Itaporanga passa a contar com nova área para aterro sanitário, barracão de reciclagem e compostagem de lixo orgânico

O terreno de um alqueire, na estrada do Bairro do Silva, comprado pela Prefeitura Municipal de Itaporanga, em novembro do ano passado, por meio de desapropriação, já está pronto para receber o transbordo de lixo doméstico, a instalação do barracão de reciclagem – que hoje se encontra na Vila São Pedro – e o setor de compostagem de lixo orgânico.

A aquisição dessa área foi necessária para sanar os problemas enfrentados com o antigo aterro sanitário do município que, desde o final da gestão municipal anterior, está irregular. O aterro municipal funcionava por meio de valas que, após encherem, eram aterradas de maneira simples, método antigo que até então era aceito e licenciado pela CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo. Hoje, segundo a Companhia, os aterros devem seguir métodos um pouco mais complexos para receberem o licenciamento ambiental.

Principais características do aterro segundo a CETESB:

– Impermeabilização da base do aterro: evita o contato do chorume com as águas subterrâneas. A impermeabilização pode ser feita com argila ou geomenbranas sintéticas;

– Instalação de drenos de gás: canal de saída do gás do interior do aterro. Os drenos podem ser construídos de concreto ou de PEAD, podendo receber uma conexão final de aço-inox quando a célula for fechada. O biogás pode ser recolhido para o aproveitamento energético através da ligação de todos os drenos verticais com um ramal central;

– Sistema de coleta de chorume: a coleta de chorume deve ser feita pela base do aterro. O chorume coletado é enviado a lagoas previamente preparadas com impermeabilização do seu contorno ou enviados para tanques de armazenamento fechados;

– Sistema de tratamento de chorume: após coletado, o chorume deve ser tratado antes de ser descartado no curso de um rio ou em uma lagoa. O tratamento pode ser feito no próprio local ou o chorume coletado pode ser transportado para um local apropriado (geralmente uma Estação de Tratamento de Esgotos). Os tipos de tratamento mais convencionais são o tratamento biológico (lagoas anaeróbias, aeróbias e lagoas de estabilização), tratamento por oxidação (evaporação e queima) ou tratamento químico (adição de substâncias químicas ao chorume);

– Sistema de drenagem de águas pluviais: o sistema de captação e drenagem de águas de chuva visa escorrer a água por locais apropriados para evitar a infiltração que gera o chorume.

Além da operação, o aterro deve contar com unidades de apoio, como acessos internos que permitam a interligação entre os diversos pontos do aterro, portaria para controlar a entrada e saída de pessoas e caminhões de lixo e isolamento da área para manutenção da ordem e do bom andamento das obras.

Todo esse processo exigido pela CETESB torna o aterro inviável financeiramente, por se tratar de uma obra e manutenção de altos custos para o município. Por este motivo, a prefeitura de Itaporanga, buscando alternativas mais econômicas e sustentáveis, decidiu por continuar terceirizando o transporte do lixo doméstico para aterros autorizados e ampliar o sistema de coleta seletiva, por isso a aquisição do terreno que já está pronto para receber o transbordo.

A área de transbordo é um local onde todo o lixo coletado diariamente na cidade é armazenado para que a empresa contratada pela prefeitura, por meio de licitação, possa recolher e transportar para aterros sanitários devidamente licenciados pela CETESB. Atualmente, é a empresa Monte Azul que faz esse serviço em Itaporanga. Seu contrato de prestação de serviço vence em setembro deste ano. Com o vencimento, novo processo licitatório será aberto para nova contratação.

Juntamente a este trabalho, a prefeitura também irá disponibilizar no terreno de transbordo um barracão para que a Associação de Reciclagem de Itaporanga possa desenvolver seu trabalho de separação e empacotamento de lixo reutilizável para venda. Posteriormente, a mesma Associação irá desenvolver a compostagem de lixos orgânicos.

Compostagem é o conjunto de técnicas aplicadas para controlar a decomposição de materiais orgânicos, com a finalidade de obter, no menor tempo possível, um material estável, rico em húmus e nutrientes minerais; com atributos físicos, químicos e biológicos superiores (sob o aspecto agronômico) àqueles encontrados na(s) matéria(s)-prima(s). Os objetivos de se fazer esse processo vai além de proteger o ambiente produzindo menos lixo orgânico, fazer compostagem permite obter um produto de grande valor – o composto – que se pode colocar em vasos e canteiros pois é um ótimo fertilizante natural.

Com isso, a prefeitura de Itaporanga sai ganhando economicamente e ambientalmente, pois além de evitar grandes gastos, está desenvolvendo a conscientização da preservação do meio ambiente com um processo de reciclagem mais eficaz e atuante na sociedade, seguindo os padrões necessários para enfrentar os problemas climáticos causados pelo excesso de lixo no planeta.

“Fizemos um grande estudo ambiental e jurídico para chegarmos à melhor solução para o lixo de nosso município e assim não onerar os cofres públicos e ainda preservar o meio ambiente e valorizar nossos catadores de lixo reciclável. A terceirização da coleta de lixo e a instalação de uma nova área de transbordo, com espaço para o barracão de reutilizáveis e de compostagem foi o melhor caminho encontrado para que Itaporanga seja exemplo às demais cidades no que se refere a lixo doméstico”, conclui o prefeito Vilson Rodrigues “Cacheta”. (Com a assessoria de comunicação)

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