Dia Mundial de Combate ao AVC: Neurologista do HC de Botucatu orienta sobre a doença

 

29 de outubro, comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) – O Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte e de sequelas no mundo e no Brasil. A doença cerebrovascular atinge 16 milhões de pessoas ao redor do planeta a cada ano. Dessas, seis milhões morrem. Por isso, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a adoção de medidas urgentes para a prevenção e tratamento da doença.

No próximo dia 29 de outubro, comemora-se o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Em comemoração à data, o SAMU, a Unidade de AVC e o setor de neurorreabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) promoveram ações sociais dentro do hospital e contou com a participação do médico neurologista do HCFMB e docente da Faculdade de Medicina de Botucatu/ Unesp (FMB), Rodrigo Bazan. Na segunda-feira (26), Bazan utilizou a Tribuna da Câmara Municipal de Botucatu para atualizar os vereadores e a comunidade sobre o assunto. “É importante informamos autoridades e a população. O AVC é uma doença de instalação súbita, com algum tipo de déficit focal, principalmente boca torta (desvio rima), fala empastada (disartria), fraqueza em alguma parte do corpo, quadro confusional”, relata Bazan.

Segundo o especialista, na prevenção primária, na rede básica, o que se deve ser feito é o bom controle dos fatores de risco na população geral. Uma vez os sintomas já instalados o importante é ligar 192 (SAMU) para um rápido transporte para o HCFMB, que é referência para esse tipo de atendimento. Em nível hospitalar serão realizados vários exames. Confirmado o AVC, são tomadas as devidas condutas de manejo da pressão arterial de glicemia e nesse caso o indivíduo será atendido pela Unidade de AVC do Hospital.

Unidade de AVC do HCFMB

Credenciada pelo Ministério da Saúde desde junho deste ano, a Unidade de AVC do HCFMB, que atende pacientes de 13 municípios da região pertencente ao Polo Cuesta, passa a receber recursos para cobrir as despesas com seus 10 leitos de internação, além de contar com o custeio de um medicamento específico para o tratamento do AVC: o Alteplase. Até então, todo esse financiamento era de responsabilidade do próprio HCFMB.

A Unidade de AVC, que conta com o suporte de uma equipe multiprofissional, formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, assistentes sociais e nutricionistas, atende a aproximadamente 40 pacientes por mês, sendo que cinco deles, em média, passam pelo tratamento específico com o medicamento Alteplase. “Só têm condições de serem submetidos a esse tratamento específico, que reduz em até 30% as chances de sequelas, os pacientes que chegarem até a Unidade dentro de 4 horas e meia após o início dos sintomas do AVC. É o intervalo de tempo que chamamos de janela de trombólise. Trata-se do tempo máximo que temos para aplicar o medicamento intravenoso (pela veia do paciente)”, explica o neurologista e coordenador da Unidade Gabriel Pereira Braga.

Os pacientes atendidos na Unidade de AVC – 50% deles originários de Botucatu – permanecem internados por 15 dias e seu quadro pode ter três evoluções distintas: encaminhamento para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em caso de piora; transferência para uma enfermaria ou alta hospitalar. Após deixar a Unidade de AVC, o paciente ainda é acompanhado em um ambulatório especializado, no próprio HCFMB, durante seis meses, e depois reencaminhado para a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua residência.

Parceria com o SAMU

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) de Botucatu é um dos grandes aliados da Unidade de AVC do HCFMB e responsável por aumentar significativamente as chances de os pacientes terem uma recuperação adequada. Um estudo realizado entre os anos de 2011 e 2012, com pacientes que foram levados ao Hospital das Clínicas pelo SAMU, constatou que aumentou em cinco vezes as chances de as pessoas vítimas de um AVC receberem o tratamento trombolítico (intravenoso, com o medicamento específico) em comparação com aqueles que foram socorridos por outros meios. “Por isso, recomendamos que, quando houver suspeita de AVC, a pessoa que estiver prestando o socorro acione imediatamente o SAMU pelo telefone 192”, salienta Braga.

Sintomas do AVC

É possível suspeitar que uma pessoa esteja sofrendo um AVC ao observar alguns sinais como: paralisia em apenas um lado do corpo, alteração da sensibilidade de algum membro (sensação de amortecimento repentino), alteração na fala e alteração na visão.

O Acidente Vascular Cerebral pode ser causado, principalmente, pela hipertensão (pressão alta), tabagismo, diabetes, arritmia cardíaca (fibrilação atrial) e sedentarismo. O AVC, apesar de ser um risco para pessoas de todas de todas as idades, é mais comum em homens entre 65 e 70 anos.
Aproximadamente 70% dos pacientes vítimas de AVC não conseguem retornar ao trabalho por ter ficado com algum tipo de sequela, que podem variar desde uma leve paralisia facial até a pessoa permanecer em estado vegetativo pelo resto da vida. (4Toques Assessoria de Comunicação e Imprensa)

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