Butucatu realiza simulado de explosão no Teatro Municipal

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Gritaria, fumaça, correria nas dependências do Teatro Municipal. Minutos depois, barulho de sirene, dezenas de viaturas, pessoas feridas sendo atendidas. Esse cenário caótico foi construído na tarde de terça-feira (14) nas imediações da Praça Coronel Moura (Paratodos) para a realização do exercício simulado de grande catástrofe. 

O treinamento serviu para avaliar o nível de articulação e a capacidade de atendimento do sistema de urgência e emergência no município.

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A ação, que vinha sendo organizada desde outubro do ano passado, envolveu diversas instituições e empresas como Prefeitura Municipal (através de diversas secretarias, Guarda Municipal e Defesa Civil), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Hospital das Clínicas/Unesp, Unimed e Sistema Prever.

simulacao_catastrofe_Foto Marco Magnoni_2O objetivo desse tipo de treinamento é estabelecer ações que garantam recursos humanos e materiais extras para atendimento aos pacientes em casos de desastres e catástrofes, em situações que excedam a capacidade de atendimento habitual dos serviços de urgência e emergência de Botucatu. O exercício envolveu aproximadamente 150 pessoas. O comprometimento dos participantes foi tão grande que muitas pessoas que passavam pelo local demoraram para perceber que não se tratava de uma ocorrência real.

A situação simulada foi de uma explosão seguida de incêndio nas dependências do Teatro Municipal com dezenas de vítimas. Equipes de socorro foram acionadas e chegaram rapidamente ao local para conter o fogo e resgatar as vítimas. O método “start”, recomendado internacionalmente para situações catastróficas com grande número de vítimas, foi utilizado para o atendimento das pessoas de acordo com a gravidade de cada uma delas.

Após a evacuação do teatro, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros inspecionaram o prédio para verificar se existia algum risco de colapso da estrutura. O trânsito foi desviado e uma grande área foi delimitada para que as equipes médicas tivessem condições adequadas para fazer a triagem e prestar os primeiros socorros às vítimas. Os casos considerados mais graves foram encaminhados ao Pronto Socorro do Hospital das Clínicas e ao Pronto Socorro Adulto, na Vila Assumpção.

simulacao_catastrofe_Foto Marco Magnoni_7Toda a ação demorou cerca de duas horas. Ao final do evento, os coordenadores das equipes se reuniram no posto de comando que foi montado na Base Comunitária Móvel da Polícia Militar para discutir a dinâmica do treinamento. A avaliação do trabalho foi considerada positiva. Uma reunião deverá acontecer nos próximos dias para uma discussão mais aprofundada dos resultados obtidos com o treinamento.

AVALIAÇÕES

Edson Winckler Filho, comandante do Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Botucatu
“A situação criada se aproximou muito de uma ocorrência real. Inclui fumaça, luz, som, maquiagem das vítimas. Houve o acionamento dos órgãos no seu local de trabalho, como se fosse uma ocorrência normal. Isso é feito para que tenhamos um parâmetro do que precisa melhorar e verificar os pontos positivos, para quando acontecer uma ocorrência real a gente consiga sair na frente e prestar o atendimento conforme o planejado. A principal dificuldade é no início da ocorrência, sendo necessário o isolamento do local para que as equipes possam trabalhar com segurança e focadas no atendimento. As pessoas, na intenção de ajudar, acabam permanecendo no local, na chamada zona quente. Orientamos a população para que, numa ocorrência real, sigam as orientações da Polícia Militar e da Guarda Municipal. Que obedeçam as áreas de isolamento e respeitem o local do acidente para que as equipes possam atuar. Nessa ocorrência aplicamos o método start, priorizando os atendimentos em razão do grande número de vítimas. Isso acontece em grandes catástrofes. Tivemos 15 vítimas graves e mais 30 vítimas mais leves. Todos os órgãos puderam atuar. Avaliamos esse atendimento como muito positivo. Hoje conseguimos integrar todos os órgãos para o pleno exercício de suas funções, para que a vítima receba o melhor atendimento. A avaliação que eu faço é bastante positiva. Conseguimos dentro do que vem sendo discutido entre os órgãos, em reuniões na prefeitura, colocar em prática muito do que foi combinado. Há alguns ajustes a serem feitos. Isso é normal. Conseguimos dividir bem as áreas de atuação de cada órgão, instituir o posto de comando para onde convergiram todas as informações. No final da ocorrência é feita uma reunião para checagem de informações, conferência de materiais para deixar o local em segurança. Gostaria de agradecer todos os órgãos públicos e privados envolvidos porque todos se imbuíram do mesmo objetivo que é salvar vidas. Precisamos cada vez mais atuar em conjunto para cumprir com nossos objetivos”. 

