“Pela memória e pelo futuro”, marca de 50 anos do golpe civil-militar do Chile é lembrada na Alesp

Da Assessoria de Imprensa da Alesp – Junto de sessão solene promovida pelo deputado Maurici, uma exposição de fotografias de Jorge Villalobos e uma apresentação musical do grupo Quinchamalí celebraram a memória e a luta do povo chileno pela democracia

Por Gustavo Oreb Martins – Foto: Rodrigo Romeo | Imprensa Alesp

50 anos do golpe no Chile

Há cinquenta anos, mais especificamente, no dia 11 de setembro de 1973, era executado no Chile um golpe de Estado liderado pelo general Augusto Pinochet, que tomou o poder do então presidente eleito Salvador Allende. Dessa forma, o militar ocupou a cadeira presidencial do país por cerca de 18 anos, originando uma das maiores ditaduras da história da América Latina.

A fim de relembrar as marcas deixadas pelo regime e celebrar a liberdade do povo chileno, a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi palco, na noite da última segunda-feira (25), de uma sessão solene, solicitada pelo deputado Maurici (PT), que contou, inclusive, com relatos de diplomatas chilenos acerca do tema.

“Hoje é uma importante ocasião para lembrar uma das ditaduras mais tristes, sanguinárias e cruéis que se viu em nosso continente. Lembrar de um golpe não significa exaltá-lo, mas, sim, deixá-lo como exemplo daquilo que não deve acontecer nunca mais, em qualquer lugar do mundo. Viva o Chile e viva a liberdade”, declarou Maurici, presidente da Comissão de Relações Internacionais da Alesp.

As marcas do golpe

Abrindo os discursos, o embaixador do Chile, Sebastián Depolo Cabrera disse acreditar que, principalmente tratando-se de um acontecimento histórico terrível para o país, o golpe deve ser sempre relembrado, de forma que o povo chileno nunca mais deixe o mal se repetir. “O aniversário de cinquenta anos do golpe nos leva a refletir sobre nosso compromisso incondicional com os direitos humanos, com a democracia e como ela se constrói por meio da memória. Um povo sem memória é um povo sem futuro”, afirmou o embaixador.

O diplomata ainda fez questão de exaltar a figura de Salvador Allende, deposto e assassinado após a tomada de poder. “Allende foi um grande líder social, eleito democraticamente e retirado de seus direitos por um golpe que acabou com a democracia chilena e com sua vida. Depois, sucederam-se duas décadas de terror, violência e luta para a população. Este é um dia para celebrar a democracia, homenagear Allende e repudiar qualquer tentativa de golpe no Brasil, no Chile e no mundo”, declarou Cabrera.

O deputado Paulo Fiorilo (PT) participou da celebração. De acordo com o parlamentar, a luta pela democracia, tanto no Chile quanto no Brasil, deve ser ininterrupta, a fim de evitar qualquer tentativa de ação antidemocrática. “O Chile viveu um período terrível de sua história, e, assim como no Brasil, o risco de uma nova tentativa de golpe é sempre um mal a ser combatido. A luta deve ser permanente em ambos os países, tanto pela preservação da memória, quanto por meio de ações investigativas e protetoras da democracia por parte do governo”, discursou.

Pela Assessoria de Imprensa da Alesp

E, complementando o material acima elabora pela Imprensa da Alesp exibimos um vídeo, gravado por nós ItapoNews, da música “Te Quiero”, que foi proibida no Chile, Uruguai e Argentina, no período da ditadura civil-militar, interpretada pelo Coral Santa Cecília de Riversul, Itararé e Itaporanga, sob a regência do professor e maestro Batista Biglia, numa apresentação solene na Abadia de Nossa Senhora da Santa Cruz (monges O.Cist.), em Itaporanga (SP)

Música “Te Quiero” apresentada pelo Coral Santa Cecília, com destaque ao cantor-solista, professor Aristeu Duarte, falecido em Itararé no dia 10 de março de 2021

A música “Te Quiero” do cantor uruguaio Mario Benedetti foi proibida nos países mencionados durante os períodos de ditadura militar que ocorreram nessas nações. A canção, lançada em 1977, se tornou um hino de resistência e uma expressão de amor e esperança em meio à repressão e à censura desses regimes autoritários.

As ditaduras militares na Argentina, Chile e Uruguai eram notoriamente repressivas e censuravam qualquer forma de expressão cultural que fosse considerada subversiva ou contrária aos interesses do regime. “Te Quiero” foi proibida porque suas letras e seu espírito de amor e liberdade eram percebidos como ameaças ao controle exercido pelos governos militares sobre a sociedade e a cultura.

No entanto, a proibição da música só serviu para torná-la ainda mais icônica e significativa para aqueles que lutavam pela democracia e pelos direitos humanos em meio a esses regimes repressivos. A canção representou a resistência pacífica e a busca pela liberdade de expressão, e seu legado perdura como um símbolo desses tempos difíceis na história desses países. Com o retorno à democracia, a música “Te Quiero” voltou a ser ouvida livremente e continua sendo um marco cultural na região.
Pelo ItapoNews

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