Programa de rádio “Café com a Presidenta”

No programa desta segunda-feira, 26, a presidenta Dilma Rousseff fala de sua participação na Assembleia Geral da ONU, onde ressaltou a necessidade de todos os países buscarem uma saída para crise econômica internacional.

Rádio Nacional, 26 de setembro de 2011

Luciano Seixas: Olá, bom dia a todos. Eu sou Luciano Seixas e começa agora mais um “Café com a Presidenta”, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, Presidenta.

Presidenta: Bom dia, Luciano. Bom dia a todos os nossos ouvintes.

Luciano Seixas: Presidenta, na semana passada a senhora participou de um momento histórico em Nova Iorque: da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. No seu discurso, a senhora enfatizou a necessidade de se buscar uma saída para a crise econômica internacional. Como a senhora avalia esse momento?

Presidenta: Olha, Luciano, para mim foi uma honra abrir a Assembleia Geral da ONU. Além de ser a primeira mulher a discursar na abertura, eu estava representando ali o Brasil, um país que vem tendo cada vez mais destaque no cenário internacional. A força do nosso país e as opiniões do nosso povo estão sendo cada vez mais respeitadas lá fora. Falei da crise econômica internacional em meu discurso, Luciano, porque o mundo vive um momento muito delicado. É uma crise financeira que nasceu nos países mais ricos e está deixando milhões e milhões de desempregados em todo o mundo, em especial nos países mais ricos. A posição defendida pelo Brasil na ONU é de que a saída para a crise econômica mundial deve ser discutida por todos os países, juntos. É claro que os países desenvolvidos têm uma responsabilidade muito maior, porque lá que a crise começou. Mas todos os outros países sofrem as consequências, de alguma forma, ainda que indireta. Então, todos devem ter o direito de participar das soluções. Agora, Luciano, é importante dizer aqui que o Brasil está bem preparado para este momento. Temos reservas internacionais em dólar, estamos fortalecendo o nosso mercado interno e estamos mantendo os nossos empregos. Vamos assegurar o crescimento da economia, vamos continuar com nossa política de distribuição de renda e vamos dar mais oportunidades para todos melhorarem de vida.

Luciano Seixas: Presidenta, a senhora participou da Reunião de Alto Nível sobre Doenças Crônicas Não Transmissíveis, e destacou o programa Saúde não tem Preço, que distribui remédios de graça.

Presidenta: Foi, sim, Luciano. Nós já distribuímos 5,4 milhões de medicamentos, em 20 mil farmácias que têm aquela placa “Aqui tem Farmácia Popular”. Isso significa que estamos garantindo o direito das pessoas ao tratamento de saúde. Isso, Luciano, é muito importante, porque praticamente nenhum país do mundo distribui, de graça, para a sua população, remédios para hipertensão e diabetes. Por isso o interesse sobre esse assunto foi grande e o nosso exemplo está servindo de inspiração. Outro assunto que tratei na ONU, Luciano, foi a questão das patentes dos remédios. É necessário que se abra a exclusividade dos laboratórios sobre remédios que fazem diferença e asseguram a vida de milhões e milhões de pessoas no mundo inteiro. A partir do momento em que outras indústrias são autorizadas a produzirem determinado remédio, o preço cai e ele fica mais acessível.

Luciano Seixas: Presidenta, a senhora foi a primeira mulher a abrir a Assembleia Geral da ONU, e também discursou numa reunião da ONU Mulheres, sobre a participação política das mulheres. É preciso aumentar o espaço das mulheres nas decisões mundiais?

Presidenta: É preciso, sim, Luciano. Os caminhos de participação da mulher estão, hoje, cada vez mais abertos no mundo inteiro, mas há muito o que avançar. A ONU Mulheres, liderada pela ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet, é um passo importante para coordenar as ações e políticas de apoio às mulheres em todo o mundo.

Luciano Seixas: O Brasil tem muito a contribuir nessa questão, não é?

Presidenta: Sem dúvida, Luciano. Eu contei, lá na ONU Mulheres, que aqui as mulheres e as crianças são prioridade em programas sociais, como o Bolsa Família, e que as mulheres recebiam a maioria das bolsas – 93%. Então, com esses benefícios sociais, Luciano, estamos ajudando a tirar milhões de famílias da miséria. Senti muito orgulho de mostrar ao mundo que, no nosso Brasil, as nossas políticas já elevaram 40 milhões de brasileiros e brasileiras às classes médias.

Luciano Seixas: O Brasil desperta cada vez mais atenção lá fora por causa dos programas sociais e de seu desenvolvimento, não é, Presidenta?

Presidenta: Certamente, Luciano. O Brasil está mostrando ao mundo que é possível fazer a economia crescer e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas melhorem de vida. Foi assim que conseguimos driblar a crise econômica mundial em 2008, e é assim que estamos nos preparando para evitar impactos maiores da crise atual sobre o Brasil e sua economia. Então, Luciano, eu voltei muito animada da Assembleia da ONU. Levamos para o mundo as nossas experiências, as nossas ideias e a nossa forma de encontrar soluções para os problemas.

Luciano Seixas: Presidenta, o nosso programa chegou ao fim. Obrigado e até a semana que vem.

Presidenta: Olha, Luciano, obrigada. Obrigada também a todos os ouvintes que nos acompanharam até aqui.

Luciano Seixas: Você pode acessar este programa na internet, o endereço é www.cafe.ebc.com.br. Voltamos segunda-feira, até lá.

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