Taguaí-SP: instalação do busto de Antônio Romano de Oliveira, prevista para 16/05

Comemorando o Centenário de nascimento e os 75 anos de falecimento do Expedicionário Antônio Romano de Oliveira, a Equipe de Sobrinhas e Sobrinhos Netos, empenhados em recordar essas datas e deixar uma memória permanente e pública dele, promovem a instalação de um Busto do Expedicionário na Praça de seu nome, em Taguaí e, em razão disso, lançam o segundo artigo, ao qual te convidamos a acompanhar. A data celebrativa está prevista para o dia 16 de maio, proximamente, publicaremos o cronograma do Evento.

                                      UM EXPEDICIONÁRIO? 
                                   OU TODOS COMBATENTES!

A explosão da Segunda Guerra Mundial ocorreu em consequência dos ressentimentos de uma Nação – a Alemanha que, insatisfeita, se julgava injustiçada com as ‘Medidas’ determinadas no acordo de Paz no Tratado de Versalhes, estabelecendo o fim da Primeira Guerra Mundial.

A princípio era um indivíduo – Adolfo Hitler, com concepções extremas, o qual vinculando-se ao Partido Nazista, rapidamente difundiu suas ideias e conquistou o apoio da Nação Alemã. Com Hitler, o partido nazista começou a defender posicionamentos políticos radicais que se tornaram uma das mais perversas ideologias da História.
Inicialmente, desenvolveram uma política de expansão. Em 1938 ocuparam a Áustria; em 1939, ocuparam parte do território da Checoslováquia e por fim, mesmo sendo exortado a não avançar, em 1º de setembro invadiram a Polônia. Dois dias depois, os franceses e britânicos declararam guerra à Alemanha.

À medida que os fatos ocorriam, os conflitos tornavam-se acirrados, globais e cada vez piores, constituindo-se, juntamente com outras nações em conflito, os blocos de posicionamentos: os países do Aliado e os países do Eixo.
Ao final, as consequências foram fatais e catastróficas para todos os envolvidos; combates, bombas, campos de concentração e de extermínio – ‘confinamento mortal’, dizimando aproximadamente, 60 milhões de pessoas dentre os países envolvidos e um prejuízo financeiro incalculável – um absurdo massacre, em pleno século XX.

Geopoliticamente, o Brasil estava distante das facções e campos de combate, portanto, neutro frente aos conflitos.
Após os ataques marítimos por parte dos alemães, causando a morte de 1081 pessoas e com prejuízos na economia brasileira em consequência do afundamento de 34 navios com cargas de café e, sobrepondo-se a tensão do momento, surgira um clima de ameaça, não sendo mais possível permanecer neutro. Finalmente, o Brasil entrou participando na Guerra, aliado em terras italianas, contra a invasão nazista que estrategicamente avançava na região do norte da Itália.

Semelhante ao nosso conterrâneo, Expedicionário Antônio Romano de Oliveira, em destaque, muitos brasileiros combatentes também perderam a vida, deixando apenas a saudade aos seus e um sonho – o de retornar vitorioso como um herói. Certamente, deram a vida em favor de uma ideal, em defesa do Direito e da Paz, em defesa de uma Nação livre e soberana, e a História lhes atribui qual um título: “Os Pracinhas”. Alguns tiveram a felicidade de retornarem vitoriosos e prosseguirem suas vidas honrando as suas Famílias, suas cidades, sua parentela e nossa gente.

Certamente, todos os ex-combatentes, vivos ou não, levam os seus méritos; cabe a nós a consciência da gratidão e do reconhecimento. Mas a melhor gratidão não se expressa com as palavras, embora as palavras não possam ser dispensadas, ao contrário, elas são importantes para demonstrar o reconhecimento, e também necessárias para imortalizar os fatos e perpetuá-los como História.

Portanto, a melhor gratidão se expressa em atos e fatos quando se traduzem em vida, formando um estilo, um modo interessante e coerente de viver. Assim, as nossas ações deveriam expressar a grandeza de nossa alma, fazendo da vida cotidiana uma grande batalha e, ao mesmo tempo, uma nobre missão. Uma Batalha diferente do front, do contexto da guerra, talvez um empreendimento ainda mais importante, que se traduza na coerência do pensar e do agir em forma de uma nobre missão em busca permanente da verdade, do bem, da paz e do amor.

Falando assim, desperta uma curiosidade: e a Família de nosso Expedicionário, o que dizer?

O nosso Expedicionário era filho do Sr. Francisco Romano de Oliveira e de D. Olímpia do Nascimento, que compunham uma Família numerosa de dez filhos; família humilde e simples em seu modo de viver. Os pais eram simples, mas gigantes de alma e de coração e, mesmo com as dificuldades da vida, sabiamente souberam transmitir esses valores para seus filhos, conduzindo-os com muito zelo, honra e uma boa educação. Isso se tornará evidente no próximo artigo, relendo a última carta do Expedicionário.

Agricultura e pecuária eram os trabalhos da família e as atividades do contexto de então. Mas não faltava o afeto, o respeito, a alegria de viver e, sobretudo, a religião. O perfil da educação consistia primeiro no cumprimento dos deveres, a participação e colaboração de todos e, esperava-se o reconhecimento dos direitos, que se desenvolviam naturalmente, sem revolta ou contestação.

Naquela tempo, na zona rural aconteciam os famosos mutirões realizados entre as Famílias, geralmente aos sábados, onde ninguém podia faltar, pois além do alivio nos apuros dos trabalhos, todos precisavam se encontrar para a alegria da amizade, da convivência e dos negócios, porque além dos trabalhos, realizavam-se também as trocas de ajuda mútua entre os integrantes das diversas famílias e vizinhos que participavam.

