Riversul (SP): alunos da EMEF Dirce Mendes Coluço entrevistam o ex-jogador de futebol profissional Odair Patriarca

Tudo começou em Itaporanga, no ano de 1963, no bairro Samambaial, onde nasceu e viveu sua infância.
Porém seus pais resolveram se mudar para Sorocaba, afim de progredir em seus estudos, já que as cidades do interior não ofereciam muitos recursos. “Nunca deixei os estudos de lado” – diz Odair, “nem mesmo quando comecei minha carreira no futebol”.

Sobre sua vida pessoal nos contou que ao nascer teve uma doença conhecida como mal de simioto, em que rejeitava o leite materno e só sobreviveu porque sua tia o amamentou. Ficou dois anos noivo, porém não se casou e não teve filhos, mas se considera “pai de multidões”, seus filhos são as crianças com quem trabalha.

Quem o apoiou a ser jogador foi sua mãe; pois seu pai, mesmo tendo sido um dos melhores atletas no futebol da região de Itaporanga foi contra sua decisão. Para treinar saía escondido de seu pai e andava oito quilômetros até o clube e quando retornava seu pai ficava bravo com ele.

Seu primeiro clube foi o São Bento de Sorocaba, onde começou aos dez anos de idade, passando pelas categorias: pré mirim, mirim, infantil, juvenil, juniores e profissional, permanecendo até seus vinte anos.

Jogou como profissional em treze clubes: São Bento, Ponte Preta, Flamengo do Piauí, Juventude, Sport Recife, Palmeiras, Rio Branco de Americana, Figueirense, Novo Horizontino, Bragantino, Vila Nova, Montes Claros, Marília e também pela seleção brasileira, participando de amistosos e Copa América de 1.991. Disse que todos os times foram de suma importância em sua trajetória, porém seu auge foi no Palmeiras Parmalat.

Nos times por qual passou, foi capitão em sete, jogou com as camisas de números 2, 5, 7, 8 e 11, mas profissionalmente ficou conhecido com a número 2.

Teve de nove a dez títulos em sua carreira e a única lesão grave que sofreu foi uma cotovelada no nariz, que comicamente se lembra e agradece, pois achava seu nariz muito grande e devido a esse acidente teve que fazer uma plástica, melhorando um pouco sua aparência.

Cita vários jogadores que marcou sua carreira, como Dorival Júnior, atual técnico do SPFC, que na época era o Júnior do Palmeiras, César Sampaio, Edmundo, entre outros que acompanharam sua trajetória, porém um atleta que o marcou bastante foi Evair, do Palmeiras.

Odair jogou dois anos no time do Palmeiras e como jogador do alviverde chegou a ser convocado para a seleção brasileira pelo técnico Paulo Roberto Falcão. Foi uma surpresa muito grande, já que vinha de um time pequeno, seu telefone não parava de tocar, nem ele sabia que seu nome estava na nova lista de convocados. Itaporanga parou e fizeram uma festa em sua recepção, por ser o único atleta profissional da cidade convocado para a seleção brasileira, no ano de 1.990.

Veio trabalhar em Riversul, no projeto “Quem ama educa”, a convite de sua prima, que é esposa do atual prefeito. A cidade estava precisando de um treinador de futebol, foi marcado uma entrevista com o prefeito e Odair expôs seus critérios sobre a maneira como trabalha, sem que os alunos tenham nenhum custo. “Esse projeto já dura seis anos e começou a produzir frutos” – diz o treinador.

Em entrevista nos contou que gosta muito de ser treinador em nossa cidade e que dá preferência em negociar com os clubes os atletas daqui. Citou um jovem do projeto que atualmente está jogando fora, que sempre persistiu e nunca desistiu de seus sonhos e enfatizou que todos nós podemos alcançar nossos objetivos, basta querer e dedicar-se.

Mesmo morando em Sorocaba, dedica todo seu tempo ao projeto, ficando em Riversul de segunda a sexta-feira, às vezes nos finais de semana, quando tem um jogo, um campeonato ou alguma viagem com os meninos. Diz que juntamente com seu braço direito, Polaco, estão preparando um passeio ao CT do SPFC, enfatizou que o projeto é sua prioridade.

Nos contou que para ser treinador, após ter encerrado sua carreira como jogador, foi para a Europa, onde estagiou por um ano e meio em vários times como: Bayer Leverkusen, Bayer de Munique e Roma; estudou seis meses por lá e aprendeu um pouco de tudo que a Europa tinha para oferecer, só depois voltou para o Brasil e começou como treinador no Esporte Clube São Bento em Sorocaba, na categoria pré mirim. Diz que sua faculdade foi dentro do campo e vestiário, porém não dá para ser treinador sem nenhuma formação.

O encerramento de sua carreira no futebol ocorreu aos seus trinta e cinco anos, ele já tinha se programado que seria treinador após esse período.

Jogou por vinte e dois anos sem ter uma contusão, o que o deixou feliz, porque conseguiu jogar por bastante tempo, pois grande parte dos jogadores se aposentam muito jovens devido as lesões sofridas. O tempo de trabalho de um jogador depende muito de sua performance, que em média tem duração de doze anos.

Seu último clube foi o Montes Claros de Minas Gerais. Seu passe pertencia ao Palmeiras Parmalat, mas jogava por empréstimo.

Fez um jogo com seus amigos que participaram de sua trajetória em Itaporanga para o encerramento do ciclo.

Ao final de sua entrevista, Odair aconselhou e orientou os estudantes a respeito do uso do celular e enfatizou que educação é primordial e que temos que tomar cuidado com as músicas que ouvimos e ser gente boa, respeitar o próximo, ser gentil e ficar longe das drogas!

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