Vira e mexe temos de enfrentar falta de água. Já está indo para mais de 2 horas de torneiras vazias. E olha que nem choveu e não está faltando energia. Há algumas semanas o precioso líquido chegou de uma forma inadequada até para molhar o jardim, devido ao excesso de produtos químicos(que por sinal, altamente cancerígenos, à base de cloro), que arrancou reclamação de todos. As mulheres usavam as redes sociais indagando "Será hoje a água não vai danificar meu cabelo?".
Nesse caso a Sabesp nos passou a conversa dizendo que o dosador do tratamento tinha apresentado problemas e deixou de aplicar o produto, de forma que a água foi distribuída na rede com alto teor de acidez, ou seja, PH alto.
Conversa pra boi dormir. A água bruta e quase natural é captado do Ribeirão Vermelho do Sul, no qual a cidade de Riversul despeja seu esgoto e não sabemos se é tratado, pois pelo menos por um bom tempo, as piscinas de decantação do esgoto daquela cidade, não estavam funcionando. Mas, de acordo com uma gerência da Sabesp, mesmo que não fosse tratado esse esgoto, isso não prejudicaria a água, que passaria por um processo de purificação natural no curso do rio ao longo dos 17 quilômetros que separa Riversul da Estação de Captação de Itaporanga. Portanto, a alegação da Sabesp não colou, porque existe uma diferença de água natural com água tratada com excesso de produtos.
Pois bem, tudo está sujeito a apresentar problemas, inclusive as estruturas que oferecem produtos essenciais à população, como é o caso da água e energia elétrica. Mas, essas estruturas, deveriam estar dotadas de sistema de emergência para não interromper o fornecimento. E em último caso, possuir pelo menos um sistema de comunicação e aviso, o que pode ser feito até por funcionário da empresa, que o faria com o uso de um megafone pelas ruas da cidade, confortavelmente sentado numa charrete puxada por um burro velho.
Mas, ao invés disso, vemos publicidades milionárias ( ao custo de R$ 120 mil por 30 segundos na TV) vendendo a imagem de uma empresa que não corresponde à realidade. Patrocinar coisas nada a ver como filmes e congressos de turismos, é com ela mesmo.
A Sabesp, economia mista, tem o governo do estado como o maior acionista. Nasceu em 1973 no governo de Laudo Natel, com a fusão de serviços autônomos da capital, municípios ao entorno e alguns da baixada santista. Serviu, (ou continua servindo por instrumento de poder político?), pois logo em seguida, Paulo Maluf tratou de usá-la para ampliar seu domínio e soma de poder político, nomeando parentes de prefeitos e apadrinhados. Virou um cabidão interessante de emprego.
Agora entrou no ritmo das grandes empresas que têm ações nas bolsas de valores de SP e de Nova Iorque. Pode? Num pais que ainda nem fez a lição de casa em saneamento básico?
Ainda bem que dos 645 municípios paulista, 281 não caíram na conversa da empresa líder do mercado no seguimento. Claro, só tem ela mesmo. Possibilidade de o estado privatizar sua participação nela? Nem pensar, porque ela é politicamente estratégica. Entra, presidente, sai presidente, diretores regionais, mas todos das mangas do poder político. Você jamais verá um eficiente executivo da iniciativa privada ocupando um cargo de presidente da Sabesp.
Ah, e a medida que os funcionários vão se aposentando em alguns setores, a empresa não abre concurso, mas, terceiriza, contratando empresas para prestar o serviço por exemplo, de fazer a leitura dos hidrômetros. Por quê será? Quem tá levando o quê e quanto nessa forma de gestão?
Bom, pra finalizar, esperamos que alguém leia isto e dê uma cutucada no setor público de saneamento básico, para pelo menos tentar fazer essa empresa buscar a qualidade total, e assim, respeitar seus usuários, que por sinal pagam muito caro por isso.
O Itaponews desta vez nem procurou a Sabesp, por saber da resposta genérica. Porém, caso a empresa ou alguém queira contestar nossa alegação, será um prazer publicar essa contestação. Para isso, é só entrar no “Fale Conosco” do nosso site e se manifestar livremente sem censura.