A Faculdade de Medicina (FM), Câmpus de Botucatu, e a USP desenvolveram em iniciativa conjunta um aparelho com tecnologia nacional para o tratamento a laser de varizes. Os idealizadores destacam que o procedimento teria custo mais baixo e seria menos invasivo que o modo tradicional. A intenção dos cientistas é que o procedimento seja incorporado ao serviço do Sistema Único de Saúde (SUS).
O aparelho foi desenvolvido pelos professores Winston Bonetti Yoshida, da FM, e Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos (USP). O equipamento foi utilizado em quinze pacientes do Hospital das Clínicas da Unesp de Botucatu, com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa da FM. A meta é que o mesmo número de pessoas passe pela cirurgia até o final deste ano. Com isso, os resultados serão comparados com um grupo submetido ao método tradicional, para verificar a eficácia da nova técnica.
Com a máquina também será possível tratar hemangiomas – pequenos tumores benignos formados por tufos de vasos sanguíneos, além de alguns tipos de alterações dermatológicas. O laser emitido por ele tem alta interação com água e hemoglobina, o que provoca a fotocoagulação e endurecimento das veias e vasos sanguíneos. Quando aplicado em veias varicosas promove seu desaparecimento.
Segundo os pesquisadores, a opção por esse tratamento proporciona maior conforto ao paciente, já que a cirurgia a laser tende a ser menos invasiva do que a flebo-extração, uma das formas mais tradicionais de tratar o problema e que consiste na extração das veias. O novo método também teria menos chances de complicações após a aplicação.
"Com o uso do laser, há redução de hematomas, alterações nervosas, sensitivas, inchaços", afirmam os professores em artigo. "O procedimento com laser também costuma ser mais rápido, com igual eficiência da cirurgia convencional."
Para a concepção do protótipo, a equipe do Centro de Pesquisa em Ótica e Fotônica da USP (Cepof) buscou as especificações nos aparelhos já existentes no mercado que melhor se adequavam às necessidades de uma cirurgia vascular. O exemplar brasileiro tem estimativa de custo de R$ 20 a R$ 24 mil, sendo que os atuais modelos importados da Europa, Canadá e Argentina chegam a custar mais de R$ 100 mil.
Pelo convênio firmado entre as duas universidades, o protótipo ficará pelo período de 12 meses no HC de Botucatu para testes de desempenho, eficácia, segurança e receberá verificação técnica a cada três meses pelo Cepof. (Por Flávio Fogueral, da Assessoria de Imprensa da FM)