Matando mais que cobras: Vigilância Ambiental de Botucatu orienta sobre prevenção de acidentes com escorpiões

escorpião_titus_bahiensisescorpião_titus_serrulatusNo Brasil, a Saúde Pública registra anualmente mais de 100 mil acidentes causados por animais peçonhentos e quase 200 óbitos decorrentes por diferentes tipos de envenenamento. Destes dados divulgados, os

acidentes decorrentes por escorpião vêm adquirindo uma magnitude crescente, o que corresponde a 40% das notificações, e supera em números absolutos os casos de acidentes com serpentes.

Em Botucatu, a Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) registra por ano uma média de 40 acidentes causados por escorpiões, correspondendo a 37% das notificações.
No País existem cerca de 160 espécies de escorpiões. As responsáveis pelos acidentes graves pertencem ao gênero Tityus que tem como característica a presença de um espinho sob o ferrão.  As principais espécies, existentes em Botucatu, capazes de causar acidentes graves são: escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e escorpião marrom (Tityus bahiensis).

O supervisor de serviços de saúde ambiental e animal de Botucatu, Valdinei Moraes Campanucci da Silva, explica que o ambiente natural modificado pelo desmatamento e pela ocupação do homem causa uma quebra na cadeia alimentar, acabando também com seus locais de abrigo para os escorpiões. Com a escassez de alimento, esses animais passam a procurar comida e abrigo em residências, terrenos baldios e áreas de construção.

“Locais onde geralmente há acúmulo de matéria orgânica, entulhos, lixos, depósitos e armazéns atraem baratas pela disponibilidade de alimento e umidade. Os escorpiões têm por alimento principal as baratas, e se deslocam aos lugares onde há abundância deste alimento, sempre no período da noite. Por isso, eles aparecem com tanta frequência dentro das residências”, informa.

Campanhucci ainda destaca que algumas espécies de escorpiões são extremamente adaptadas a ambientes alterados pelo homem.  “Esses animais desempenham papel importante no equilíbrio ecológico como predadores de outros seres vivos, devendo ser preservados na natureza. Já nas áreas urbanas, medidas devem ser adotadas para que seja evitada a sua proliferação por meio de ações de controle, captura (busca ativa) e manejo ambiental”, comenta.

Serviço
Vigilância Ambiental em Saúde – Secretaria de Saúde de Botucatu
Rua Major Matheus, nº7 – Vila dos Lavradores
Telefones: 150 ou (14) 3813-5055.
Horário de atendimento: 7 às 17 horas

O que fazer para controlar a ocorrência de escorpiões?

Na área externa do domicilio:
• Manter limpos quintais e jardins, não acumular folhas secas e lixo domiciliar;
• Acondicionar lixo domiciliar em sacos plásticos ou outros recipientes apropriados e fechados, e entregá-los para o serviço de coleta. Não jogar lixo em terrenos baldios;
• Limpar terrenos baldios situados a cerca de dois metros das redondezas dos imóveis;
• Eliminar fontes de alimento para os escorpiões: baratas, aranhas, grilos e outros pequenos animais invertebrados;
• Evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões como obras de construção civil e terraplenagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento, umidade, entre outros;
• Remover periodicamente materiais de construção e lenha armazenados, evitando o acúmulo exagerado;
• Preservar os inimigos naturais dos escorpiões, especialmente aves de hábitos noturnos;
• Evitar queimadas em terrenos baldios, pois desalojam os escorpiões;
• Remover folhagens, arbustos e trepadeiras junto às paredes externas e muros;
• Manter fossas sépticas bem vedadas, para evitar a passagem de baratas e escorpiões;
• Rebocar paredes externas e muros para que não apresentem vãos ou frestas.

Na área interna:
• Rebocar paredes para que não apresentem vãos ou frestas;
• Vedar soleiras de portas com rolos de areia ou rodos de borracha;
• Reparar rodapés soltos e colocar telas nas janelas;
• Telar as aberturas dos ralos, pias ou tanques;
• Telar aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos calafetados;
• Manter todos os pontos de energia e telefone devidamente vedados.
Não existe tratamento químico

Como proceder em caso de acidente?

O que fazer?
• Limpar o local com água e sabão;
• Procurar orientação médica imediata e mais próxima do local da ocorrência do acidente.
• Se for possível, capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde porque a identificação do escorpião causador do acidente pode auxiliar o diagnóstico.

O que não fazer?
• Não amarrar ou fazer torniquete;
• Não aplicar nenhum tipo de substâncias sobre o local da picada ou fazer curativos que fechem o local, pois podem favorecer a ocorrência de infecções;
• Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;

O que fazer para evitar o acidente com escorpião?
Os escorpiões utilizam seu veneno para capturar suas presas, não atacam o homem intencionalmente, e o acidente geralmente ocorre no momento em que o indivíduo encosta a mão, o pé ou outra parte do corpo no animal. Por isso, deve-se:
• Examinar roupas (inclusive as de cama), calçados, toalhas de banho e de rosto, panos de chão e tapetes, antes do usar;
• Usar luvas de raspa de couro ou similar e calçados fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha, madeira e pedras em geral;
• Manter berços e camas afastados, no mínimo, 10 cm das paredes e evitar que mosquiteiros e roupas de cama esbarrem no chão;
• Tomar cuidado especial ao encostar-se a locais escuros e úmidos e com presença de baratas.

Da Secretaria de Comunicação de Botucatu

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