Paulo Renato da Silva, coordenador da Defesa Civil
“A avaliação é bastante positiva. O tempo foi satisfatório para que as equipes chegassem no local. Toda a estratégia construída com as demais equipes surtiu efeito e numa situação real o procedimento será o mesmo. É importante que todas as equipes trabalhem juntas e que saibam o que fazer na hora da ocorrência, não atropelar as etapas. A Defesa Civil tem um papel estratégico, de planejamento, de logística, de providenciar material que falta nesse tipo de ocorrência e faz a vistoria técnica na finalização de toda a ocorrência. Para nós é como uma situação real. A simulação é para chegar mais próximo de uma ocorrência real. A região central foi o local escolhido pelas equipes para que pudéssemos avaliar o tempo de chegada, qual seria o transtorno para a rotina da cidade numa situação como essa. O volume de pessoas é grande, bem como as equipes de apoio. Todos os órgãos de segurança estiveram envolvidos sob o comando do Corpo de Bombeiros. Buscamos a situação mais complexa possível para ver até onde as instituiçõess estão preparadas para uma situação real. Foi um treinamento bastante produtivo”.

José Martins de Souza Neto, coordenador do SAMU
“Foi espantosa a adesão de todos os órgãos, em especial a Unesp. Fica aqui nosso agradecimento especial ao Dr. Fernando e ao Dr. Emílio pela participação de suas equipes nesse evento. Foi uma ação que resultou em um atendimento de primeiro mundo. É muito gratificante ver o empenho de todos em prol dos munícipes. Essa ação atesta a capacidade do atendimento de urgência e emergência de nosso município. É bom que se diga que para cada centavo investido nesse tipo de treinamento economizamos cem reais em outras áreas. Nós, do SAMU,  além dos profissionais de Botucatu, também trouxemos pessoal de Pardinho, Anhembi e Areiópolis que fazem parte da nossa regional. A realidade foi dura conosco, porque durante o simulado tivemos que atender dois casos reais de parada cardio-respiratória. Ver tamanha dedicação de tanta gente envolvida revigora os ânimos, já que todos estão trabalhando pelo bem comum. Defendo que pelo menos uma vez por ano seja realizado um grande simulado como esse. Demonstra o quanto é importante ter o município preparado para uma grande emergência. Todos estão de parabéns”.

Vicente Ferraudo, secretário municipal de Mobilidade Urbana
“Minha avaliação é positiva, principalmente em relação aos desvios do itinerário do transporte coletivo, que preocupavam a nossa secretaria. A rotina da cidade não pode ser confundida com o que está acontecendo aqui. Estabelecemos desvios duas quadras antes do local do simulado para evitar congestionamentos. Foi satisfatório e agora vamos analisar as falhas e os pontos de virtude. A integração entre os órgãos é fundamental e o treinamento importante para que no caso de uma situação real todos tenham plena consciência do papel que terão que desempenhar. Saio daqui sabendo da maior responsabilidade que a equipe da Semutran tem numa ocorrência real. Temos que passar isso para toda nossa equipe. Foi tão verdadeiro o que aconteceu que muitas pessoas demoraram a perceber que se tratava de um treinamento”.

Cláudio Lucas Miranda, secretário municipal de Saúde
“A avaliação que eu faço é extremamente positiva. A situação simulada envolveu várias vítimas graves, com indicações de procedimentos no local. O tempo resposta das equipes foi muito bom. Conseguimos montar um posto de comando onde todas as ações foram centralizadas, estabelecendo uma boa comunicação entre as equipes. Conseguimos uma retirada das vítimas do teatro pelos bombeiros com tranquilidade e rapidez. E do lado de fora o atendimento foi feito separando as vítimas pela gravidade, com bastante agilidade e dando bom atendimento. Todos os órgãos se envolveram de corpo e alma, como se fosse uma situação real, para prestar a melhor assistência às vítimas. Isso mostra a seriedade da administração municipal de Botucatu em investir na estruturação dos serviços de urgência e emergência. Antes da gestão do prefeito João Cury esse sistema se limitava ao Corpo de Bombeiros e a Central de Ambulâncias. Hoje contamos com diversos serviços hospitalares e pré-hospitalares que incluem SAMU, Corpo de Bombeiros, Central de Ambulâncias, PS Adulto, PS Pediátrico. A principal beneficiada é a população. Todo serviço que exige muito procedimento e técnica exige que o poder público faça capacitações permanentes. E isso tem ocorrido”.

José Semensatti Júnior, comandante da 1ª Cia. da Polícia Militar
“É sempre motivo de satisfação participar de um evento como esse, muito bem organizado, planejado. Cada órgão desempenhando suas funções, todos trabalhando juntos para dar o melhor para a cidade. Esse tipo de treinamento é muito importante. Devemos fazer anualmente um exercício dessa grandeza para que as forças de segurança, as equipes de atendimento avaliem seu nível de preparo e possam continuar trabalhando em conjunto. O exercício simulado para que órgão que trabalha no atendimento de vítimas em grandes ocorrências possa se preparar adequadamente e quando for necessário fazer sua parte. Temos uma situação privilegiada em Botucatu, principalmente pela integração, o diálogo permanente entre os órgãos. Todos estão de parabéns”. (Da Secretaria de Comunicação de Botucatu)

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