Pedro Alejandro Spada tem 23 anos e é aluno de graduação em Agronomia da Faculdade de Ciências Agropecuárias da Universidade Nacional de Entre Rios, Argentina. Nascido em Buenos Aires, atualmente, mora em Oro Verde, cidade universitária onde se localiza sua faculdade, na cidade de Paraná, no Estado de Entre Rios. Ele veio ao Brasil através do Programa Escala da AUGM – Associação das Universidades do Grupo de Montevidéu que busca o intercâmbio cultural entre Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
“Estou tendo uma ótima oportunidade e penso que ela deve ser oferecida a mais pessoas. Onde estudo na Argentina, poucas pessoas estão interessadas em sair de seu país. Lá, no terceiro ou quarto ano de graduação a maioria já trabalha. Minha intenção é melhorar minha formação, ter contato com outro idioma e ampliar meu currículo”. Em seu país, Pedro já cursou todas as matérias obrigatórias e faltam apenas cinco exames finais para concluir a graduação. Em 2010, resolveu encarar o desafio de estudar no Brasil e está cursando duas matérias obrigatórias na Unesp de Botucatu: “Produção de não ruminantes” e “Produção e Tecnologia de Sementes”. Ainda pretende cursar a disciplina de “Bubalinocultura”. “Me interessa muito a orientação em zootecnia. Na Argentina, os cursos de ciências agrárias compreendem Agronomia e Zootecnia”, explica ele. “Bubalinocultura de leite”, por exemplo é uma matéria obrigatória na minha faculdade e aqui é optativa”.
A bubalinocultura é muito importante para Pedro, que tem família no Estado de Corrientes, próximo ao Rio Grande do Sul, única região da Argentina que pratica a atividade. No restante da Argentina, predominam as raças Holandesa e Jersey e a bubalinocultura de leite é uma atividade visando especificamente a produção de queijo mussarela, aqui no Brasil conhecido como mussarela de búfala, produto com alto valor agregado.
Pedro chegou ao Brasil no dia 2 de março e deve permanecer até meados de julho. O estudante optou pelo Brasil por sempre ver notícias associando o setor agrícola ao desenvolvimento e expectativa de progresso. “Sei que o país investiu pesado em genética e melhoramento animal, por isso me interessa muito ter acesso aos estudos brasileiros em zootecnia”, conta. “Na região em que minha família mora, é muito forte a bovinocultura de corte e de leite, suinocultura, criação de javali, reflorestamento, horticultura e arroz”. De olho no Mercosul e no desenvolvimento da América Latina, Pedro também quer aprender um pouco de português.
As impressões iniciais de Pedro em relação ao Brasil são muito boas. Além de elogiar a estrutura e a organização da Faculdade, ressaltou a atenção que tem recebido das pessoas. “Aqui, todos se preocupam bastante em integrar o estrangeiro. Querem conversar e saber como nos sentimos e isso é muito bom. Na Argentina, com exceção de Buenos Aires, as pessoas têm a preocupação de incluir outros povos, mas estou impressionado com o tratamento que tenho recebido aqui, é como se fosse uma verdadeira família”. (Do site da FCA/Unesp/Botucatu-sp)