Vigilância ambiental detecta aumento do mosquito da dengue em Botucatu

Durante o último mês de fevereiro, a Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), vinculada à Secretaria Municipal da Saúde, realizou em parceria com o Departamento de Parasitologia do Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu um novo trabalho para identificar as áreas com infestação do mosquito transmissor da dengue [aedes aegypti] em Botucatu.


Na oportunidade foram distribuídas 185 ovitrampas na área urbana do Município. Elas são armadilhas artificiais adaptadas em vasos pretos de plantas com uma palheta de madeira imersa em água, na qual permite identificar a oviposição [postura de ovos] da fêmea do mosquito Aedes.

O resultado mostrou que 64% das armadilhas estavam com a presença de ovos do inseto transmissor. No mês de novembro de 2010 o resultado desta pesquisa apontou que apenas 10% das armadilhas continham ovos. 

A Vigilância Ambiental argumenta que, como todos os anos, as chuvas foram mais intensas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, o que favoreceu, assim, as condições para a eclosão dos ovos de Aedes que estavam no ambiente.

A atividade de Avaliação de Densidade Larvária (ADL) realizada no mês de janeiro deste ano já havia mostrado que 76% dos recipientes [vasos e pratos de plantas, piscinas, bebedouros de animais, materiais recicláveis, calhas, caixas d’água, entre outros] existentes nos domicílios de Botucatu estão se transformando em criadouros de mosquitos devido à falta de cuidados.
“Apesar de não poderem ser removidos ou eliminados facilmente, estes recipientes, nas suas bordas e laterais, devem ser constantemente lavados com bucha, pois é lá que ficam os ovos do mosquito durante o período de estiagem. Bastam chegar as chuvas para que os ovos estourem e as larvas se transformem em novos mosquitos potenciais transmissores da dengue”, explica Gabriella Koppány González, coordenadora da VAS.

Índice de Breteau – A preocupação em relação à proliferação da dengue no Município tem uma razão. A Avaliação de Densidade Larvária (Índice de Breteau), realizada em janeiro deste ano, identificou níveis altos de infestação do mosquito transmissor da doença.

O resultado foi de 2,7 imóveis com larvas de mosquito para cada cem imóveis visitados. O resultado preconizado como satisfatório pela Organização Mundial de Saúde é inferior a 1.0. Isso coloca Botucatu em situação de alerta, principalmente em determinadas regiões da Cidade que apresentaram índices ainda mais altos de infestação do inseto. É o caso do setor Leste que registrou índice de 4,7 e do setor Central/Oeste com percentual de 5,3.

“Nosso município só apresentará transmissão de dengue se o mosquito local se infectar ao picar uma pessoa que tenha contraído dengue fora de Botucatu e depois picar pessoas sadias”, explica Valdinei Moraes Campanucci da Silva, supervisor de serviços de Saúde Ambiental e Animal da VAS.

Notificações e sintomas – Em 2011, até a presente data, a VAS atendeu 30 notificações de casos suspeitos de dengue. Destas, 16 foram negativas e 14 ainda aguardam resultados das análises laboratoriais de comprovação da doença. No ano passado, das 98 notificações, 75 tiveram resposta negativa à doença.

A Vigilância Epidemiológica em Botucatu esclarece ainda que se a pessoa apresentar sintomas da dengue [febre alta, enjoos, vômitos, dor de cabeça, no fundo dos olhos, nos músculos e nas articulações], ela deve evitar a automedicação e procurar qualquer unidade de saúde do Município para fazer o teste de sorologia, que pode ser feito apenas a partir do sexto dia de apresentação dos sintomas.

Serviço
Vigilância Ambiental em Saúde
Telefones: 3811-1103 ou 150

Vigilância Epidemiológica
Telefone: 3811-1105

Mais informações: www.saude.gov.br
 
 

 

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