Dois mega relâmpagos ocorridos nas Américas batem recorde mundial; raio entre Uruguai e Argentina, bateu o recorde de duração, com 17 segundos

Raios podem causar até fatalidades, especialmente em países em desenvolvimento.

1 fevereiro 2022 – Clima e Meio Ambiente

Organização Meteorológica Mundial classificou fenômeno ocorrido no sul dos Estados Unidos como o maior em tamanho por ter percorrido 768 km; outro raio, ocorrido entre Uruguai e Argentina, bateu o recorde de duração, com 17 segundos.

Um relâmpago ocorrido no sul dos Estados Unidos em 29 de abril de 2020 bateu o recorde mundial de maior raio do mundo, por ter percorrido 768 km, praticamente a mesma distância entre as cidades americanas de Nova Iorque e Columbus Ohio ou entre Londres, na Inglaterra e Hamburgo, na Alemanha.

A classificação recorde foi feita pela Organização Meteorológica Mundial e divulgada nesta terça-feira. O mega raio atingiu 60 km a mais do que o recorde anterior, que havia sido registrado no sul do Brasil em 2018, com 709 km.

Argentina

A OMM classificou como recorde dois raios ocorridos na América do Norte e América do Sul.Imagem: WMO-OMM

A OMM classificou como recorde dois raios ocorridos na América do Norte e América do Sul.
Outro recorde anunciado pela OMM foi para a maior duração ocorrida em um único raio, que aconteceu por 17 segundos durante uma tempestade sobre Uruguai e norte da Argentina em 18 de junho de 2020.

As novas classificações foram registradas no Boletim da Sociedade Meteorológica Americana. A OMM explica que os recordes usam a metodologia de distância máxima circular para medir a extensão do radio, ou a distância mais curta mensurável entre dois pontos de uma esfera.

O relator para Extremos do Clima e Temperatura da OMM, professor Randall Cerveny, declarou que “esses foram recordes extraordinários para relâmpagos, sendo que extremos ambientais são as provas vivas do poder da natureza”.

Segurança

O especialista acredita ser possível existirem extremos ainda maiores, que poderão ser observados com o avanço das tecnologias de detecção de raios. Já o chefe da OMM, Petteri Taalas, afirmou que os novos recordes destacam “importantes preocupações de segurança para nuvens carregadas eletricamente, quando os raios podem viajar por distâncias extremamente longas”.

A agência da ONU explica que os novos recordes aconteceram durante tempestades conhecidas como Complexos Convectivos de Mesoescalas, cujas dinâmicas permitem que relâmpagos extraordinários aconteçam – nestes casos, nas Grandes Planícies da América do Norte e na Bacia do Prata, na América do Sul.

O especialista em relâmpagos Ron Holle nota que os dois eventos que bateram o recorde “não foram isolados, mas aconteceram durante tempestades”. Ele lembra que sempre que se ouve um trovão, é necessário ir para um lugar seguro, como prédios com fiação e tubulação, por exemplo, e não estruturas como praias ou um ponto de ônibus”.

Outro local seguro para se abrigar durante tempestades são dentro de veículos completamente fechados. Holle destaca que os casos extremos mostram que os raios podem viajar uma longa distância em questão de segundos, por isso é importante ter cautela.

A OMM registra recordes relacionados a vários tipos de fenômenos climáticos, incluindo relâmpagos, temperatura, ventos, tempestades, tornados e ciclones. Outros dois raios extremos classificados pela agência aconteceram no Zimbábue, em 1975, quando 21 pessoas morreram com o poder de um único raio, e em Dronka, Egito, em 1994, quando um enorme relâmpago atingiu um conjunto de barris de petróleo que explodiram, causando um incêndio que se espalhou pela cidade, matando 469 pessoas.

Fonte: ONU NEWS

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