Início da Primavera: é tempo das águas, flores e muitas possibilidades, como ensinam técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento

Por: Paloma Minke – A chuva chegou em várias cidades do Estado de São Paulo na segunda-feira, dia 21 de setembro. Talvez em comemoração ao Dia da Árvore, quiçá anunciando a nova estação, a Primavera, a estação das flores tão cantada em verso e prosa.

“Com a nova estação que se aproxima, se renova a esperança de ser gestada uma nova sociedade baseada em mais amor, paz e solidariedade entre todos. Não é à toa que a esperança esteja associada à cor verde; basta pensarmos sobre os inúmeros benefícios que as árvores, as matas e tudo o que elas envolvem nos concedem.
Nossa missão enquanto extensionistas rurais é verdejar o mundo, olhando com reverência, respeito e gratidão para com a Natureza que nos rodeia”, afirma o engenheiro agrônomo da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, Osmar Mosca Diz, que atua na Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS).

Osmar é responsável pelo Projeto ‘Fazendinha Feliz’, uma área de plantio de medicinais, PANC e horta na sede da CDRS, em Campinas, e que serve de palco para vários cursos, tanto na área de horticultura como meliponicultura, com a instalação de um meliponário para abelhas nativas sem ferrão. E é como extensionista que o engenheiro agrônomo faz um chamamento: “Plantemos árvores em todos os espaços possíveis, na nossa rua, na escola, no quintal, no sítio. Vamos aproveitar as chuvas benfazejas que estão por vir e lançar as sementes que farão brotar o verde.”

É preciso verificar orientações antes de plantar árvores, especialmente em área urbanas, e dar preferência a espécies nativas.

Mas para plantar árvores, é preciso conhecer não só as árvores, mas seguir as orientações das prefeituras municipais que orientam quanto às espécies a serem plantadas na área urbana, dando preferência às espécies nativas.

“Muitas podem não ser adequadas para calçadas, por exemplo, pois poderão crescer e suas raízes provocarem a quebra das calçadas ou, ainda, interferirem nos fios da rede elétrica, exigindo constantes podas. E mesmo nas áreas rurais, na recuperação e restauração de florestas e áreas de Reserva Legal ou de Proteção Permanente (APPs), é preciso saber o que plantar e como plantar”, explica a ecóloga e especialista ambiental Carolina Matos, diretora do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da CDRS.

Carolina foi uma das coordenadoras do curso, em plataforma on-line, oferecido nos dois últimos meses (de 18 de agosto a 24 de setembro, todas às terças e quintas-feiras) a 250 técnicos ‒ sendo 150 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento e os demais da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Sima) e também da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), intitulado “Restauração Ecológica de Vegetação Nativa”, coordenado pelo Departamento de Desenvolvimento Sustentável da CDRS. O curso foi realizado em parceria do Governo do Estado de São Paulo, Iniciativa Caminhos da Semente, Agroícone e The Nature Conservance (TNC Brasil).

Foram 12 módulos no total e diversos temas tratados por especialistas que abordaram desde conceitos técnicos, biomas, fitofisionomias, até as diversas formas de restauração ecológica, como a semeadura direta, também conhecida como “muvuca de sementes”; plantios de mudas em área total; e sistemas agroflorestais, entre outros.

O momento do término do curso, coincidente com a chegada da primavera, segundo Carolina Matos, é o mais oportuno para início dos projetos de restauração, porque é exatamente quando começa a estação das águas que o ambiente oferece as condições ideais para a brotação das sementes e o desenvolvimento das mudas. “Os técnicos foram treinados para que possam repassar conhecimentos aos produtores rurais das diversas regiões paulistas e auxiliá-los no processo de restauração da vegetação nativa de suas propriedades”, explica Carolina Matos.

Para auxiliar a todos os interessados, produtores rurais, criadores de abelhas e mesmo aqueles que apenas têm curiosidade ou interesse no tema, foi elaborada uma lista orientativa de espécies arbóreas e arbustivas nativas de ocorrência regional para projetos de restauração e enriquecimento de pasto melífero. Tal lista está disponível em https://bit.ly/3cmFW5G.

A engenheira agrônoma Maria Asunción Lizaso, que atua na região do Vale do Paraíba na assessoria de planejamento da CDRS Regional Pindamonhangaba, ficou satisfeita com o curso sob vários aspectos. “A capacitação trouxe novidades e possibilitou a atualização técnica, o que me auxiliará a fazer uma análise mais criteriosa e segura do Cadastro Ambiental Rural (CAR). A compreensão da dinâmica dos diversos biomas, principalmente do Cerrado, foi extremamente interessante.

Os técnicos escolhidos para as apresentações demonstraram grande conhecimento teórico e prático nos temas abordados e a participação deles por meio do chat foi bastante estimulada pelos organizadores no esclarecimento de dúvidas e nas contribuições. De acordo com a vivência dos participantes, foi um dos pontos altos do curso. A todos que contribuíram para o sucesso dessa capacitação, tanto aos colegas das Secretarias de Agricultura e Abastecimento e de Infraestrutura e Meio Ambiente quanto aos da iniciativa privada, minha gratidão pelo excelente nível do curso”, afirmou.

Primavera

No equinócio da Primavera, que acontece do dia 22 para 23 de setembro, o dia e a noite têm a mesma duração. As plantas e os animais evoluíram para que, durante a Primavera, recebessem sinais da luz do sol e dessem início à reprodução. Por isso, nesta época observam-se tanto animais como plantas se reproduzindo; as floradas atraem insetos para a polinização, gerando frutos que alimentarão os animais e permitirão a dispersão das sementes, dando início a um novo ciclo.

A explicação acima é de Carolina Matos, que complementa: “As floradas promovem a atração de polinizadores representados, principalmente, pelas diversas espécies de abelhas que vão em busca dos importantes recursos para o desenvolvimento de suas colônias; o pólen, que é o alimento proteico, e o néctar, que é o alimento energético, de cuja elaboração resultará a produção do mel. As abelhas são fundamentais para a manutenção da vida nos ambientes terrestres por meio do serviço ecossistêmico da polinização, que propicia a diversidade genética, produção de frutos para a fauna e sucessão das espécies de flora, além do aumento da produtividade agrícola. As abelhas são responsáveis por mais de 2/3 da polinização dos alimentos que consumimos.”.

E então, o que fazer?

Nas áreas rurais, iniciar os projetos de restauração de vegetação nativa, seja por meio da técnica de semeadura direta (muvuca de sementes), seja pelo plantio de mudas ou pela condução da regeneração natural. Também é a época recomendada para o plantio de espécies frutíferas nas áreas de exploração econômica das propriedades.

Nas áreas urbanas é época de plantio de espécies arbóreas adequadas à arborização urbana. Em casa, nos quintais e jardins, e até varandas de apartamentos, também é possível cultivar espécies benéficas à polinização como manjericão, amor-agarradinho, lavanda, onze-horas, girassol, cosmos, dentre outras.

Enfim, é Primavera, época de embelezar e ajudar nosso Planeta!

(Da Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo)

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