Prejuízo estimado de R$ 250 mil: incêndios na plantação de pinus dos padres de Itaporanga-SP estão sendo investigados

Os recentes incêndios em plantações de pinus do Mosteiro Nossa Senhora de Santa Cruz, dos monges cistercienses de Itaporanga-SP, na propriedade rural próxima a área urbana da cidade, podem, de acordo com as características, terem sido propositais, portanto, criminosos, mas em seguida a administração do Mosteiro fez boletim de ocorrência e a Polícia Civil vem investigando o caso.

O delegado José Carlos Fernandes, da Delegacia de Polícia de Itaporanga, que cuida do caso, no final da semana passada confirmou que o fato ocorrido está sob investigação. “Como se trata de uma crime que deixa vestígios, o caso é notificado para o setor de Polícia Científica para exames periciais e estamos aguardando essa realização e posteriormente o laudo. Mas isso depende agora da agenda dela, da Científica”, disse o delegado.

De acordo com o administrador da fazenda do Mosteiro, padre Bento, as plantações de pinus atingidas somavam 31 hectares (13 alqueires paulista), e essa plantação era através do Fomento Florestal do Grupo Orsa, que é mantido pelo grupo na região sudoeste do Estado de São Paulo.

Esse programa florestal do Grupo Orsa tem a finalidade de estimular pequenos agricultores a plantarem o pinus, sem prejudicar as demais atividades como agricultura e pecuária na propriedade familiar. O cultivo do pinus gera sustentabilidade e rendimento ao proprietário da terra, através da produção de resina, do 9º ao 20º ano da floresta para a fabricação de produtos como tintas, verniz e esmaltes. Além disso, oferece a renda pela produção da madeira e celulose para fabricação de papel.

A floresta de pinus oferece grande contribuição ambiental, pois ela ajuda evitar a derrubada de matas nativas, além de contribuir para o seqüestro de dióxido de carbono (CO2), principal gás contribuinte para o efeito estufa.

TRABALHO DE 18 ANOS – “Os quatro incêndios, sempre no início da noite e quase simultâneos, acabaram com um trabalho de 18 anos e nos causaram um prejuízo financeiro em torno de R$ 250 mil, segundo os técnicos da Orsa, além de muito dano ao meio ambiente causado pela fumaça tóxica. No maior deles, eu e o Ir. Maicon contamos com as ajudas do cabo PM Bombeiro Gilberto Galvão, junto com os PMs Castilho e Vidal para tentar apagar o fogo, mas não foi possível, porque a situação era incontrolável”, explicou padre Bento.

Na entrevista, padre Bento estava aborrecido e visivelmente abatido. Contou que sentia muita dor de cabeça, tinha tomado vários analgésicos que não resolveram, devido provavelmente pela inalação da fumaça quando ele e os policiais tentaram apagar o fogo, e que nesse meio tempo perdeu 6 quilos. “É angustiante tudo isso sem podermos fazer nada. Parece que querem a todo custo nos prejudicar”, comentou o religioso.

MOSTEIRO SERIA MULTADO EM R$ 30 mil – Padre Bento contou ainda que em seguida compareceu a Polícia Ambiental para lavrar uma multa de R$ 30 mil ao Mosteiro, como se o próprio mosteiro tivesse ateado fogo na plantação. “Isso só não se efetivou porque havíamos registrado o boletim de ocorrência e comunicação do fato e os próprios policiais militares que nos ajudaram na tentativa de apagar o fogo, testemunharam a nosso favor”, finalizou ele.

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