FMB é credenciada como Centro Regional de Referência para formação no combate ao crack

A Faculdade de Medicina de Botucatu/Unesp (FMB) foi confirmada, no final de dezembro, como o único Centro Regional de Referência para formação permanente de profissionais que atuam no combate ao crack e outras drogas do interior do Estado de São Paulo. O projeto, coordenado pelo professor José Manoel Bertolote, do Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria da FMB, será financiado pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, vinculada à Presidência da República, que destinará R$ 250 mil à faculdade.


Estão previstos quatro cursos, sendo um de aperfeiçoamento e três de atualização. Todos oferecerão 70 vagas. A área de abrangência será os 68 municípios pertencentes ao Departamento Regional de Saúde de Bauru (DRS 6).

Dois deles terão início em fevereiro e serão voltados a profissionais da rede básica de Saúde. Além disso, também serão abertas inscrições para capacitação voltada a agentes comunitários e redutores de danos (com duas turmas de 70 alunos).

Em abril, começam outros dois cursos para funcionários que atuam em hospitais gerais. Também haverá treinamento para profissionais das redes SUS (Sistema Único de Saúde) e SUAS (Sistema Único de Assistência Social).Todas as aulas serão realizadas na própria FMB, ministradas por professores da faculdade e também convidados.

Em todo o Brasil, a qualificação através de centros de referência terá a disposição R$ 140,9 milhões. A previsão era que fossem criados de 25 à 30 centros no País, incluindo a FMB. 

“Esse projeto faz parte do esforço nacional de enfrentamento ao crack e outras drogas. A FMB teve o privilégio de ser uma das escolhidas. Será bom tanto para a faculdade como para toda a região”, declara professor Bertolote.

O crack – Os dados mais recentes sobre o consumo do crack no país estão disponíveis pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID). Segundo pesquisa divulgada em 2005, 0,1% da população consome a droga. O Ministério da Saúde financia uma pesquisa inédita que vai mapear o perfil dos usuários da droga no Rio de Janeiro, em Macaé e em Salvador. Outro estudo vai avaliar as intervenções de tratamento de usuários de álcool e drogas no SUS, especialmente nos Consultórios de Rua (em 14 municípios). 

A droga é derivada das sobras do refino da cocaína e geralmente é vendida em pedras. Nenhuma outra substância ilícita vendida no país tem semelhante poder de dependência. Apesar de ser menos consumida que outras substâncias, como álcool, tabaco, maconha e cocaína, os danos causados por ela são tão graves que produzem a impressão de que o número de usuários é bem maior. 

A droga surgiu nos Estados Unidos na década de 1980. O primeiro relato de uso no Brasil data de 1989. Desde então, o consumo da substância apresenta crescimento, principalmente nos últimos cinco anos. Um dos motivos é que o território brasileiro serve de rota para o tráfico internacional. A situação de vulnerabilidade social de muitos jovens e de moradores de rua, como a falta de moradia, também contribui para a disseminação da droga. Embora a substância seja consumida predominantemente por essa parcela da população, qualquer pessoa pode se tornar um usuário dela. 

Os consumidores de crack são expostos a riscos sociais e a diversas formas de violência. Geralmente, quando os efeitos da droga diminuem no organismo da pessoa, ela sente sintomas de depressão e tem sensação de perseguição. Outros sintomas comuns são desnutrição, rachadura nos lábios, sangramento na gengiva e corrosão dos dentes; tosse, lesões respiratórias e maior risco para contrair o vírus HIV e hepatites. (Da ACI/HC/FMB/Unesp)
 

 

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