Frei Arnaldo de Itaporanga completaria 82 anos este mês

Se estivesse vivo, o itaporanguense Frei Arnaldo, completaria 82 anos neste mês de abril. Ele era irmão do professor João Castilho.  Seu nome civil era José de Figueiredo Castilho. Filho de Oscarlino Figueiredo de Castilho e Maria Cristina de Castilho, ele nasceu em Itaporanga no dia 04 de abril de 1928. Teve os irmãos Maria de Lourdes Castilho, Celso Figueiredo Castilho, João Batista de Magalhães Castilho e Luiza Antonia de Castilho. Pelo seu jeito de ser tornou-se muito bem quisto nas cidades de Votuporanga e Ilha Solteira. Faleceu vítima de acidente de trânsito no dia 12 de outubro de 1976, aos 48 anos, quando ia de Ilha Solteira-SP para Votuporanga-SP, onde pregaria na comemoração do Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira local. Cerca de 5 mil pessoas participaram de seu sepultamento, em Votuporanga.

Praça Frei Arnaldo, em Itaporanga-SP

Carismático e prestativo, Frei Arnaldo era um tipo muito especial, não só como sacerdote, mas, como liderança e pessoa do povo. Era brincalhão e esportista (Corinthiano roxo), reconhecido pelo próprio Clube Corinthians que lhe outorgou uma “Carteira Permanente” para ele entrar gratuitamente em qualquer estádio onde o “timão” estivesse jogando.

O falecido Fiori Gigliotti, o maior nome da narração esportiva do rádio brasileiro, que celebrizou frases como "Abrem-se as cortinas e começa o espetáculo torcida brasileira!” E o tempo passa…" (quando uma equipe precisava fazer um gol), "Agüenta coração!" e "Crepúsculo de jogo", parou o Brasil assim que soube da morte de Frei Arnaldo para, em crônica no rádio, homenagear e dizer Adeus ao religioso e esportista Frei Arnaldo. Os dois tinham quase a mesma idade, pois nasceram no mesmo ano, 1928. Fiori Gigliotti nasceu em 27 de setembro em Barra Bonita-SP e Frei Arnaldo em 04 de abril em Itaporanga-SP.

Estádio Frei Arnaldo, na Estância Turística Ilha Solteira-SP

Gostava de ajudar e atuava para ver todos felizes. Se relacionava bem com todos os seguimentos da sociedade, empresas e órgãos de governo. Com isso, ajudou a 856 pessoas em colocações ou empregos para engenheiros, pedreiros, maquinistas, médicos, técnicos, serventes e outros.

Nas duas cidades que Frei Arnaldo atuou, Votuporanga(86.000 habitantes) e Ilha Solteira(26.000 habitantes), esta com o 10º. melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado de São Paulo e o 33º. do Brasil, ele foi homenageado: Em Votuporanga, uma rua recebeu seu nome e a escola técnica local foi denominada de ETEC Frei Arnaldo Maria de Itaporanga, e em Ilha Solteira, o Estádio Municipal e um centro comunitário também ganharam seu nome. E em Itaporanga, a Praça da Igreja Bom Jesus, através de projeto de lei do então vereador João Batista Santiago, foi denominada de Praça Frei Arnaldo de Itaporanga.  

Segundo o site www.procasp.org.br , frei Arnaldo Figueiredo (José Castilho) nasceu em Itaporanga, na paróquia São João Batista, aos 4 de abril de 1928, sendo aí batizado aos 2 de maio pelo Cônego Humberto dos Santos; crismado no mesmo dia, por Dom José Carlos de Aguirre. Fez a primeira comunhão aos 8 de dezembro de 1937. Entrou para o Seminário São Fidélis aos 23 de janeiro de 1946. Vestiu o hábito aos 5 de janeiro de 1949, tendo como Mestre Frei Epifânio Menegazzo. Feito o Noviciado em Taubaté, emitiu a primeira profissão a 8 de janeiro de 1950, perante o comissário geral Frei Caetano de Montebelo. Profissão solene aos 11 de janeiro de 1953, perante Frei Germano Chisté, guardião de Mococa. Nesta cidade fez seus estudos filosóficos, de 1950 a 1952. Teologia em São Paulo, de 1953 a 1956, ali recebendo a primeira tonsura aos 30 de maio de 1953, conferida por Dom Antonio M. Alves de Siqueira. Foi ordenado subdiácono a lº de novembro de 1955. Ordenado sacerdote aos 19 de fevereiro de 1956, concluiu os estudos no final desse ano.

Seu primeiro campo de apostolado foi Votuporanga, já em janeiro de 1957. Ali granjeou a estima e a amizade de toda a população, sendo bastante querido, especialmente da colônia japonesa. Soube viver intensamente, sempre jovial, alegre, simpatizante dos esportes – especialmente do futebol – e também zeloso no apostolado. Generoso, mão aberta, expansivo, não se deixava prender por muitas normas ou etiquetas. Queria ver todos felizes e alegres; onde estivesse, era sempre o centro das brincadeiras, recordando aventuras dos tempos idos e das “tramas” para fugir à austera disciplina dos rigorosos tempos de estudante.

Em janeiro de 1972, com grande tristeza dos votuporanguenses, foi transferido para Ilha Solteira (SP), onde, igualmente, conquistou a todos.

Aos 12 de outubro de 1976, quando ia de Ilha Solteira para a estimada Votuporanga a fim de pregar na festa da Senhora Aparecida, padroeira local, seu carro, dirigido por Frei Ludovico Sesso foi colhido por um ônibus no Km. 509 da Rodovia Feliciano S. Cunha, no trevo de Nhandeara. Teve morte instantânea, enquanto Frei Ludovico ainda sobreviveu por algumas semanas.

Mais de 5 mil pessoas participaram do funeral de Frei Arnaldo, quando houve missa concelebrada por inúmeros sacerdotes em Votuporanga, onde foi sepultado a pedido da população. Requerimento da Assembléia Legislativa, n. 1733, de 1976, de autoria de Áureo Ferreira, associou-se às duas comunidades solidarizando-se com elas e reconhecendo em Frei Arnaldo “um verdadeiro samaritano de nosso tempo, que fez do seu sacerdócio uma profissão de entrega total. Soube fazer da filantropia uma responsabilidade consciente durante toda a existência. Homem atualizado com os problemas de nossa época, humanitário por excelência, conseguindo granjear a estima dos que, mesmo não professando a mesma fé, viam nele um exemplo de ser humano…”

O autor requer seja consignado na ata dos trabalhos um voto de pesar pelo infausto acontecimento.

Testemunho do trabalho de Frei Arnaldo pelos menos favorecidos são as 856 colocações ou empregos que conseguiu para engenheiros, pedreiros, maquinistas, médicos, técnicos, serventes. Em Ilha Solteira, o Centro Comunitário e o Estádio Municipal levam seu nome: Frei Arnaldo de Itaporanga. E em Votuporanga, uma rua lembra o grande amigo da cidade. (Cf. AOMC, 92, 259 – R.V. dezembro 1976, p. 253).

 

 

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