Itapeva: Representantes do Quilombo do Jaó participam de Encontro Nacional no RJ

Um grupo de jovens quilombolas de Itapeva, do Bairro Jaó, participaram do 4° Encontro Nacional das Comunidades Quilombolas no Rio de Janeiro. O encontro realizado entre os dias 03 e 06 de agosto foi cenário para debates sobre a garantia do direito a terra e implantação de projetos de desenvolvimento sustentável nas comunidades, infraestrutura, qualidade de vida,

 inclusão produtiva, direitos e cidadania.  Sob o tema “15 anos de luta e nenhum direito a menos”, o evento foi oportunidade para reafirmar a cultura, a história e a tradição dos quilombos.  

 

Pesquisa Itaponews: Bairro Jaó


Durante reunião prévia, realizada na sede da Assembléia Legislativa de São Paulo, na capital paulista, foi definido um representante legal de cada quilombo, sendo Francismara de Oliveira Campos, a delegada do Jaó. Estiveram presentes também as moradoras Susana de Campos, Deise Maria de Lima e Simone Aparecida de Lima.

De acordo com as representantes do bairro, o evento trouxe clareza para que possam ajudar na comunidade itapevense, lutando por seus direitos e auxiliam os mais velhos. “Demoramos para nos dar conta de que é preciso lutar, mas agora vamos até o fim”, diz Suzana. “Nossa vontade sempre foi sair do Jaó e não pensávamos no quanto fazer parte de um quilombo é motivo de orgulho”, diz. “Sofremos muito com a discriminação e o preconceito, mas agora nossa vontade de mudar isso é maior”, desabafa a moradora.

O encontro reuniu quilombolas de todo o Brasil e até mesmo de países africanos, como Angola. As representantes itapevenses puderam perceber e trocar experiências com histórias de outros quilombos, onde a situação social é precária. “Pessoas morrem nos quilombos por falta de estrutura, os jovens que tentam lutar pelos direitos são perseguidos pela polícia, falta água e luz”, conta Deise. “Percebemos que apesar das nossas dificuldades, temos alguns privilégios em Itapeva e vivemos bem”, completa. “Aprendemos e vimos que essa luta não é só nossa, é de um país inteiro”, conclui.

Para a jovem Simone Aparecida de Lima, foi uma experiência marcante e de muito aprendizado. “Esse é o primeiro encontro que participamos, estamos começando ainda, mas estamos aqui para unir forças e ir atrás dos nossos direitos”, diz. “Infelizmente o racismo ainda é muito grande e por ser quilombola sentimos isso na pele. Temos dificuldade em conseguir emprego e somos discriminados nas escolas”, conta Simone. “Os negros construíram a história do Brasil e é preciso valorizar isso”, finaliza. Com Tamara Freitas, da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Itapeva)

 
 

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