduos dessa fossa para serem despejados na lagoa de tratamento. Isso, até que o problema seja definitivamente resolvido, com a construção de uma nova tubulação ligando o esgoto da escola a rede da Sabesp na rua.

Com cerca de 30 anos de existência, é a primeira vez que esse estabelecimento escolar precisou interromper a sua atividade letiva. Sabe-se que nem mesmo nas grandes greves de professores isso aconteceu. Apenas numa dessas no passado, os professores pararam por somente um dia.

Outro lado – O proprietário do terreno, Nelson Nascimento, que mora em Sorocaba, informou por telefone, que precisa continuar a sua construção que já está contratada e com os materiais comprados.

Nelson disse também que há mais ou menos seis meses comunicou a escola por escrito para que essa tomasse providências no sentido de tirar a tubulação que passa sob seu terreno a qual já chegou a estourar e todo o esgoto aflorou na sua área .

“Não gostaria de ter precisado tomar essa atitude. Tenho consciência das consequências dos alunos ficarem sem aulas, mas não tive outra escolha. Preciso continuar a construção. O meu engenheiro me informou que caso eu continue com a construção sobre essa rede, depois de pronta corro grande risco de perder tudo, da construção desmoronar por infiltrações, num momento em que essa tubulação romper. Não tomaram providências e eu cansei de esperar. Consultei meu advogado e este me orientou a tampar a tubulação”, disse ele, que aproveitou para informar ainda que além da tubulação no seu terreno, há outros problemas da escola como o das suas águas pluviais que acabam tendo parte despejadas no seu lote e no terreno do vizinho, cuja a casa, por conta disso apresenta rachaduras. O outro problema segundo ele é com relação aos muros da escola, que fazem divisa com ele, que estão caindo, oferecendo riscos aos alunos, principalmente àqueles que os escalam.

Alegações da Secretaria da Educação – Por sua vez, a escola informou que recebeu a comunicação do Nelson e imediatamente a encaminhou para a DRE, que também a reencaminhou à Secretaria Estadual de Educação, solicitando as providências.

“Fizemos rapidamente a nossa parte, porém, tudo no poder público tem regra de tramitação, com estudos, levantamentos, apresentação de projeto, análises, aprovação e licitação. As coisas não acontecem de um dia para o outro. E isso tudo demanda tempo. Sobre o problema dos muros, já foram feitos os levantamentos, projetos aprovados e a licitação para execução da obra será no dia 06 de julho. E, estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance para que as aulas voltem o mais rapidamente possível nesta escola de Barão de Antonina”, disse Vera Lúcia Dias Spíndola, dirigente Regional de Ensino.

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