Agroclima – A Frente parlamentar do Café se reuniu na sexta-feira (23) em caráter de urgência, na cidade de Alfenas, em Minas Gerais para discutir as perdas ocasionadas pela geada em vários municípios cafeeiros de Minas Gerais.
Estiveram na reunião a ministra Tereza Cristina, produtores rurais, prefeitos e membros de cooperativas. Relatos de produtores afetados pelas geadas ocorridas em diversas regiões de Minas Gerais, indicam sinal de alerta para o ano safra 2022.
Ao discursar a ministra Tereza Cristina, disse hoje (23) que será definida uma solução para os prejuízos causados a cafeicultores em decorrência das geadas em Minas Gerais, situação agravada por ocorrer logo após período de seca. Estado registrou a maior geada dos últimos 20 anos.
A ministra pediu que os produtores forneçam dados detalhados sobre as perdas. “O levantamento que será feito pelas equipes técnicas do estado, pela nossa equipe da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) será fundamental para se construir uma política para a região. Pedimos para os produtores que eles nos forneçam os dados corretamente, fotografem as suas lavouras neste momento e que todo mundo fique tranquilo porque juntos vamos achar um caminho para sair dessa situação de perdas que a geada nos trouxe”, disse.
As geadas que afetaram áreas cafeeiras do Brasil entre 19 e 20 de julho geraram o temor de que produtores decidam pelo “default” nas entregas do café recém-colhido, que foi vendido a tradings de commodities há meses por preços que equivalem à metade dos valores atuais.
O cafeicultor Helton Sena, de Campo Belo, em Minas Gerais contou que na sua lavoura os pés de café estão localizados a 910 metros e tudo foi queimado. Áreas de café abaixo de 800 metros também foram bastante afetadas. Alguns pés também tiveram registro de queima total e outros somente a parte do 1/3 superior da árvore. “Percorri minha área e de propriedades ao entorno de Campo Belo e a situação é crítica. Em sua grande maioria, tudo queimado. A geada pegou muito feio. Ano passado reservei uma área e plantei 2 mil pés. Hoje (23), durante visita contabilizamos apenas 100 pés em bom estado, o restante tudo perdido”, conta.
“Na região, existe produtor que fechou o café na modalidade barter no valor de R$640,00 e perdeu mais de 30% da lavoura queimada por geada. No dia 23, o café era cotado entre R$1.000 e R$ 1,130,00 reais”, comenta o cafeicultor.
Enrique Teles Lopes, da região mineira de cafés especiais comenta que a geada atingiu diversas lavouras. ” O café da safra 2022 já está comprometido. Os produtores da região estão muito preocupados com a indicação de uma nova ocorrência de geada nas áreas cafeeiras de Minas Gerais”, disse.
Nova onda de frio é destaque neste final de Julho
É importante lembrar que a safra de 2022 do Brasil, na teoria, voltaria a ser de ciclo alto, devido à bienalidade da cultura. Os impactos do Clima, no entanto, levantam incertezas sobre o tamanho da produção. Com déficit hídrico acentuado, especialistas apontam que a safra 2022 já começa prejudicada.
De acordo com dados preliminares da Exportadora de Café Guaxupé, a geada que atingiu os cafezais mineiros pode resultar em uma quebra de 3,25 milhões de sacas no sul de Minas Gerais, principal região produtora de café tipo arábica do país. Considerando todas as áreas atingidas pela geada, a exportadora indica um total potencial de perda de 4,5 milhões de sacas. A Exportadora disse que continua realizando o levantamento.
Otimizar o plantio, ficar de olho no Clima para avançar com os trabalhos no campo e observar o desenvolvimento da cultura para evitar perdas são algumas das decisões que você produtor rural precisa tomar durante a safra.
O Agroclima Pro é um serviço de tecnologia da Climatempo que utiliza o conhecimento meteorológico. Com ele você pode acessar o histórico de dados de Clima para sua fazenda e pode detectar áreas com menor vigor vegetativo. Além disso, você fica sabendo como será a demanda hídrica da sua lavoura nos próximos 15 dias e ainda consegue identificar os melhores dias e horários para realizar as pulverizações.