E para finalizar esses finais de semanas de encontros, o baile começava no entardecer, virava a noite e durava até o amanhecer. Tudo isso acontecia num ambiente de muita alegria, respeito e diversão. De vez em quando, alguns exageravam na bebida, mas o responsável da casa, tinha o cuidado de tomar as providências e conter a situação.

Falando do Expedicionário, deixemos a guerra e o contexto de então e nos questionemos sobre a atualidade e a nossa situação. E as nossas Famílias, e a nossa Sociedade, como estão? Certamente, os estudiosos do assunto poderiam fazer uma excelente descrição. Reportamos aqui algumas interpretações atribuídas por eles à nossa atualidade, sobre o modo ou a forma em que muitos estão vivendo.

Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, ele descreve a atualidade, caracterizando-a com a expressão “uma sociedade líquida”, porque tudo está mudando muito rápido, nada mais é estável, nem a Família, nem as outras instituições, nem mesmo os valores, parece que tudo está se desagregando, e os valores estão se perdendo.

Conforme o filósofo italiano G. Vattimo, a atualidade pode ser caracterizada com o sintagma que ele chama de “pensamento débole”, argumentando razões filosóficas ligadas à existência e aos fundamentos do ser. Não é o caso desenvolver aqui o pensamento e os argumentos desses autores. Basta ligarmos a televisão e isso já nos basta!

Na política, além da politicagem descarada, da falta de caráter, das mentiras e acusações, do carreirismo, da ganância e da corrupção, da falta de projetos políticos e sociais, da incompreensão e o desrespeito à Democracia, prevalece a inconsistência dos discursos; a falácia é a característica do momento, que se polariza nas famosas Fake News e nas estratégias de defesa do próprio status e do poder, no momento. Será que tal situação não é também um campo de batalha permanente?

Se porventura ousarmos descrever a situação das Famílias na atualidade…, é bom moderar as palavras para ninguém se ofender, porque começa na estrutura das relações, declinando as consequências. Os pais querem a liberdade de solteiros e o foco da vida se tornou ganhar dinheiro e fazer a carreira, ou na política ou na profissão.

A Família foi colocada em segundo plano e o casamento, parece coisa do passado. O compromisso dura enquanto valer a pena, se tem uma crise, cada um vai para o seu canto e os filhos ficam desamparados, para não dizer jogados, na casa dos avós, com as tias ou em uma instituição. A Família moderna vive os momentos, mas não compromisso, o sacrifício, o verdadeiro amor, a entrega da vida em longa duração nos cuidados um do outro e dos filhos. Parece que perdeu-se o encanto e o ideal…, porque já não sabem mais o sentido do verdadeiro Amor!

A religião é algo que está em desuso no momento. Todos afirmam acreditar em Deus, buscar a espiritualidade e desejar a salvação; mas a psicologia e as outras ciências tem precedência e ganham mais adeptos e maior atenção. Na verdade, os Mandamentos e a Palavra de Deus, não perderam a sua eficácia, mas na prática foram abandonados como verdadeira orientação para o sentido da vida. Recebe-se os sacramentos como se fossem validar um cartão.
Agora já estou autenticado, mas sem a identidade, sem a adesão e, portanto, sem a essência do ser cristão. Como consequência dessa situação temos uma cultura adoecida e comprometida, temos o desmoronamento ou a inversão dos valores, a ‘sociedade líquida’ e o ‘pensamento débole’, pessoas em crise, instituições em crise, uma constante agitação. Ainda existe o desejo de felicidade, mas de modo virtual e fácil, e por isso, aumentam as doenças, a violência, o desamor, a indiferença, o uso de entorpecentes, e tantas outras consequências, sobretudo com a perda do sentido da vida e as inúmeras desilusões e mortes.

O modernismo da atualidade impõe um ritmo e um estilo de vida distante dos ideais, dos valores e, sobretudo, do senso patriótico: primeiro os deveres para depois os direitos. O perfil da educação no tempo de nosso Expedicionário consistia primeiro no cumprimento dos deveres e esperava-se o reconhecimento dos direitos, que se desenvolviam naturalmente, sem contestação. Por isso a Família era um ambiente de alegria, de trabalho e de realização.

Primeiro se aprendia a executar os deveres, e consequentemente, existia a ordem, a hierarquia e os valores eram assimilados co-naturalmente. É deste núcleo educacional, que se chama Família, que nascia o senso Patriótico, e o desejo heroico de um ideal, mesclado e blindado com um sentimento profundo de respeito, amor e gratidão. Essa foi a época, e assim foi a Família, o ambiente e o contexto formativo do nosso Expedicionário.

Mas, olhando para o panorama do mundo moderno, não podemos desanimar!

Sendo assim, prosseguimos, sem perder o foco, sem deixar os valores éticos – morais, familiares e religiosos que nos foram transmitidos ao longo dos anos. A construção da História depende da generosa contribuição, e agora, chegou a nossa vez! Todos somos chamados a sermos verdadeiros combatentes! Chamados ao combate cotidiano para resgatarmos e reconstruirmos a cultura com os valores que foram abandonados ou invertidos. Chamados ao combate cotidiano na vivência dos valores familiares, éticos e morais, que enobrecem o homem. Combatentes na realização, primeiro dos deveres, porque todos somos cidadãos de direitos, devendo colaborar na construção de uma sociedade mais humana, digna e repleta de esperança, de dias melhores e de um futuro promissor.

À todos, o nosso reconhecimento e a nossa gratidão!

Portanto, não nos deixemos corromper!

Com nosso estilo de vida, deixemos os nossos Nomes gravados na História…

E no mundo, cumpramos nossa nobre missão na vivência da verdade, do bem, de paz e do amor!

Atenciosamente,

Sobrinho neto do Expedicionário

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