Hoje, um dos meus quatro pets – dois cães, com os nomes de Xerife e Pitoco, e dois gatos com os nomes de Chico, a Pantera (fêmea) – me aprontou uma daquelas que os humanos não entendem e de fato é meio insuportável mesmo.
O Xerife, esse jovem-rapaz da foto, de quase 10 anos de idade, saiu de manhã para a tradicional caminhada rápida dele. A gente abre o portão e ele junto com o Pitoco saem com aquela calma deles: numa velocidade de quase 200 Km/h, sempre em direção à bela Pracinha Juvenal Couto (muito bem cuidada pelo seu vizinho, Sr. Mário Tubota, aqui no bairro BNH, cujo o nome aprovado por lei nos anos 80 é Conjunto Habitacional Angelino de Oliveira, mas que quase ninguém o chama ou conhece por essa denominação, mas, sim, por BNH, em referência à instituição bancária Banco Nacional da Habitação, que na época – anos 80 – financiou as casinhas.
Bom, todos os dias abro o portão e os dois, Xerife e Pitoco, saem juntos e voltam rápido, sempre juntos. Mas desta vez o que nunca tinha acontecido nesses quase 10 anos do Xerife, desta vez aconteceu: não sei onde, mas o fato foi que o danado do Xê acabou rolando numa carniça e voltou todo feliz, entrou em casa e aí, claro, logo o ar do interior da nossa moradia estava tomado por aquela fragrância que os humanos detestam. E, em uníssono, todos aqui gritavam: “fora Xê daqui, fora Xê dali e fora Xê de acolá. O Pitoco, que é bem mais novo, não fez o mesmo que o Xerife.
Bem, desde criança a gente sabe que os cães rolam mesmo em carniças e eles se sentem bem, mas, sinceramente nunca tínhamos ido fundo para saber os motivos que os levam a fazer isso. Mas hoje aproveitamos para pesquisar, e eis os resultados destas pesquisas.
Os cães têm um comportamento instintivo de rolar em carniça por uma variedade de razões, algumas das quais podem ser:
1 – Mascarar seu cheiro: Os cães ancestrais, como lobos, tinham o hábito de rolar em carniça para disfarçar seu cheiro e se camuflar enquanto caçavam. Isso os ajudava a se misturar com os odores do ambiente e a se aproximar de presas sem serem detectados.
2 – Comunicação olfativa: Os cães têm um olfato muito apurado e usam odores para se comunicar com outros cães. Rolar em carniça pode ser uma forma de “deixar uma mensagem” para outros cães, marcando território ou comunicando informações sobre comida disponível.
3 – Prazer sensorial: Embora possa parecer desagradável para nós, rolar em carniça pode ser uma experiência sensorial agradável para os cães. Eles podem gostar da sensação de textura e cheiro da carniça em seu pelo.
4 – Instinto de caça: Mesmo que os cães domésticos não precisem caçar para se alimentar, o instinto de seus antepassados ainda está presente. Rolar em carniça pode ser uma manifestação desse instinto de caça e sobrevivência.
5 – Em resumo, rolar em carniça é um comportamento instintivo e natural para muitos cães, embora possa ser desconcertante para seus donos humanos.
Então tá aí. Ao invés de brigar, xingar e chutar o Xerife, no final da tarde deste domingo (21) dei-lhe um belo banho e até apliquei umas pulverizadas de perfume para cães e gatos, e o problema foi divertidamente resolvido, sem violência e maus-tratos ao animal.
Mas sei de um fato em que um cão fez o mesmo, seguiu o dono até a missa, e quando esse tutor que já estava sentado no banco percebeu, o cão estava deitado aos seus pés, e naquela altura o ar todo do templo sagrado lotado de fiéis já estava com aquele perfume insuportável.
Como não adiantaria expulsar o animal para fora, o dono interrompeu o seu momento sagrado, levantou-se, convidou o cão e ambos voltaram felizes para a casa.
