Sidnei Almeida: Covid 19 – Sintomas nas Finanças Públicas

É natural que cada um de nós tenha e expresse sua opinião a respeito de ações do governo, principalmente quando isso afeta nosso dia-a-dia. Durante a pandemia ouvimos muitos prós e contras lockdown, a favor desta ou daquela vacina, remédios entre outros. Aqui faremos uma análise do efeito nas finanças públicas, que também pode ter opiniões diferentes.

Inicialmente precisamos entender que para tudo que o governo faz há um custo, que é bancado pelos impostos que pagamos. Alguns impostos têm finalidade específica e que não podem ser desviadas, porém outros podem ser gastos conforme estratégias de governo ou necessidades imediatas.

Como exemplo, o lockdown reduz o comércio fazendo com que algumas empresas reduzam produções/vendas, o que conseqüentemente reduz os impostos arrecadados pelo governo. Por outro lado o governo precisa tomar algumas ações para conter os efeitos da pandemia, o que significa gastos com estruturas como hospitais, remédios, vacinas, além de ações com a finalidade de manter o consumo, principalmente pelo desemprego gerado. No Brasil, assim como em outros países vemos ação do governo para tentar garantir renda e consumo, através do auxílio emergencial (inicialmente R$600).

O que muitos de nós não paramos para pensar é de onde viria os recursos para tantos gastos do governo (hospitais, remédios, vacinas, auxílio emergencial…) uma vez que os impostos arrecadados diminuíram. Se formos ao exemplo de nosso orçamento familiar podemos concluir que sempre que nossa renda diminui, ou que temos algum gasto extra, mas necessário, precisamos eliminar o chamado “supérfluo”.

Mas o que é supérfluo para os governos? Poderíamos apresentar aqui uma lista infinita se fossemos aos pormenores dos gastos, começando pela própria corrupção (esta não deveria mesmo existir), auxílio parlamentar, alguns cargos comissionados, viagens e eventos (estes dois pelo próprio lockdown se tornaram inviáveis, pois aglomerações e contatos desnecessários devem ser evitados), além de outros.

Bem, pelo que notamos o “supérfluo” do governo não foi cortado em 100%, mas os governos se viram “entre a cruz e a espada” quando tiveram que decidir entre declarar ou não lockdown, bem como outras ações de controle.

Isso justifica as inúmeras mudanças de estratégias com o “abre e fecha” do comércio diante da pressão com os gastos gerados e ineficácia de algumas ações em curtos períodos.

Qual seria nossa decisão se fossemos o governo? Acredito que nenhum de nós gostaria de estar nesta posição neste momento, mas o que não podemos esquecer é o efeito de “guerra” gerado pela pandemia, e assim olharmos para a história e vermos que potências mundiais como Japão e Alemanha se reconstruíram após a segunda guerra mundial. Por outro lado, algumas ações imediatas são necessárias, o que leva a certos riscos.

Mas não vou fugir à pergunta feita, pois primeiramente parto do princípio de que não há corrupção em um governo do qual faço parte. Então buscaria identificar os setores mais afetados, as pessoas destes setores que perderam/reduziram renda e garantir o auxílio emergencial para estes setores. Aos desempregados já antes da pandemia garantiria o que era previsto se não fosse a pandemia, e se possível mais alguns meses de auxilio. Tudo isso para garantir consumo e sobrevivência dos cidadãos assistidos. Dos gastos com estruturas hospitalares, remédios e vacinas não há como fugir, apenas garantir que eles sejam de qualidade e os menores possíveis.

Por outro lado evitaria o lockdown, mas faria uma forte campanha de conscientização individual sobre os cuidados necessários para evitarmos a contaminação coletiva.

Ao evitar lockdown, manter arrecadação de impostos e fazer uma gestão mais estratégica de auxílio permitiria um bom plano de recuperação, com incentivo ao consumo no comércio local (sem gastos para o governo), plano para recuperação do emprego através do incentivo às empresas para novos postos de trabalho gerados, além de uma análise de novas oportunidades de produção e serviços face à nova realidade pós-pandemia.

Envie sugestões de temas, dúvidas, críticas através do e-mail [email protected] ou através do Messenger do autor (Sidnei Almeida).
Sidnei Almeida, natural de Itaporanga, formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Paraná com extensão em Gestão Econômica Financeira pela Fundação Dom Cabral, além de vasta experiência em grandes empresas na área de financeira e crédito e bancos como Banco do Brasil, HSBC, Banco Renault/Santander e atualmente BNP Paribas, líder europeu.

