Uma força-tarefa do governo do Estado de São Paulo, composta por profissionais das secretarias da Segurança Pública e da Saúde e da Corregedoria Geral da Administração, desmontou uma organização criminosa que desviava medicamentos de hospitais públicos para revendê-los a clínicas e unidades de saúde particulares em todo o Brasil. Na última sexta-feira, 18, nove pessoas foram presas e outras duas estão sendo procuradas pela polícia. Também foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos.
Os crimes ocorriam desde 2007 em diversos locais. O alvo dos criminosos eram remédios caros, utilizados no tratamento de câncer, hipertensão pulmonar, dor crônica, endometriose e doenças psiquiátricas, entre outros. O prejuízo aos cofres públicos foi estimado em R$ 40 milhões.
A investigação, iniciada há cerca de um ano, detectou ligações entre roubos e furtos ocorridos em pelo menos quatro unidades: Hospital do Servidor Público Estadual, Instituto do Câncer de São Paulo e Farmácia Estadual da Vila Mariana, na capital, e Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André.
Com base no rastreamento de vendas realizadas a unidades de saúde particulares, cruzamento de informações e em depoimentos de funcionários já presos por acusação de participar do esquema, foi possível mapear o caminho dos medicamentos desviados, que tiveram como destino 50 cidades em 20 estados e no Distrito Federal. Outras oito pessoas já haviam sido detidas nos últimos dois meses.
Foram mapeadas vendas realizadas para municípios de São Paulo, Bahia, Pará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará, Sergipe, Paraíba, Maranhão, Mato Grosso, Amazonas, Pernambuco, Goiás, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rondônia, Amapá e Distrito Federal. A investigação abrangeu 13 distribuidoras, das quais uma na capital paulista, cinco no Grande ABC, uma no litoral sul, três no interior e uma no Recife.
A operação para prender os acusados e cumprir mandados de busca e apreensão na sexta-feira, 18, envolveu 64 policiais civis. Outros 50 agentes da Vigilância Sanitária Estadual percorreram 21 unidades privadas de saúde em 11 cidades do Estado onde havia suspeita de receptação dos medicamentos desviados para checar notas fiscais e comunicar a polícia em caso de indício de origem ilícita.
O governo paulista comunicou as secretarias de Segurança Pública dos outros 19 Estados e do Distrito Federal sobre o caso, para que sejam realizadas investigações locais visando à recuperação dos medicamentos que foram desviados de São Paulo.
Da Secretaria da Segurança Pública, 21/09/2009
