Santa Maria: internauta manifesta sobre uma postagem nossa

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No mesmo domingo lá pelas 11 horas, quando acordamos, mesmo antes de sabermos da tragédia, fizemos aqui em casa mesmo, fotos de pássaros e depois que soubemos da tragédia, à noite, acrescentamos uma de um avião, que fizemos dois ou três dias antes, e que pela rota voava a mais de 10 mil metros de altura sobre nossa cidade(Itaporanga-SP), vindo do Sul com destino à Europa, possivelmente.

A beleza das imagens  nos inspirou para postá-las e dividí-las com "amigos" numa rede social, com um propósito simples, até ingênuo, de apenas comparar as ações dos homens com as dos animais. E comentamos: "Por que será que os animais nunca são os causadores e muito menos vítimas, muitas vítimas de algo que seja desenvolvido por eles mesmos? Ah tá, é porque são irracionais; se fossem racionais só fariam cacas, como os humanos!".

Pois bem, uma amiga virtual nossa(executiva que atua no cinema brasileiro), muito bem informada, dotada de um primoroso senso crítico e sem papas na língua, não perdeu a oportunidade e discorreu de forma brilhante, se aprofundando com muita precisão, não no pós-tragédia(naqueles blá blá de autoridades, técnicos, mídia e metidos a analistas), os quais nada informam e nada acrescentam. Nós, parodiando José Neumanne Pinto, registramos que a nossa amiga Lucille Mattei foi direto ao ponto, ou seja, na forma de vida e comportamento das pessoas. Mas, finalizando, embora certamente saiba, humildemente ela questiona quais seriam as razões desses modos de vida.

Ah, mas antes, tomamos o cuidado de avisá-la que com ou sem a  permissão dela estaríamos usando o seu comentário, por achá-lo importante demais, que não deveria ficar restrito somente entre os "amigos" da rede social. Quem sabe o seu texto possa ser útil para aqueles que quiserem rever algumas coisas na vida. 

Lucille Mattei – Tal é a ânsia de viver de tudo e da maneira mais intensa, imitando aquilo que imaginam que o outro "usufrui" que, embora não sejam, sentem-se pequenos demais frente a tudo o que acontece no planeta (agora com um acesso irrestrito pelos diversos meios de comunicação), que o espaço que ocupam parece inútil, sem graça, sem nexo, sem sentido. Assim, vão em busca de paliativos, bebida, drogas, festas.

Impressionante como as pessoas andam, nos últimos tempos, se juntando aos milhares, milhões até, em boates, nas ruas, atrás de nada, vindos de coisa nenhuma, sem nenhum propósito. Vejo uma multidão a seguir um trio elétrico, mas poucos a seguir qualquer movimento que modifique a vida da sociedade. Se embrenham em locais escuros, movidos a música alta demais para qualquer tímpano normal, embalados por sensações inexplicáveis e absolutamente vazias.

Não se importam com nada mais que não seja a aparência e no quanto vão impressionar pessoas que sequer fazem parte de suas vidas! Nesse delírio coletivo, de busca sabe-se lá do que, esquecem-se de cuidar daquilo que lhes é mais precioso, a vida. Ouvi um comentário que me deixou perplexa: "ele morreu sufocado, mas o rosto dele estava intacto, não tinha nenhuma marca" ou "ela se queimou mas o rosto está perfeito". Então, mesmo frente à irreversível dureza da morte, a aparência continua sendo fundamental.

Muitos morreram empilhados, uns sobre os outros, uns sufocando os outros e todos intoxicados pela fumaça e lá dentro, no início de tudo, ninguém organizou uma saída segura. A conclusão é que, existe muito mais coisas para questionar sobre a realidade da vida. Mais do que exigir alvarás, licenças, extintores, etc., importantíssimos, sem dúvida, mas são ações mecânicas, burocráticas. Por que as pessoas se colocam confinadas feito bois a caminho do matadouro por sua "livre e espontânea vontade"? Quais as razões que as levam a isso?

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