Na CPI, ICESP admite erro no protocolo dos testes da Fofo

A CPI da Fosfoetanolamina voltou a se reunir excepcionalmente nesta terça-feira, 13/03, quando ouviu os convocados dra. Maria Aparecida de Azevedo Koike Folgueira, Coordenadora de Comitê em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), e o dr. Roger Chammas, Presidente do Conselho Diretor do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), dando assim prosseguimentos aos trabalhos que investigam se os procedimentos realizados pelo Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo) com a substância seguiram o protocolo e as normas da Anvisa, no sentido de apurar seu resultado, e quanto o governo de São Paulo empregou em recursos para a realização dos testes. A CPI tem em sua relatoria o deputado estadual Ricardo Madalena e é presidida pelo deputado Roberto Massafera. A próxima sessão está marcada para esta quarta-feira, 14/03, quando será ouvido o dr. Paulo Hoff, diretor geral do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – Icesp.

O ponto alto da CPI ficou a cargo do relator, que mostrou à dr. Maria Aparecida memorando em que a equipe de pesquisadores do comitê, do qual ela é a coordenadora, confirmou que houve um erro quanto à dosagem aplicada aos pacientes. O erro, porém, só foi reconhecido alguns dias antes do comunicado do ICESP, de que estava suspensa a inclusão de novos pacientes nos testes, uma vez que os pesquisadores consideraram que a substância não apresentou os resultados esperados.

O memorando é do dia 13 de março de 2017. A coletiva do dr. Paulo Hoff aconteceu no dia 31 de março de 2017, 18 dias após a admissão do erro. As pesquisas começaram em junho de 2016, e durante todo esse tempo a dose aplicada não foi a recomendada pela equipe do dr. Gilberto Chierice, criador da fosfoetanolamina sintética.

Em seguida, depôs o dr. Roger Chammas, que mesmo defendo o protocolo aplicado pelo ICESP, foi muito claro quanto a importância da farmacocinética (estudo que revela o destino da substância no organismo após sua administração e também determina a dosagem a ser prescrita ao paciente) e que não foi aplicado no protocolo. Segundo ele, não se sabe nada sobre a absorção da substância justamente por falta dos estudos da farmacocinética.

Ricardo Madalena então perguntou se o dr. Chammas concordava que era necessário fazer mais estudos com a substância. “Claro, claro”, disse Chammas ressaltando novamente a importância de se aplicar a farmacocinética nas pesquisas, em um novo protocolo.

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