Incidentes na Usina de Zaporizhzhia podem levar a desastre, avisa a ONU

Sessão especial do Conselho de Segurança debateu situação em torno da maior central nuclear da Europa

23 agosto 2022
Paz e segurança
Chefe dos Assuntos Políticos das Nações Unidas alerta que situação continuada é ação “suicida”; no Conselho de Segurança, Rosemary DiCarlo chamou a atenção para a situação perigosa dentro e ao redor da maior usina da Europa; organização quer acordo para restaurar infraestrutura como meramente civil e garantir segurança.

As Nações Unidas advertiram que um desastre pode ocorrer se os incidentes na Usina Nuclear de Zaporizhzhia persistirem ou aumentarem.

A subsecretária-geral para os Assuntos Políticos e Manutenção da Paz, Rosemary DiCarlo, falou numa sessão especial do Conselho de Segurança, nesta terça-feira, sobre a situação em torno da maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia.

Danos
Com base em recentes advertências do secretário-geral, António Guterres, ela disse que qualquer dano potencial a Zaporizhzhia é “suicida”.

DiCarlo declarou que as Nações Unidas continuam seriamente preocupadas com “a situação perigosa dentro e ao redor da usina”. Desde o início de março, as operações estão a cargo de técnicos ucranianos, mas o controle do local é de militares russos.

A subsecretária-geral afirma que todo o pessoal e equipamentos militares devem ser retirados das instalações. Ela pediu o fim de mais deslocamento de forças ou equipamentos. Segundo DiCarlo, a usina “não deve ser usada como parte de nenhuma operação militar”. Ela pediu um acordo sobre um perímetro seguro de desmilitarização para garantir a segurança da área.

Bombardeios

A situação levou o secretário-geral a pedir “o bom senso e a razão e abstenção de realizar quaisquer ações que possam colocar em risco a integridade física, a segurança ou a proteção da usina nuclear”.
Em 15 de agosto, António Guterres discutiu a segurança de Zaporizhzhia numa ligação telefônica com o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu. Três dias depois, o assunto foi levantado em Lviv em encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

O chefe da ONU tem apelado para que as partes parem de imediato com “todas as atividades militares nas imediações da usina, evitando ataques às instalações ou seus arredores.

Para DiCarlo, é preciso enviar “o mais breve possível” uma missão técnica com inspetores nucleares ao local, a primeira desde o início do conflito, que completa seis meses nesta quarta-feira.

Ela diz que deve estar clara a obrigação de um acordo para restabelecer Zaporizhzhia como uma infraestrutura puramente civil e garantir a segurança da área. Como Guterres, a subsecretária-geral reitera que a energia produzida no local pertence aos ucranianos.

Vizinhança imediata

DiCarlo destacou que se deve deixar claro que qualquer dano potencial a Zaporizhzhia, ou qualquer outra instalação nuclear na Ucrânia, conduzindo a um possível incidente nuclear, teria consequências catastróficas, não apenas para a vizinhança imediata, mas para a região e outras partes.

Seria igualmente desastroso “qualquer dano que levasse ao corte da usina da rede elétrica ucraniana principalmente com a aproximação do inverno”.

Para a chefe dos Assuntos Políticos, é imperativo que neste momento haja um compromisso das partes em interromper quaisquer atividades militares em torno das instalações de Zaporizhzhia e permitir as operações com segurança.

Fonte: ONU NEWS

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