Sabia que os Pets podem ser doadores de sangue?

Ação pode ajudar outros animais em situação crítica

Texto: Sérgio Dias
Foto: Divulgação

Da mesma forma que hospitais e laboratórios solicitam doadores para salvar vidas humanas, os veterinários também fazem parte dessa luta e a doação de sangue dos Pets, num procedimento sem dores e contraindicação, pode salvar muitos cães e gatos vítimas de acidentes e doenças crônicas ou agudas.

Grande parte dos tutores não sabe como funciona esse processo tão importante para salvar vidas nos hospitais veterinários, por isso, alguns mitos são alimentados, aumentando a defasagem de doadores cães e gatos nos bancos de sangue.

“Se os bancos de sangue para humanos já sofrem com a falta de doadores, imagine a dificuldade em conseguir sangue para os animais”, revela a veterinária Luana Sartori.

Em geral, o processo é muito parecido com o realizado em seres humanos e é extremamente seguro para o cão ou gato doador. Apenas 450 ml de sangue doado por um cão pode salvar outros em situação crítica, seja por atropelamentos, cirurgias de emergência ou doenças crônicas.

Procedimento

A doação se inicia após uma tricotomia, que é a retirada dos pelos na região de coleta e, claro, antissepsia do local. O sangue é coletado diretamente na bolsa apropriada, sob constante agitação para homogeneizar e evitar a formação de coágulos.

Embora o incômodo seja pequeno se comparado com a grandiosidade do ato e rapidez do procedimento, administrar sedativos é uma opção, mas somente para os animais realmente muito agitados, que não ficam quietos por um tempo de 15 ou 20 minutos, por exemplo.

Requisitos para o Pet ser um doador

Os cachorros que podem doar possuem idade entre um e anos, peso mínimo de 27 quilos e devem estar com vacinação e vermifugação atualizadas, controle de carrapatos e pulgas em dia e, preferencialmente, devem ter comportamento tranquilo.

Para o caso das fêmeas, é proibida a doação se estiverem prenhes ou no cio. Todos os animais passam por criteriosos exames clínicos e laboratoriais, momentos antes da coleta das bolsas de sangue, visando assim atestar a saúde do doador de sangue. Os mesmos requisitos são obrigatórios para felinos doadores. Porém, os gatos devem ter entre um e sete anos e peso mínimo de quatro quilos.

Os doadores de sangue com histórico de doenças infecciosas ou que tenham recebido transfusão não podem doar. “Alguns requisitos são necessários para que o procedimento possa acontecer. Entre eles, o peso ideal, a idade recomendada e a condição de saúde do pet”, completa Sartori.

Outra grande dúvida dos tutores é sobre a tipagem dos pets, mas Sartori esclarece que o processo de transfusão precisa ser entre animais de mesma espécie, independente da raça. “Enquanto nós, humanos, temos sangues dos tipos A, B, AB e O, os gatos contam com três tipos sanguíneos e os cães possuem 13. É essencial que o veterinário responsável pelo procedimento avalie criteriosamente esses precedentes antes de realizar a transfusão sanguínea”, esclarece.

Os cães vítimas de hemoparasitoses como, por exemplo, a doença do carrapato e de linfomas são os que mais precisam de doações. No caso dos gatos, a leucemia felina é a principal urgência para bolsas de sangue. Porém, atropelamentos, picadas de cobras, intoxicações, problemas renais e no pâncreas também demandam necessidade de transfusões.

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