Professores de Itapeva vão à Câmara e pedem apoio no movimento grevista

A categoria solicitou a participação dos vereadores no sentido de encaminhar Moção de Apelo ao Governo do Estado para que as negociações sejam abertas. Na sessão de segunda-feira, 5, esteve ocupando a Tribuna do Povo (espaço destinado à população para fazer reivindicações), a  Professora Solange Aparecida Benedeti Penha, representando a Apeoesp, ocasião em que fez um balanço do movimento grevista da categoria, que já dura um mês e pediu o apoio do Legislativo, para que seja encaminhada Moção de Apelo ao Governo do Estado para abertura das negociações.

Em seu pronunciamento Solange afirmou que a categoria está com dificuldades com relação à mídia e à veiculação do movimento grevista. Ela pontuou duas coisas: questão pedagógica e questão salarial. "Estamos com perda do poder de compra de 34.2% desde 1998. Mesmo com a crise, o estado tem um aporte de 5 bilhões para poder dar o reajuste aos professores. Ocorre que a Educação tem sido tratada com política de bônus e gratificações. Ouve-se na mídia que os professores estão tendo 25% de aumento. Mas não é isso: precisa fazer uma prova, ter assiduidade, tempo de serviço. Na questão pedagógica, em 2009, tivemos vários enfrentamentos na ALESP, por conta da prova, a qual não somos contra, mas que seja efetuada para a efetivação dos profissionais. Nessa prova, qualquer pessoa formada, que tenha 160 horas no seu currículo pode participar. Dessa forma, professores de 10, 15, 20 anos perderam aulas para bacharéis tecnólogos, principiantes. Estão acontecendo algumas barbaridades na rede p
 ública", salientou Solange.

Após enumerar as lutas do professorado paulista a representante da Apeoesp solicitou que a Câmara elabore uma Moção de Apelo ao Governo do Estado para que sejam abertas as negociações com a categoria que está há  30 dias em movimento grevista. Pede apoio dos vereadores para que os trabalhadores da educação sejam ouvidos.

Ao responder questionamentos de alguns vereadores, Solange afirmou que para recuperar as perdas, hoje, seriam necessários 34.2% de reajuste. O PEB I recebe por hora, R$ 6,54, o PEB II, R$ 7,52. Existem 4 cargas horárias: 20 horas, 25 horas, 33 horas e 10 horas. "Nossa campanha preza a qualidade de ensino. Existe o Saresp que o estado aplica e com isso se acha o índice. A Escola José Vasques Ferrari não atingiu o índice, portanto os professores também não. O governo mente para a população, o índice do Saresp subiu um pouco para que não aparecesse o nível baixo de ensino. Os professores estão reféns de um sistema que não está funcionando", ponderou Solange.

A oradora argumentou  que esteve muitas vezes no Palácio dos Bandeirantes e nunca houve truculência. O que ocorreu está sendo investigado, pois não tinha motivo para existir aquela barreira. Acreditam que  houve infiltração, pessoas à paisana, fazendo com que acontecesse o tumulto. "A mídia está dizendo que o governo ofereceu  25%, mas apenas 20% dos profissionais estão recebendo esse valor. Para onde estamos indo com esse ensino? No ensino noturno, está ocorrendo a descaracterização do ensino, com pessoal que não está preparado para dar aula", concluiu Solange.

Após a manifestação de alguns vereadores a respeito do movimento grevista dos professores, o Presidente em exercício Roberto Comeron agradeceu a participação da representante da Apeoesp e afirmou que será encaminhada  Moção ao Governo do Estado, apelando para que as negociações sejam abertas. (Madalena Ferreira, da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Itapeva)

 

Notícias relacionadas