Taquarituba ganhou um presente indigesto em 2011: uma penitenciária

OLYMPUS DIGITAL CAMERA         Os municípios de Taquarituba, Bernardino de Campos e Cerqueira César, nesta região sudoeste paulista foram contemplados em 2011 pelo Governo do Estado com unidades prisionais que estão em construção e a pleno vapor. Recebidas por muitos como um "presente de grego" ou um "abraço de tamanduá", para esses as obras contrariam a vocação econômica da região, privilegiada com terras férteis que a

mantém como forte produtora agrícola; forte na indústria de confecções e vestuário; rica em belezas naturais de matas, rios, cascatas, lagos ( como o da Represa Jurumirim, com volume de água despoluída seis vezes maior que a Baia da Guanabara, e, igualmente,  a Represa de Xavantes. Formadas pelos rios Itararé, Verde, Taquari e Paranapanema, juntas, alimentam quatro usinas hidroelétricas.   

O Estado já conta com 149 unidades prisionais instaladas em 80 municípios e este ano foi iniciada a construção de  mais 14 unidades em 12 municípios. De acordo com Lourival Gomes, secretário de Administração Penitenciária, há um déficit de 50.000 vagas, com essas unidades superlotadas abrigando presos em condições desumanas e por isso o Estado precisa melhorar isso.

Essas unidades estão divididas em 13 Centros de Progressão Penintenciária, 36 Centros de Detenção Provisória, 22 Centros de Ressocialização, 01 Unidade de RDD – Regime Disciplinar Diferenciado, 74 Penitenciárias e 03 hospitais.

De acordo com o site da SEAP, As 14 novas unidades são: Bernardino de Campos(Penit. Masculina), Capela do Alto(Penit.Masculina I e II), Cerqueira César (Penit. Masculina e CDP), Florínea(Pinit. Masculina), Guariba (Penit.Feminina), Jardinópolis(CPP), Piracicaba (Penit. Masculina), Pirajuí(Penit.Feminina), Pontal (CDP), Taiuva (CDP), Taquarituba (Penit.Masculina) e Votorantim (Penit. Feminina)

A de Taquarituba foi goela abaixo. Em 2008, de acordo com os noticiários, informados das intenções das autoridades, e diante de manifestações contrárias da população,  os vereadores aprovaram uma lei proibindo construções de presídios no município, e em 2009 o Poder Executivo mandou um projeto para a Casa revogando essa lei, mas essa revogação foi rejeitada por unanimidade pelos vereadores. O Executivo recorreu e o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo considerou que a lei criada pelos vereadores era inconstitucional, e em julho o Estado se movimentou para licitação da construção, que foi contratada em 29/09/2011 por R$ 32.718.926,93.

Depois de pronta, a Penitenciária de Taquarituba, que está sendo construída na Rodovia Eduardo Saigh (SP255), Km 326 + 300m, ao lado de uma cooperativa agrícola terá capacidade para abrigar 768 presos, quase que igual a população do menor município paulista, Borá(Região de Tupã), que tem 806 habitantes.

Para alguns, isso traz benefícios para o comércio, mais empregos, mais segurança e mais recursos financeiros para os cofres municipais. Outros contestam, precipalmente o ítem segurança, porque se assim fosse, os municípios que já tem penitenciárias ostentariam baixos índices de criminalidade, mas não é o que as estatísticas da própria Secretaria de Segurança Pública mostra. "É simples: se fosse coisa boa mesmo, os 645 municípios paulistas estariam lutando junto ao governo para cada um ter a sua penitenciária. E outra, os que já tem querem mais? Não querem de jeito nenhum!", comentou um senhor que pediu para não ser identificado.

Já para outros, ao invés de presídios poderiam vir  investimentos, como fábricas, mais cursos técnicos e faculdades públicas, ou outros investimentos menos perigosos. Esses prevêem também um aumento dos problemas sociais no município, sobrando também para os municípios vizinhos, porque os familiares dos presos procuram se mudar para perto de onde eles cumprem pena.     

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