Sidnei Almeida: Covid 19 – Sintomas nas Finanças Públicas

É natural que cada um de nós tenha e expresse sua opinião a respeito de ações do governo, principalmente quando isso afeta nosso dia-a-dia. Durante a pandemia ouvimos muitos prós e contras lockdown, a favor desta ou daquela vacina, remédios entre outros. Aqui faremos uma análise do efeito nas finanças públicas, que também pode ter opiniões diferentes.

Inicialmente precisamos entender que para tudo que o governo faz há um custo, que é bancado pelos impostos que pagamos. Alguns impostos têm finalidade específica e que não podem ser desviadas, porém outros podem ser gastos conforme estratégias de governo ou necessidades imediatas.

Como exemplo, o lockdown reduz o comércio fazendo com que algumas empresas reduzam produções/vendas, o que conseqüentemente reduz os impostos arrecadados pelo governo. Por outro lado o governo precisa tomar algumas ações para conter os efeitos da pandemia, o que significa gastos com estruturas como hospitais, remédios, vacinas, além de ações com a finalidade de manter o consumo, principalmente pelo desemprego gerado. No Brasil, assim como em outros países vemos ação do governo para tentar garantir renda e consumo, através do auxílio emergencial (inicialmente R$600).

O que muitos de nós não paramos para pensar é de onde viria os recursos para tantos gastos do governo (hospitais, remédios, vacinas, auxílio emergencial…) uma vez que os impostos arrecadados diminuíram. Se formos ao exemplo de nosso orçamento familiar podemos concluir que sempre que nossa renda diminui, ou que temos algum gasto extra, mas necessário, precisamos eliminar o chamado “supérfluo”.

Mas o que é supérfluo para os governos? Poderíamos apresentar aqui uma lista infinita se fossemos aos pormenores dos gastos, começando pela própria corrupção (esta não deveria mesmo existir), auxílio parlamentar, alguns cargos comissionados, viagens e eventos (estes dois pelo próprio lockdown se tornaram inviáveis, pois aglomerações e contatos desnecessários devem ser evitados), além de outros.

Bem, pelo que notamos o “supérfluo” do governo não foi cortado em 100%, mas os governos se viram “entre a cruz e a espada” quando tiveram que decidir entre declarar ou não lockdown, bem como outras ações de controle.

Isso justifica as inúmeras mudanças de estratégias com o “abre e fecha” do comércio diante da pressão com os gastos gerados e ineficácia de algumas ações em curtos períodos.

Qual seria nossa decisão se fossemos o governo? Acredito que nenhum de nós gostaria de estar nesta posição neste momento, mas o que não podemos esquecer é o efeito de “guerra” gerado pela pandemia, e assim olharmos para a história e vermos que potências mundiais como Japão e Alemanha se reconstruíram após a segunda guerra mundial. Por outro lado, algumas ações imediatas são necessárias, o que leva a certos riscos.

Mas não vou fugir à pergunta feita, pois primeiramente parto do princípio de que não há corrupção em um governo do qual faço parte. Então buscaria identificar os setores mais afetados, as pessoas destes setores que perderam/reduziram renda e garantir o auxílio emergencial para estes setores. Aos desempregados já antes da pandemia garantiria o que era previsto se não fosse a pandemia, e se possível mais alguns meses de auxilio. Tudo isso para garantir consumo e sobrevivência dos cidadãos assistidos. Dos gastos com estruturas hospitalares, remédios e vacinas não há como fugir, apenas garantir que eles sejam de qualidade e os menores possíveis.

Por outro lado evitaria o lockdown, mas faria uma forte campanha de conscientização individual sobre os cuidados necessários para evitarmos a contaminação coletiva.

Ao evitar lockdown, manter arrecadação de impostos e fazer uma gestão mais estratégica de auxílio permitiria um bom plano de recuperação, com incentivo ao consumo no comércio local (sem gastos para o governo), plano para recuperação do emprego através do incentivo às empresas para novos postos de trabalho gerados, além de uma análise de novas oportunidades de produção e serviços face à nova realidade pós¬-pandemia.

Envie sugestões de temas, dúvidas, críticas através do e-mail [email protected] ou através do Messenger do autor (Sidnei Almeida).

*Sidnei Almeida, natural de Itaporanga, formado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Paraná com extensão em Gestão Econômica Financeira pela Fundação Dom Cabral, além de vasta experiência em grandes empresas na área de financeira e crédito e bancos como Banco do Brasil, HSBC, Banco Renault/Santander e atualmente BNP Paribas, líder europeu.

Notícias relacionadas